Ações agressivas de cortes de preços praticadas no mercado internacional precisam sempre ser encaradas com uma boa dose de ceticismo quando movemos a realidade para o mercado brasileiro.
Em meados deste mês, surgiu a informação que tanto a NVIDIA quanto a AMD seguirão cortando custos das placas de vídeo da geração atual. Inúmeros fatores estão em jogo. Desde o processo de abre-alas para uma nova geração até mesmo a alteração no padrão de consumo, em que menos pessoas estão gastando com placas de vídeo.
Infelizmente, mudanças consideráveis de preço, olhando para o mercado de fora, nem sempre costumam refletir em proporções similares quando falamos de Brasil. Segundo uma matéria do Adrenaline, a situação nos bastidores, entre fabricantes de placas de vídeo e também os distribuidores, é caótica
A matéria cita o posicionamento do conhecido overclocker, líder do TecLab e representante da GALAX na América Latina, Ronado Buassali. Ele afirma que, atualmente, algumas placas de vídeo no Brasil estão sendo vendidas para o usuário final abaixo do preço de custo. E não é só isso. Com base em depoimentos de outros representantes da indústria ouvidos pela publicação, o consenso é que já foi alcançado o “fundo do poço”, em termos de cortes no preço de alguns modelos. É bem provável que essa aceleração na redução dos preços das placas de vídeo, que ganha tração no mercado externo, não se confirme por aqui.
“O cenário é desfavorável em todas as pontas da cadeia. Importadores e distribuidores que trazem grandes quantidades e tem perdas maiores, às pequenas lojas, que na “ponta do iceberg” não tem margem para erros ou qualquer tipo de subsídio e precisam escoar suas vendas para sobreviver”, frisa a matéria.
Uma das soluções que tem ganho força para tentar minimizar os problemas é o rebote. Uma espécie de aporte que o fabricante garante ao distribuidor, através de crédito em cima das parcelas que irão vencer com um desconto sobre o valor final, ou até mesmo em crédito para compras futuras. Esse aporte auxilia no reposicionamento dos preços em dois cenários: baixa nas vendas ou um excesso de unidades do produto em estoque.
O mercado global de placas de vídeo também não passa por um momento animador. Segundo fontes ouvidas pelo DigiTimes, a previsão é que a remessa global de GPUs caia 50% este ano. Os dados do balanço referente ao segundo trimestre fiscal da NVIDIA também constatam o momento atual. 44% de retração no segmento gaming, que abarca as placas voltadas ao mercado de jogos.
Jensen Huang, cofundador e CEO da NVIDIA, vem batendo na tecla do vento macroeconômico contrário“, causado pela forte inflação em vários mercados importantes, recessão e uma alteração óbvia, em virtude do momento nada favorável, no padrão de comportamento: menos pessoas estão comprando produtos de luxo, que é o caso da placa de vídeo.
Dados da empresa de consultoria Jon Peddie Research (JPR) revelam que o envio de GPUs da NVIDIA sofreu uma redução de 25,7% no segundo trimestre de 2022, enquanto a AMD apresentou uma retração de 7,6%. Essa movimentação fez com que a NVIDIA registrasse uma queda de 3,5% de sua quota de mercado. A AMD perdeu 1,1%. em relação ao trimestre anterior.
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