Operação policial contra a pirataria faz buscas no metaverso

Operação policial contra a pirataria faz buscas no metaverso

Ontem (21), o Ministério da Justiça e Segurança Pública deflagrou a quarta edição da Operação 404, marcando a entrada da operação policial no metaverso que foca no combate à pirataria com o foco de combater a pirataria.

Segundo o MJSP, a quarta fase da operação incluiu alvos responsáveis por pirataria audiovisual e canais que transmitiam streaming ilegal de músicas.

Vários dispositivos conhecidos como TV boxes foram apreendidos, aparelhos utilizados para realizar essas transmissões piratas. Com isso, foram a operação cumpriu 30 mandados, incluindo um no metaverso, e desativou quatro canais que realizavam transmissões piratas e retirou 90 vídeos do ar.

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A Operação 404 apreendeu diversas TV Boxes.

 

Ou seja, a operação policial, que contou com forças de segurança de 11 estados do Brasil, mirou os responsáveis por fornecer métodos de transmissão pirata.

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Até às 14 horas de ontem, a operação policial prendeu seis pessoas em flagrante, portanto, praticando a pirataria, embora essas prisões não tenham sido resultantes da busca no metaverso. Segundo o MJSP, policiais capturaram três pessoas em São Paulo, duas em Minas Gerais e uma em Goiás, além de apreender computadores, HDs, celulares e estruturas de servidor.

Materiais apreendidos em Belo Horizonte.

 

Por falar em Goiás, o estado do Centro-oeste é o que conta com mais alvos da operação junto da Bahia: seis cada um. Em seguida aparece São paulo, com cinco mandados, Rio Grande do Sul, Alagoas, Mato Grosso, Espírito Santo, Minas Gerais, Pará e Rio de Janeiro.

A operação cumpriu 30 mandados de busca e apreensão nos estados citados acima e em Pernambuco, removendo 266 sites no Brasil e excluindo 15 perfis em redes sociais.

Além do Brasil, também ocorreram ações policiais no exterior, com 53 mandados no Reino Unido e mais seis nos Estados Unidos. Isso porque a Operação 404 tem o apoio das embaixadas desses países no Brasil e das forças de segurança dos EUA (Departamento de Justiça – DOJ e Homeland Security Investigations – HSI) e do Reino Unido (IPO -Intellectual Property Office e PIPCU – Police Intellectual Property Crime Unit).

Operação 404 tem a colaboração de forças de segurança dos EUA e do Reino Unido, bem como de organizações contra a pirataria.

Outros colaboradores da operação incluem as associações de proteção da propriedade intelectual no Brasil.

Operação policial no metaverso 

A Operação 404 existe desde 2019, batizada em referência ao popular código de página indisponível. Ademais, o nome serve também para sintetizar o objetivo das ações da operação policial contra a pirataria.

A terceira fase da operação, que ocorreu em julho do ano passado, terminou com mais de 334 sites 94 apps bloqueados.

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Desde 2019, a Operação 404 ocorre em vários estados do Brasil.

Além disso, a terceira fase marcou a primeira vez em que a operação policial derrubou páginas no Reino Unido e nos Estados Unidos. Agora, a quarta fase marca a primeira vez que a operação policial faz buscas no metaverso.

 

Essa foi também a primeira operação policial no metaverso de toda a América Latina. No entanto, segundo o policial federal Alessandro Barreto, a operação no metaverso representa um aumento na sofisticação da prática do crime de pirataria no Brasil.

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Operação policial bloqueou quatro canais e 90 vídeos no metaverso.

O delegado Barreto, coordenador do Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), afirmou que os criminosos criavam mapas e eventos no metaverso, “onde cooptavam interessados em plataformas de vídeos”.

“Os criminosos anunciavam eventos pelas redes sociais e realizavam transmissões ilegais. A nossa luta contra a pirataria é constante. Estamos nos especializando cada vez mais para coibir essas práticas e identificar os novos crimes”, ressaltou Barreto.

“O foco principal é o combate a violação dos direitos autorais, que gera um prejuízo anual de R$15 bilhões para o Brasil. O protagonismo é da Polícia Civil dos estados, que atua de forma integrada para o sucesso da Operação”, reforçou o Secretário de Operação Integradas Adjunto, Bráulio de Melo.

Pirataria digital financia organizações criminosas, afirma delegado

O MJSP afirma que o Laboratório de Operações Cibernéticas da Secretaria de Operações Integradas reuniu o número de downloads ilegais dessas plataformas.

De acordo com órgão, houve mais de 10,2 milhões de downloads em plataformas que se passavam por canais oficiais de artistas como Alok, Marília Mendonça, Xandy Avião e Aline Barros.

Desse modo, 461 aplicativos de streaming de músicas foram retirados do ar nessa quarta fase da Operação 404.

Aplicativo pirata de streaming ainda é o mais popular da Play Store.

Carlos Bock, Coordenador-Geral de Combate ao Crime Organizado da Seopi, ressalta que a pirataria digital também serve para financiar organizações criminosas.

“É necessário o combate constante a esse tipo de crime, que também envolve lavagem de dinheiro”, afirma.

De acordo com Carlos Bock, o Laboratório de Operações Cibernéticas da Seopi identificou que 75% os apps e serviços de streaming alvos da operação capturam informações dos usuários.

O servidor afirma que os apps piratas conseguem acessar dados dos usuários, como os emails, senhas, assim como os registros bancários. Sobre as TV Boxes, aliás, o Coordenador-Geral de Combate ao Crime Organizado da Seopi afirmou que esses dispositivos operam “para roubar esses documentos”.

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