Ex-funcionário da Apple é acusado pelos EUA de roubar tecnologia e fugir para a China

Um ex-engenheiro da Apple foi acusado pelo governo dos Estados Unidos de roubar segredos comerciais da empresa e fugir para a China.

O caso, que foi apresentado pelo Departamento de Justiça dos EUA, é um dos cinco casos identificados de funcionários de empresas americanas que supostamente roubaram tecnologia americana para benefício de países como a Rússia e a China.

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Chinês trabalhava no setor de carros autônomos

O ex-engenheiro em questão, Weibao Wang, foi contratado pela Apple em 2016 e trabalhou no setor de desenvolvimento de carros autônomos da empresa. No entanto, após aceitar um novo contrato com uma empresa chinesa concorrente, Wang esperou cerca de quatro meses para informar a Apple sobre sua nova posição.

Antes de sua partida para a China, Wang acessou grandes quantidades de dados proprietários da Apple. A própria empresa reuniu as provas para apresentar ao Departamento de Justiça, que realizou buscas na residência de Wang e encontrou diversos projetos da companhia. Pouco depois da busca, Wang embarcou em um avião para a China.

Matt Olsen, chefe do setor de segurança nacional do Departamento de Justiça, enfatizou a necessidade de ações mais profundas contra a espionagem. “Estamos vigilantes na aplicação da lei dos EUA para impedir o fluxo de tecnologias sensíveis para nossos adversários estrangeiros. Estamos comprometidos em fazer tudo o que pudermos para evitar que essas ferramentas avançadas caiam nas mãos de adversários“, disse Olsen.

A Apple, por enquanto, optou por não comentar o caso. O advogado de Wang também não se manifestou.

Estados Unidos investigam outros 5 casos de espionagem

Além do caso de Wang, as autoridades dos EUA também anunciaram acusações em outros cinco casos envolvendo supostos esforços para roubar tecnologia para benefício de China, Rússia e Irã.

Em outro caso com conexões com a China, os promotores americanos acusaram Liming Li, 64 anos, residente em Rancho Cucamonga, Califórnia, de supostamente subtrair segredos comerciais de seus empregadores sediados na Califórnia para estabelecer seu próprio negócio rival na China.

Nikolaos “Nikos” Bogonikolos, 49 anos, da Grécia, foi acusado pelos promotores de Nova York de contrabandear tecnologias militares de origem americana para a Rússia, enquanto trabalhava como contratado de defesa para a OTAN.

Os cidadãos russos Oleg Sergeyevich Patsulya e Vasilii Sergeyevich Besedin foram acusados individualmente no Arizona por supostamente utilizar sua empresa com sede na Flórida para enviar peças de aeronaves para companhias aéreas russas, enquanto o Departamento de Comércio, em uma ação paralela, suspendeu seus privilégios de exportação.

Além disso, os promotores de Nova York apresentaram acusações contra Xiangjiang Qiao, também conhecido como Joe Hansen, 39 anos, por supostamente usar uma empresa chinesa, que é alvo de sanções americanas, para fornecer materiais usados na produção de armas de destruição em massa para o Irã.

Qiao e Wang continuam foragidos na China, enquanto os outros quatro réus foram presos, segundo autoridades americanas.

Esses cinco casos foram os primeiros anunciados por uma “força-tarefa” dos EUA formada em fevereiro, em parte para proteger tecnologias sensíveis, embora as investigações tenham começado antes de sua criação.

Fonte: Reuters