Caos no Twitter. Cerca de 75% dos funcionários se demitem depois de ultimato de Elon Musk

Caos no Twitter. Cerca de 75% dos funcionários se demitem depois de ultimato de Elon Musk

O Twitter está passando por um momento bem conturbado da sua história, e ela acaba de ganhar um novo capítulo que pode ser muito decisivo. Depois das demissões feitas pelo próprio Elon Musk, agora foi a vez de vários funcionários da empresa pedirem demissão depois do e-mail enviado pelo CEO.

No e-mail, Elon Musk revelou que os funcionários precisariam se comprometer com uma nova cultura que ele denominou como “extremamente hardcore” se quisessem continuar trabalhando para a empresa. Com isso, a maioria acabou não aceitando a proposta e resolveu sair em massa.

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Funcionários não aceitam nova cultura “hardcore”

Não se sabe se esse foi exatamente o objetivo de Musk ou não, já que o e-mail tinha praticamente tudo para indicar isso. Nele, estava anexo um formulário e todos os funcionários tinham até o dia 17 de novembro para aceitar as novas condições de trabalho ou não fazer mais parte do time.

Porém, “fazer parte do novo Twitter” vinha com um preço. Por “cultura extremamente hardcore”, Elon Musk quis dizer que os funcionários terão que trabalhar longas horas e com alta intensidade, ou seja, um ambiente de trabalho nocivo que certamente trará consequências negativas para essas pessoas.

Com isso, a maioria não aceitou. De acordo com o Mashable, cerca de 75% dos funcionários da empresa não concordaram em fazer parte dessa mudança, e com isso os escritórios do Twitter foram fechados, provavelmente para evitar que esses funcionários façam algum tipo de retaliação ou simplesmente porque não vai ter quase ninguém por lá trabalhando.

Quem não concordou com a nova política de trabalho do Twitter foi dispensado e ainda receberá o equivalente a 3 meses de trabalho como indenização. Esse já era um desfecho até mesmo esperado, já que poucas pessoas iriam se submeter a jornadas exaustivas intermitentes e ainda em uma liderança de alguém excêntrico.

O Twitter vai acabar?

Se tem alguém preocupado, pelo menos não parece ser Elon Musk. O CEO da empresa vem postando alguns memes na própria plataforma insinuando que o Twitter vai acabar e levando isso em tom de piada. Ou é falta de preocupação ou ele realmente acredita que isso não vai acontecer. Mas com tudo que vem surgindo, não dá para saber qual é a pior opção nesse cenário.

Enquanto isso, as outras partes de liderança da rede social precisam lidar com a contabilização desses funcionários que saem e também dos que ficam. Primeiro, houve a demissão massiva de funcionários feitas pela próprio Elon Musk, que reduziu o número de trabalhadores a menos de 3.000. Agora, com o pedido de demissão de mais da maioria, esse número é menor do que 1.000 pessoas. Aqui no Brasil, dos 150 colaboradores, hoje em dia ficaram apenas entre 20 a 30.

Alguns funcionários, tanto os que ficaram quanto os que saíram, falaram com The Verge que isso em breve terá suas consequências na própria plataforma, que vai começar a apresentar problemas de funcionamento. Claro, já que muitas equipes que são fundamentais para o serviço não estarão mais trabalhando lá, como o pessoal que controla o tráfego, ou de monitoramento 24 horas da rede, entre muitos outros.

Musk ainda nega o fato, revelando que “as melhores pessoas estão ficando, então eu não estou superpreocupado”. A verdade é que, desde que ele se tornou CEO, o Twitter vem sofrendo uma onda de caos em sua gestão, e que geralmente são seguidas de postagens irônicas do próprio Elon Musk.

twitter

Entre as polêmicas estão o lançamento e posterior interrupção do Twitter Blue, onde Musk queria “democratizar” o selo de verificado para que qualquer pessoa pudesse ter e isso gerou uma onde de contas fakes com verificado que estavam enganando usuários. Em seguida, o CEO ainda começou as demissões em massa mandando embora funcionários que o criticaram nos chats do Slack da empresa. Elon também se envolveu em atrito com um dos desenvolvedores da plataforma, entre muitas outras confusões.

Até mesmo senadores dos Estados Unidos enviaram uma carta ao FTC, órgão de regulação do comércio do país, onde diziam que “Nas últimas semanas, o novo CEO do Twitter, Elon Musk, tomou medidas alarmantes que minaram a integridade e a segurança da plataforma e anunciou novos recursos, apesar dos avisos claros de que essas mudanças seriam usadas para fraude, golpes e falsificação de identidades”.

De qualquer forma, ainda não dá para saber se o Twitter vai acabar ou não. Um dos principais motivos para que isso aconteça é justamente quando os usuários abandonam o serviço, e por enquanto isso não parece estar acontecendo. Porém, com o número atual de funcionários, e com o aparecimento dos problemas, não dá para saber até quando as coisas continuarão assim.

Os escritórios do Twitter serão reabertos na próxima segunda-feira, dia 21 de novembro. A partir de então, saberemos os próximos capítulos dessa história que pode ser o fim ou o recomeço da plataforma.

imagem de capa por Jovana Mugosa / The Verge

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