Bloquear as bets é mais difícil do que bloquear o X/Twitter, afirma Anatel

A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) enfrenta um desafio significativo na regulação do mercado de apostas online no Brasil. Segundo Carlos Baigorri, presidente da agência, o processo de bloqueio dos sites de apostas ilegais, conhecidos como “bets”, é consideravelmente mais complexo do que a recente ação contra o X (antigo Twitter).

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Em declarações recentes, Baigorri comparou as duas situações, destacando a magnitude da tarefa atual. “No caso do X, estamos falando de uma plataforma só, um site e um domínio. Já com as bets, lidamos com aproximadamente 2.040 sites. O trabalho tem uma escala muito maior“, explicou o presidente da Anatel.

Carlos Baigorri, presidente da Anatel
Carlos Baigorri, presidente da Anatel

A agência confirmou que diversos sites de apostas foram bloqueados na última sexta-feira (11), mas reconhece que ainda há um longo caminho pela frente. A complexidade da operação se deve não apenas ao número de sites envolvidos, mas também à facilidade com que essas plataformas podem migrar para novos domínios.

Baigorri descreveu o esforço da Anatel como semelhante a “enxugar gelo”, ressaltando a natureza dinâmica do desafio. As bets têm a capacidade de rapidamente adotar novos domínios, tornando o processo de bloqueio um ciclo contínuo.

Diante dessa realidade, o presidente da Anatel enfatizou o papel crucial dos próprios apostadores na regulação do mercado. “O principal agente que pode bloquear os sites irregulares é o próprio apostador“, afirmou Baigorri. Ele argumenta que, sem demanda, as bets irregulares perderão força no mercado brasileiro a longo prazo.

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Quando questionado sobre o caso do X, Baigorri destacou que o Brasil demonstrou sua capacidade de fazer valer suas decisões no ambiente digital. Essa ação está sendo observada por outros países, especialmente no contexto de uma crescente discussão global sobre a regulação de plataformas digitais.

A Anatel está trabalhando em conjunto com outros órgãos governamentais para implementar a nova legislação que regula as apostas esportivas no Brasil. O objetivo é criar um ambiente seguro e regulamentado para as apostas online, protegendo os consumidores e garantindo a conformidade legal das operadoras.

Apesar dos desafios, a agência mantém-se otimista quanto ao futuro do mercado regulado de apostas no Brasil. A expectativa é que, com o tempo e a aplicação consistente das regulamentações, as plataformas ilegais percam espaço para operadores licenciados e em conformidade com a lei brasileira.

Fonte: Poder360

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Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
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