Em meio à divulgação de seu novo livro de memórias, Bill Gates tem participado de diversas entrevistas e, em um papo com a AP News, o cofundador da Microsoft não poupou elogios à Intel, mas também expressou preocupação com a situação atual da empresa que já foi líder incontestável do setor de hardware.
Gates reconheceu que sua carreira poderia ter tomado um caminho completamente diferente se a Intel não tivesse criado o primeiro microprocessador comercial, o Intel 4004, em 1971. Esse avanço pioneiro levou ao desenvolvimento de chips mais poderosos, que impulsionaram a era dos computadores pessoais e, consequentemente, a necessidade de software para essas máquinas — algo que abriu caminho para o surgimento da Microsoft.
Fora de rumo
No entanto, o bilionário acredita que, na última década, a Intel perdeu terreno para concorrentes como a AMD e, especialmente, para os novos chips de silício da Apple. “Estou surpreso que a Intel basicamente tenha perdido o rumo“, afirmou Gates. Ele destacou que Gordon Moore, cofundador da Intel, “sempre manteve a empresa na vanguarda da tecnologia. Agora, eles estão um pouco atrasados em termos de design de chips e também na fabricação”.
Gates também comentou sobre como a Intel praticamente perdeu a revolução dos chips de inteligência artificial (IA), apesar de reconhecer os esforços do ex-CEO Pat Gelsinger. “Acho que Pat Gelsinger foi muito corajoso ao dizer: ‘Não, vou consertar o lado do design, vou consertar o lado da fabricação’. Eu torcia por ele, pelo bem da empresa e do país, para que tivesse sucesso. Espero que a Intel se recupere, mas parece bastante difícil para eles neste momento”.
A Intel tem enfrentado desafios significativos no mercado de CPUs para consumidores, onde a AMD vem ganhando participação. Além disso, rumores sobre uma possível venda da empresa têm circulado, aumentando as incertezas sobre o futuro do gigante de chips.
Enquanto Gates reflete sobre o legado e os desafios da Intel, sua análise serve como um alerta para a indústria de tecnologia: mesmo os maiores nomes podem perder relevância se não se adaptarem às mudanças do mercado. A pergunta que fica é: a Intel conseguirá recuperar seu lugar de destaque, ou continuará a perder espaço para concorrentes mais inovadores?
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