Pedido da Justiça brasileira é tecnicamente impossível, afirma cofundador do Telegram

Pedido da Justiça brasileira é tecnicamente impossível, afirma cofundador do Telegram

O cofundador e CEO do Telegram, Pavel Durol, está recorrendo da ordem da Justiça Federal do Espírito Santo que determinou a suspensão do app no Brasil na quarta-feira (26). A decisão veio após a plataforma não ter atendido todas as solicitações de entrega de dados que ajudariam a contribuir com uma investigação sobre um ataque ocorrido no ano passado a uma escola em Aracruz, Espirito Santo, que resultou em 4 pessoas mortas e outros 12 feridos.

Segundo o executivo do app presente em cerca de 65% dos smartphones no Brasil, o pedido da justiça brasileira, do ponto de vista técnico, é impossível de ser atendido. Assim como consta no despacho sobre o bloqueio, a defesa do app alega que não é possível entregar os dados de um dos dois grupos extremistas solicitados, já que esse grupo foi excluído há mais de 6 meses antes do recebimento do ofício judicial.

Esse argumento foi rechaçado pelo juiz federal Wellington Lopes da Silva, da 1ª vara federal de Linhares. Além da suspensão, a Justiça também aplicou uma multa diária de R$ 1 milhão, caso a decisão seja descumprida. Vale pontuar que em determinadas regiões do país o acesso ao Telegram ainda está disponível, mas apresenta instabilidade. Até o fechamento desta matéria, consegui acessar o Telegram no Rio de Janeiro em um smartphone Android com chip da Claro.

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O executivo do Telegram também afirmou, em seu canal na plataforma, que em casos em que a lei do país vai contra a missão do aplicativo de garantir “liberdade de expressão e privacidade”, o Telegram precisa deixar esses mercados. “No passado, países como China, Irã e Rússia proibiram o Telegram devido à nossa posição de princípio sobre a questão dos direitos humanos. Tais eventos, embora infelizes, ainda são preferíveis à traição de nossos usuários e às crenças nas quais fomos fundados.”, acrescentou Durov.

O cofundador do app também reiterou que, independentemente do custo, o Telegram seguirá defendendo os “usuários do Brasil e seu direito à comunicação privada”. 

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