LG diz que suas telas OLED são menos propensas a burn-in do que o QD-OLED

LG diz que suas telas OLED são menos propensas a burn-in do que o QD-OLED

Representantes de marcas, independente de qual seja o segmento, estão sempre atentos em fisgar e divulgar qualquer ponto que favoreça seus produtos em relação ao do concorrente. Isso faz parte do jogo, e expande a discussão, principalmente quando falamos de comparação de tecnologias.

No universo dos televisores, as sul-coreanas LG e Samsung fazem o que podem para propagar que estão do lado certo em relação à aposta em termos do painel utilizado em seus principais modelos. A LG segue apostando no OLED, enquanto a Samsung enfatiza o uso do display híbrido que combina as propriedades dos pontos quânticos (Quantum Dots) e dos diodos orgânicos emissores de luz (OLEDs), o QD-OLED, que promete inúmeras vantagens em relação ao OLED e ao LCD, como cores mais vivas e brilhantes, menor consumo de energia e mais durabilidade.

O grande calcanhar de aquiles das OLED, quando comparado com o QD-LED, o pico de brilho, pode mudar em breve com Micro Lens Array (MLA), uma camada de lentes microscópicas colocadas sobre os pixels OLED. Anunciado pela LG durante a CES 2023, a companhia promete até 60% mais de brilho para os painéis OLED baseados nessa tecnologia. A empresa fala em pico de brilho de 1500 a 2000 nits.

Recentemente, Sooming Chang, head da LG Display, colocou mais lenha na fogueira sobre essa discussão de qual a melhor tecnologia de painel. O representante da companhia declarou numa call com a imprensa que  as telas OLED são menos propensas ao burn-in do que o QD-OLED.

O burn-in é termo é utilizado à exaustão quando falamos sobre painéis, e tem relação com possíveis retenções de imagens permanentes, manchas, que acabam aparecendo no painel a medida que um determinado conteúdo é exibido de forma prolongada, como o logo de emissoras de TV ou HUD em games.

Embora os painéis tenham avançado bastante ao longo dos anos, muitas pessoas ainda seguem com receio em adquirir uma TV OLED, pensando que o burn-in “dorme ao lado”. Vamos deixar um pouco o nome burn-in de lado, e vamos adotar um termo que cabe melhor, a uniformidade do painel. Qual a tecnologia de painel consegue manter a representação das imagens de forma mais uniforme ao longo do tempo?

É com base num teste do site RTings, referência em análises de TV, que o porta-voz da LG se baseou para afirmar que as telas OLED são menos propensas a essa desarmonia na reprodução das imagens ao longo do tempo.

O Rtings lançou o seguinte teste: 100 televisores, englobando modelos LCD LED, OLED, QD-OLED, colocadas para funcionar de 15,5 horas a 20 por dia, totalizando 126 horas por semana, desligando oito vezes ao dia para simular o uso normal. A cada dois meses o site irá atualizar as medições, mostrando como o painel se comporta ao longo do processo. “Faremos medições de uniformidade e brilho para ver como envelhecem com o tempo e procurar problemas de uniformidade ou alteração no brilho ao longo do tempo”. O teste terá duração de 2 anos.

Essa questão das medições da uniformidade de brilho são medidas essenciais para ir além da discussão do burn-in, essas medições tratam diretamente do envelhecimento do emissor de luz, impactando diretamente a longevidade.

Mesmo sem o teste ter sido concluído, a LG já está se aproveitando do momento para dar uma cutucada na rival, baseada nos resultados de 2 meses da análise. Os dados mais recentes da análise mostram que os painéis utilizado pela Samsung nas TVs QD-OLED começaram a apresentar sinais de incipiência na imagem, enquanto nas TVs OLED da LG, aparentemente, nenhuma grande alteração

Em cada TV analisada, é possível conferir no site a diferença entre a reprodução e checar a diferença entre elas. Abaixo um exemplo da comparação entre a LG C2 e a QLED The Frame da Samsung:

LG C2

 

Samsung QD-OLED S95B

 

Até mesmo a maneira como a TV se comporta em relação a sua programação interna pode fazer com que ela esteja menos ou mais propensa ao burn-in. O Rtings explica que TVs OLED da Sony e da LG lidam de forma diferente com a implementação da atualização de píxels.

Os modelos da Sony executam três ciclos de atualização de pixel por semana, enquanto as TVs LG executam 21. O site segue investigando o que essas diferenças podem representar em relação à atenuação de manchas e discrepâncias do painel.

Em declaração ao Rtings, o representante da LG declarou que os painéis OLED são mais uniformes graças ao uso de um material muito mais estável na fabricação, como o deutério nos painéis EX de segunda geração lançados no ano passado, além dos sub-pixels brancos que são mais duráveis que os píxels coloridos presentes nas outras telas.

 

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Do lado da Samsung, Nathan Sheffield, head of TV and Audio da Samsung Europe, argumentou que os níveis de brilho foram aumentados nos painéis QD-OLED 2023, modelos que não constam no teste do Rtings. “Embora não tenhamos que fazê-los funcionar sempre no máximo o tempo todo. Assim, você pode ter a melhor experiência em qualidade de imagem sem forçar a TV. Acho que isso provavelmente atenuará os riscos aos quais você está aludindo”, completa o executivo.

A Samsung também desta que os painéis QD-LED 2023 prometem duas vezes mais resistência a irregularidades no painel, quando comparado aos da primeira geração, vendidos em 2022.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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