A Acer foi a primeira empresa de tecnologia a confirmar que aumentará os preços de seus produtos nos Estados Unidos em 10% devido às novas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump sobre produtos vindos da China. A medida impactará diretamente os consumidores, que terão de arcar com o aumento nos custos de importação.
Motivos por trás do aumento
As novas tarifas fazem parte da estratégia do governo norte-americano para reduzir a dependência da China na cadeia de suprimentos. Como a maior parte do hardware da Acer é produzida no país asiático, a empresa não tem alternativa a não ser repassar os custos ao consumidor final.
A situação também reforça a estratégia de grandes empresas como a Apple, que nos últimos anos tem diversificado sua produção e investido fortemente na Índia. Essa mudança visa reduzir o impacto de tarifas sobre produtos fabricados na China, além de aproveitar a mão de obra mais barata.
Aumento entra em vigor em março
Jason Chen, CEO e presidente da Acer, revelou ao jornal Taiwan Economic Daily que os novos preços entrarão em vigor a partir de março do próximo ano. Ele também destacou que o impacto das tarifas não se limitará à Acer, mas também a outras gigantes do setor, como Dell, Lenovo, HP, ASUS, MSI e GIGABYTE.
Todos os produtos importados diretamente da China para os Estados Unidos serão afetados, resultando em um aumento mínimo de 10% nos preços. Isso será particularmente perceptível em dispositivos mais caros, como notebooks de alto desempenho e placas de vídeo da nova geração, como a GeForce RTX 5090, que pode ter seu preço elevado de US$ 1.999 para US$ 2.199.
A tensão entre China x EUA pode impactar diversas categorias de produtos de tecnologia, como os monitores. Recentemente, um relatório do Digitimes Asia menciona que o preço dos monitores pode subir entre 5% a 100% nos próximos meses. A Consumer Technology Association (CTA) é menos otimista, indicando que o aumento pode ficar entre 60% e 100%. Essa alta pode impactar toda a cadeia produtiva, desde a fabricação até a distribuição.
Empresas podem tentar minimizar o impacto?
Apesar do aumento iminente, algumas empresas podem ter tomado medidas para minimizar os impactos das tarifas. Relatórios indicam que companhias como Dell, HP e Microsoft teriam acelerado sua produção antes da vigência das novas tarifas, garantindo estoques maiores a preços antigos. No entanto, ainda não está claro se essas empresas manterão os preços reduzidos até o esgotamento do estoque ou se optarão por reajustá-los imediatamente.
O fato é que, independentemente da estratégia adotada pelas fabricantes, o impacto será sentido pelos consumidores. Nenhuma empresa está disposta a absorver os custos adicionais, tornando inevitável o repasse dos valores ao mercado.
