Elon Musk anunciou que a Apple parou de anunciar no Twitter e colocou em cheque a posição da gigante de Cupertino em relação à liberdade de expressão. “A Apple praticamente parou de anunciar no Twitter. Eles odeiam a liberdade de expressão na América? O que está acontecendo aqui, Tim Cook?“, questionou o empresário sul-africano em um Tweet.
Apple has mostly stopped advertising on Twitter. Do they hate free speech in America?
— Elon Musk (@elonmusk) November 28, 2022
O magnata também pontuou que a Apple ameaçou retirar o aplicativo do Twitter da sua loja de apps, App Store, mas a empresa não comunicou o motivo. Lembrando que a Apple cobra 30% da receita de empresas com faturamento de mais de US$ 1 milhão na App Store, obviamente o Twitter está neste bolo.
Apple has also threatened to withhold Twitter from its App Store, but won’t tell us why
— Elon Musk (@elonmusk) November 28, 2022
Musk é contra esta taxa, inclusive o bilionário retuitou um vídeo que mostra a paródia que a Epic Games fez referência ao comercial 1984. Este comercial lendário da Apple, lançado no ano que o intitula, a coloca como a liderança da resistência no mercado de computadores, destronando a IBM, que seria a “totalitária” na época. Na reimaginação do comercial, feita pela Epic, a totalitária é a Apple, considerando agora o contexto da administração de sua loja de apps.
Accurate https://t.co/1PRfh67nWX
— Elon Musk (@elonmusk) November 28, 2022
Apple x Epic tem sido uma grande batalha judicial, apoiada por nomes como a Microsoft, que colocam a dona do iPhone como monopolizadora da distribuição de aplicativos e soluções de pagamento dentro de sua loja.
Há alguns dias, respondendo um tweetda jornalista Liz Wheeler sobre o monopólio das lojas de apps da Apple e do Google, Musk concordou com a posição de Wheeler, sobre um possível lançamento de um “tElonPhone”. “Certamente espero que não chegue a isso, mas, sim, se não houver outra escolha, farei um telefone alternativo”, disse Musk.
I certainly hope it does not come to that, but, yes, if there is no other choice, I will make an alternative phone
— Elon Musk (@elonmusk) November 25, 2022
A Apple não é a primeira empresa a deixar de lado a publicidade no Twitter após Elon Musk concluir a compra da rede social. Segundo um levantamento feito pelo centro de pesquisa Media Matters for America, cerca de 50 empresas já deixaram de anunciar na plataforma nas últimas semanas.
Essas empresas, somadas, investiram US$ 750 milhões em campanhas na rede somente em 2022. A lista de empresas que deixaram de anunciar no Twitter conta com Chevrolet, Ford e Chipotle, CNN, Coca-Cola, Meta, Verizon e Nestlé.
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No caso da Apple, a empresa aloca (ou alocava) cerca de 100 bilhões de dólares por ano para anunciar seus produtos e serviços na plataforma que agora é liderada por Elon Musk. Segundo dados obtidos pelo Washting Post, somente no primeiro trimestre de 2022, a Apple gastou cerca de US$ 48 milhões em Tweets patrocinados. Valores que fazem da Apple a principal anunciante do Twitter.
A forma como Musk lida com a liberdade de expressão seria o ponto central que estaria incomodando algumas empresas, que entendem que um possível afrouxamento na moderação pode representar em ainda mais disseminação de conteúdo de ódio. Muitas companhias não querem associar sua imagem a este modelo de gerenciamento pautado por Elon Musk.
Além de administrar esse revés cada vez mais significativo, Elon Musk vem buscando novas formas de rentabilizar o Twitter, que sempre esteve dependente de publicidade. A primeira ação, anunciada logo após assumir como novo CEO da rede, foi o modelo de assinatura, o Twitter Blue, que no Brasil custa R$ 25,90.
A Apple ainda não se pronunciou sobre o assunto.
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