Esse site vende cerca de 500 disquetes por dia

Considerada um dos formatos de armazenamento mais bem-sucedido de todos os tempos, o disquete segue tendo sua importância em alguns segmentos. E aquela regra clássica se mantém: há demanda? Há quem se proponha a vender. Tom Persky cumpre esse papel com seu site floppydisk.com.

Autointitulado o “último vendedor de disquetes do mundo, Persky segue mantendo viva esse clássico meio de armazenamento e alega vender cerca de 500 unidades por dia! 

Persky entrou neste negócio na década de 90. Nesta época, ele trabalhou no desenvolvimento de software para uma empresa de impostos que recorria a disquetes. O empresário diz que se apaixonou pelo negócio e o assumiu depois que foi desmembrado.

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Tom Persky

O modelo de negócios é ajustado com as circunstâncias de hoje. Os principais players que já atuaram na fabricação do disquete, Verbetim, Sony, Toshiba, estão fora do jogo, portanto, os disquetes chegam até Persky de múltiplas maneiras, até mesmo disquetes usados são adquiridos por Persky. Cada unidade é testada, uma nova etiqueta de papel é aplicada, e a unidade é recolocada à venda.

Além do famosíssimo formato de 33,5 polegadas, o site também vende disquetes de 5,25” e até de 8”, formato que deu origem à trajetória do disquete. Lançado em 1971, o disquete começou com o formato de 8 polegadas, compatível com o IBM 370.

A evolução do disquete, tanto em termos de formato se deu entre 1971 até 1993, alcançando 5.76 MB, numa opção do formato de 3,5 polegadas. Houve espaço também para um lançamento da Imation, lançada em 1997, chamada SuperDisk. Um disquete de 3,5 polegadas com capacidade de armazenar 120 MB (LS-120) ou 240 MB (LS-240).

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A evolução passa também por formatos alternativos que visavam ser uma resposta à baixa capacidade dos disquetes, como o Zip Drive, com capacidade de até 750 MB, e o Jaz-Drive, com até 2 GB.

A “pá de cal” no disquete foi impulsionada por um lançamento da Apple de 1998, o lendário computador iMac G3. Primeiro computador produzido em massa, e com forte apelo, que abandonou o disquete.

iMac G3
iMac G3

Persky explica que o setor aerospacial segue como um cliente chave do seu negócio. “Provavelmente metade da frota aérea no mundo hoje tem mais de 20 anos e ainda usa disquetes em alguns dos aviões, explica o empresário ao The Register. 

Em 2020, durante a maior conferência de hackers do mundo, a Def Con, foi exibido um vídeo mostrando o uso de disquete em um Boeing 747 da British Airways. O disquete é utilizado para atualizar o sistema da aeronave.

Até mesmo disquetes do Windows 95 foram encontrados na Estação Espacial Internacional. Em agosto, o atual Ministro de Assuntos Digitais do Japão, Taro Kano, declarou que quer passar cerca de 1,9 mil procedimentos e formulários que ainda necessitam do disquete para opções de armazenamento mais recentes. A meta é concluir essa migração até o final do ano.

Mudanças como esta demandam tempo, algumas delas nem serão concretizadas, o que indica que o site de Persky ainda terá um bom tempo de vida.

“ Aqui estou eu, uma pequena empresa com um estoque de disquetes, e descobri que sou um fornecedor global deste produto”, diz Persky. “Meu negócio, que costumava ser 90% de duplicação de CD e DVD, agora vende 90% de disquetes virgens. Me surpreende”, afirmara Persky em entrevista ao Eye On Design. 

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Além dos disquetes, o site da Persky também vende os drives responsáveis por fazer a leitura dessa unidade de armazenamento.

“Disquetes são muito confiáveis, muito estáveis, uma maneira muito bem compreendida de obter informações dentro e fora de uma máquina”, diz ele. “Além disso, eles têm o recurso adicional de não serem muito hackeáveis”, conclui o empresário.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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