Avast destaca quais serão as principais ciberameaças em 2019

A empresa de segurança Avast divulgou seu relatório anual sobre o cenário de ameaças digitais, listando as principais tendências relacionadas à ciberameaças em 2019. A companhia sediada na República Tcheca destaca 4 pontos, que já são explorados, como ataques aos dispositivos do ecossistema de IoT ou aos roteadores, porém com o passar dos anos a complexidade dos ataques se torna maior, um crescimento constante na expertise dos responsáveis por tais artimanhas.

Algumas das principais tendências de segurança que evoluirão ou continuarão impactando os consumidores em 2019, de acordo com a Avast, serão:

O despertar da Inteligência Artificial (IA) adversária

Inteligência artificial

“Prevemos o surgimento de uma classe de ataques conhecida como “DeepAttacks”, a qual usa conteúdo gerado por inteligência artificial para escapar dos controles de segurança da IA. Em 2018, a equipe do Laboratório de Ameaças da Avast observou muitos exemplos nos quais os pesquisadores usavam algoritmos de inteligência artificial adversária para enganar humanos. Os exemplos incluem um falso vídeo do Obama criado pelo Buzzfeed, onde o presidente é visto transmitindo frases falsas de maneira convincente, destaca a companhia.

A Avast também já reportou casos de Inteligência Artificial adversária que deliberadamente confundiram os mais inteligentes algoritmos de detecção de objetos. Por exemplo, enganando um algoritmo para fazê-lo pensar que um sinal de Pare indicava um limite de velocidade de 70 km/h.”Em 2019, prevemos um aumento na implantação de DeepAttacks em tentativas de evitar a detecção humana e as defesas inteligentes”

Ameaças de IoT se tornarão mais sofisticadas

IoT

A tendência para os dispositivos inteligentes será tão abordada nos próximos anos, que será difícil comprar eletrodomésticos ou aparelhos eletrônicos residenciais sem que estejam conectados à internet.

O estudo da Avast mostrou que a segurança é muitas vezes uma reflexão tardia na indústria de dispositivos inteligentes. Geralmente, esses dispositivos de marcas conhecidas vêm com opções de segurança incorporadas, pois alguns fabricantes economizam nessa proteção para manter custos baixos aos consumidores ou porque não são especialistas no assunto, esse mesma linha de pensamento foi reforçada numa entrevista que fizemos com Fabio Assolini, analista sênior de malware da Kaspersky no Brasil.

Um dos pontos destacados por Assolini naquela ocasião é que alguns fabricantes dizem que “segurança não vende”, isto é, o investimento acaba sendo maior em outros aspectos. Isso é um erro, pois dispositivos podem ser tão “seguros” quanto um link contaminado. A história tende a se repetir, então, podemos esperar que o malware de IoT evolua e se torne mais sofisticado e perigoso, semelhante ao desenvolvimento de malware para PCs e dispositivos móveis.

O avanço dos ataques a roteadores

roteador

Os roteadores provaram ser um alvo simples e fértil para uma crescente onda de ataques. “Detectamos um aumento de malware para roteadores em 2018, mas também mudanças nas características desses ataques”, diz a Avast.

Em 2019, haverá um aumento de sequestros de roteadores com o intuito de usá-los para roubar credenciais bancárias. Um exemplo é quando o roteador infectado injeta uma imagem HTML maliciosa em páginas específicas da web, quando exibida em dispositivos móveis. Esse novo elemento pode pedir para que os usuários de dispositivos móveis instalem um novo aplicativo bancário malicioso, que irá capturar as mensagens de autenticação. Os roteadores continuarão sendo usados como alvos de um ataque, não apenas para executar scripts maliciosos ou espionar usuários, mas também como um link intermediário para ataques em cadeia.

A evolução das ameaças em dispositivos móveis

android-malware

Em 2019, táticas bem conhecidas como publicidade, phishing e aplicativos falsos continuarão dominando o cenário de ameaças em dispositivos móveis. “Em 2018, rastreamos e alertamos inúmeros aplicativos falsos por meio da nossa plataforma apklab. io. Alguns até foram encontrados na Google Play Store. Os aplicativos falsos são zumbis na segurança de dispositivos móveis, tornando-se tão onipresentes que mal chegam às manchetes. Novos aplicativos falsos também surgem para substituir os que já foram sinalizados para remoção. Portanto, eles continuarão persistindo como uma tendência em 2019, intensificados por versões falsas de apps populares que circulam na Google Play Store”.

Em 2018, o retorno dos trojans bancários também foi anunciado na área de dispositivos móveis, crescendo 150% ano a ano, saltando de 3% para mais de 7% em todas as detecções que acompanhamos no mundo todo. “Embora talvez não seja uma grande mudança em termos de volume geral, acreditamos que os cibercriminosos estão descobrindo que os serviços bancários no universo digital são o melhor meio de ganhar dinheiro quando comparado à mineração de criptomoedas”.

“Este ano, celebramos o 30º aniversário da World Wide Web (WWW). Passadas essas três décadas, o cenário de ameaças é exponencialmente mais complexo e a superfície de ataques disponíveis está crescendo de uma maneira tão veloz quanto qualquer outro fato da história da tecnologia”, comentou Ondrej Vlcek, presidente da Área do Consumidor da Avast.

“Os vírus para PC, apesar de ainda serem uma ameaça mundial, estão sendo acompanhados por várias categorias de malware capazes de gerar mais ameaças. As pessoas estão adquirindo um número maior de dispositivos conectados, bem como uma diversidade deles, o que significa que todos os aspectos das nossas vidas podem ser comprometidos por um ataque. Avaliando o cenário de 2019, essas tendências levam a um crescimento dessas ameaças, por meio da superfície de ataques em expansão”, disse Ondrej.

Caso queira conferir o relatório completo com o panorama sobre as ciberameaças em 2019, clique aqui.

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Editor-chefe no Hardware.com.br. Aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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