DDR4 some das prateleiras: RAM já custa até 90% mais caro em 2025

Escassez de memória DDR4 impulsiona alta histórica nos preços e ameaça upgrades de PC no Brasil.

O mercado de memória RAM vive um momento crítico com a escassez cada vez mais intensa de módulos DDR4, que começam a desaparecer das prateleiras brasileiras. Um recente estudo da TrendForce revela um cenário alarmante: os preços desses componentes podem subir até 90% na segunda metade de 2025, representando o maior aumento já registrado para esta tecnologia.

Esta crise coloca usuários e montadores de PCs em uma situação complicada, especialmente aqueles que planejavam fazer upgrades em sistemas compatíveis apenas com DDR4. O cenário é tão grave que já se observa uma situação inédita: em julho deste ano, módulos DDR4 de 8GB se tornaram mais caros que seus equivalentes DDR5, invertendo a lógica de mercado pela primeira vez.

A principal razão para esta escassez está na demanda explosiva do setor de servidores e data centers, impulsionada pelo crescimento acelerado das aplicações de inteligência artificial. Os fabricantes estão priorizando a produção para estes segmentos mais lucrativos, deixando o mercado de consumo e PCs com suprimentos severamente limitados.

Para o consumidor brasileiro, o impacto é ainda mais significativo, considerando que os preços já elevados de hardware no país tendem a sofrer aumentos ainda maiores com esta crise global. Quem ainda usa plataformas como AMD AM4 ou Intel de gerações anteriores, que dependem exclusivamente de DDR4, enfrentará dificuldades crescentes para encontrar memórias a preços razoáveis para upgrades.

Módulo de memória RAM Kingston Fury Beast DDR4 com dissipador de calor preto instalado em uma placa-mãe
As memórias DDR4, como este modelo Kingston Fury Beast, estão se tornando itens raros e cada vez mais caros no mercado, afetando diretamente os consumidores brasileiros

Migração forçada para DDR5 e panorama para diferentes setores

Diante deste cenário, fabricantes de computadores estão acelerando a transição para o padrão DDR5 em seus novos modelos. Para o consumidor final, isso significa que comprar um PC novo com DDR5 pode se tornar, ironicamente, mais econômico do que fazer um upgrade de memória em um sistema DDR4 existente.

O segmento de eletrônicos de consumo é o mais severamente afetado pela escassez, com a TrendForce projetando um aumento de 85% a 90% nos preços da DDR4 apenas no terceiro trimestre. Esta alta extraordinária representa mais do dobro do aumento previsto para o mesmo período em outros segmentos do mercado de memórias.

O problema se estende também ao mercado de dispositivos móveis. A produção de memória LPDDR4X (versão de baixo consumo utilizada em smartphones) está sendo drasticamente reduzida, provocando uma onda de “compras por pânico” entre fabricantes. Para este tipo específico de memória, a previsão é de alta entre 38% e 43% nos próximos meses.

Em contraste, as memórias mais modernas LPDDR5X, já amplamente adotadas em smartphones premium, devem sofrer aumentos mais modestos, entre 10% e 15%. Esta diferença demonstra claramente a estratégia da indústria de acelerar a transição tecnológica, mesmo que às custas da disponibilidade de componentes mais antigos.

Enquanto o mercado global já começa a sentir os efeitos desta mudança, o repasse aos consumidores brasileiros deve intensificar-se nos próximos meses. Um exemplo similar já ocorre com processadores como o Ryzen 7 5700X3D, que começou a desaparecer das lojas e agora é encontrado por valores entre R$ 3.000 e R$ 4.000, muito acima de seu preço original.

Para quem ainda planeja montar ou atualizar um PC com tecnologia DDR4 no Brasil, a recomendação é clara: não adie a compra, pois a tendência é de agravamento da escassez e continuidade do aumento de preços ao longo de 2025.

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Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
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