Um estudo conduzido pela firma de análise B4Risk, a pedido do portal Tilt do UOL, revelou que a Apple ultrapassou a Samsung como a marca de celular mais visada por criminosos em São Paulo no primeiro semestre de 2023. Os números foram obtidos com base nos dados públicos da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo.
A Samsung, apesar de ser líder em vendas de smartphones no Brasil, agora ocupa a segunda posição na lista de dispositivos mais frequentemente roubados ou furtados. O motivo para isso, provavelmente, é o valor mais elevado dos aparelhos que estampam uma maçã na traseira, bem como o nível de status que é inerente a um iPhone no Brasil.
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Ranking de marcas de celulares roubados
De acordo com as estatísticas, houve um aumento de 7,18% nos casos de iPhones roubados ou furtados nos primeiros seis meses deste ano, subindo de 28,37% para 35,55%, em comparação com o mesmo período do ano passado. A Samsung, entretanto, viu sua participação cair para 32,57%, uma redução de 1,07 pontos percentuais em relação a 2022, quando liderava com 33,64%.
A Motorola ocupa a terceira posição com 18,29%, seguida pela Xiaomi com 7,59%. As posições restantes são preenchidas por “Outros” em quinto lugar, LG em sexto, ASUS em sétimo, Positivo em oitavo, Nokia em nono e Multilaser em décimo. Esses dados indicam que os dispositivos Android ainda têm uma presença maior em comparação com o iOS.
No que diz respeito ao total de aparelhos roubados, o primeiro semestre de 2023 registrou 105.524 casos, uma diminuição de 3.390 em relação aos 108.914 casos registrados em 2022. A maior incidência de crimes ocorre à noite, representando 36,54% dos casos, seguida pela tarde com 25,06%, pela manhã com 23,92% e pela madrugada com 14,11%.
Aqui está o ranking das marcas mais visadas por criminosos em São Paulo em 2023:
- Apple: 35,55% do total
- Samsung: 32,57%
- Motorola: 18,29%
- Xiaomi: 7,59%
- Outros: 5,03%
- LG: 1,65%
- Asus: 0,55%
- Positivo: 0,20%
- Nokia: 0,18%
- Multilaser: 0,15%
Por que os celulares são tão atrativos?
Segundo Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, raramente as pessoas carregam grandes quantias em dinheiro consigo. No entanto, a maioria possui um smartphone. Com um dispositivo desses em posse, os delinquentes têm a capacidade de gerar lucro rapidamente ao vendê-lo para intermediários ilegais.
“No mínimo, paga-se entre R$ 200 e R$ 300 por celular roubado. Posteriormente, o aparelho pode ser hackeado, desmontado para ter as peças usadas em consertos ou simplesmente zerado e enviado para outro país”, explica Guaracy.
O desafio central, ele ressalta, é enfrentar o comércio ilegal desses aparelhos, frequentemente organizado por grupos criminosos especializados. Para combater eficazmente essa prática, seria necessário um investimento robusto em investigações conduzidas pela Polícia Civil.
Em áreas com alta incidência de crimes, como o centro da capital paulista, já existem algumas operações em andamento, afirma Guaracy. No entanto, seria imprescindível um aporte maior em recursos humanos e em estratégias de inteligência para tornar essas ações mais eficazes.
Governo lança aplicativo para bloquear celulares roubados
O Governo Federal anunciou o lançamento de um projeto chamado “Proteja Seu Celular”, que tem como objetivo oferecer uma camada adicional de segurança para smartphones em caso de roubo ou perda.
O serviço permitirá que usuários cadastrem até duas pessoas de confiança que poderão bloquear o aparelho instantaneamente através de um site ou aplicativo desenvolvido pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP). O acesso ao serviço será feito mediante login com as credenciais do portal Gov.br.
O projeto visa facilitar o processo de bloqueio, especialmente para pessoas que não são tão familiarizadas com tecnologia. O MJSP colabora com grandes empresas como Google e Meta para agilizar o bloqueio, principalmente de dispositivos Android e de contas em redes sociais. O serviço é fruto de uma parceria entre o MJSP, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) e a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).
Fonte: UOL
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