É impossível a IA se tornar melhor do que o cérebro humano, diz cientista brasileiro

É impossível a IA se tornar melhor do que o cérebro humano, diz cientista brasileiro

Atualmente, o avanço da tecnologia de Inteligência Artificial (IA) vendo sendo o centro das atenções e de discussões no cenário científico e tecnológico. Muitos desses debates discutem os limites e potenciais desse tipo de ferramenta. Será que a IA um dia poderá superar os humanos?

De acordo com o renomado cientista brasileiro, Miguel Nicolelis, não. E ele tem bagagem para isso, tendo suas contribuições para a neurociência e compreensão do cérebro amplamente reconhecidas e até mesmo aparecendo na capa da prestigiada revista Science. Miguel destaca-se não apenas por suas realizações científicas, mas também por suas opiniões firmes sobre o futuro da IA.

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Cientista revela que IA não funciona como o cérebro humano

Miguel Nicolelis IA

Em recente entrevista concedida ao portal Metrópoles, Nicolelis defendeu sua convicção de que é “impossível que a IA se torne melhor do que o cérebro humano”.

Essa afirmação pode ser crucial e importante diante do cenário atual, um mundo onde o avanço tecnológico é cada vez maior e as projeções sobre o potencial da IA frequentemente desafiam os limites da imaginação. No entanto, o neurocientista brasileiro sustenta sua posição com argumentos sólidos, baseados em sua compreensão profunda da neurociência e da física.

Uma das principais linhas de raciocínio de Miguel é que a inteligência humana não é transferível para máquinas de computadores devido às diferenças fundamentais em seus modos de funcionamento.

“Isso é uma impossibilidade científica, matemática e até física, porque o cérebro não funciona como um computador. Ele não é uma máquina digital. E nós aprendemos de uma maneira completamente diferente de um sistema computacional. E a nossa inteligência não é transferível para uma fórmula matemática. Senão, imagina se tudo fosse transferido para um algoritmo, uma forma matemática? Já tinha gente ganhando fortunas na bolsa de valores, mas ninguém consegue prever o movimento da bolsa de valores, assim como ninguém consegue prever ou formular e criar um algoritmo que defina a inteligência humana.”

Ele ressalta que, enquanto o cérebro humano opera de maneira altamente complexa e não linear, os computadores utilizam lógica digital, incapaz de replicar integralmente os processos neurais.

Essa diferença essencial entre os sistemas biológicos e tecnológicos, segundo o cientista brasileiro, impede que a IA supere o cérebro humano, uma vez que tal feito contradiria as leis da física.

É preciso entender os limites da tecnologia e evitar exageros

“É inegável que o assunto do momento é a IA”, observa Miguel, reconhecendo a crescente relevância e presença dessa tecnologia no mundo atual. Empresas globais como OpenAI e Microsoft investem de forma contínua nesse campo, e produtos como o Galaxy AI da Samsung mostram como a IA pode ser incorporada nas vidas cotidianas.

Porém, o cientista brasileiro adverte ainda que temos que ter cuidado para não exagerar na exaltação das capacidades de ferramentas como IA, e que é preciso entender e saber diferenciar o que ela é realmente capaz e o que são apenas promessas mirabolantes.

Nesse contexto, o cientista critica figuras como Elon Musk e suas visões futuristas, exemplificadas pela Neuralink, empresa que busca integrar chips diretamente ao cérebro humano. Miguel sugere que tais projetos podem ser mais fruto da imaginação fértil de Musk do que de uma compreensão realista das limitações da tecnologia, e adverte que, mesmo com todos os recursos financeiros à disposição, desafiar as leis da física ainda é uma tarefa que permanece além do alcance humano.

“O senhor Musk deve ter assistido muito filme do Matrix, muita ficção científica. E acha que porque ele tem bilhões, ele é capaz de usar o dinheiro para desafiar as leis da física. Mas nem o Rei Midas seria capaz de fazer isso.”

Confira a entrevista completa no Portal Metrópoles.

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