Mais de 35 mil arquivos do Banco Central da Rússia, correspondendo a 28 GB, foram vazados pelo coletivo Anonymous em uma publicação no Twitter na última sexta-feira.
Dois dias antes do vazamento, um perfil do Twitter, alegando ser uma das páginas oficiais do grupo hacker ativista Anonymous, anunciou a invasão do sistema do Banco Central da Rússia.
A publicação foi feita pelo perfil Anonymous TV — que conta com mais de 380 mil seguidores no Twitter —, alertando que iria tornar público os documentos em 48 horas.
JUST IN: The Central Bank of Russian Federation leak (28 GB) has been published by #Anonymous hackers (@Thblckrbbtworld).#Ukraine #OpRussia
🔻 https://t.co/msXQ24qDZ2— Anonymous TV 🇺🇦 (@YourAnonTV) March 25, 2022
Vazamento de documentos do Banco central é mais uma ação do Anonymous contra a Rússia
A invasão ao Banco Central da Rússia é parte da operação “OpRussia” do Anonymous, que protesta contra a invasão russa à Ucrânia.
No dia 25 de fevereiro, o Anonymous anunciou as ações de represália contra a Rússia:
“O Anonymous agora está envolvido em operações contra a Federação Russa. As nossas operações miram o governo russo. No entanto, inevitavelmente, o setor privado também pode ser afetado. Embora essa conta não seja a voz de todo o coletivo do grupo Anonymous, nós podemos reportar, certamente, as ações do grupo contra a Federação Russa. Nós queremos que o povo russo entenda que sabemos o quão difícil é se manifestar contra o ditador do seu país pelo medo de represálias”.
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Desse modo, agora com a invasão ao Banco Central da Rússia, o Anonymous vazou ao público geral 35 documentos detalhando “acordos secretos”.
“Agora que temos seus segredos econômicos, você irá tremer de medo, Putin”, alertou o Anonymous ao presidente da Rússia após obter os dados do banco central do país.
O Anonymous, além disso, para atestar a veracidade da invasão, publicou cópias de documentos bancários no idioma russo.
Invasão ocorreu no pior momento possível
Obviamente, qualquer dano econômico em período de guerra pode ganhar proporções avassaladoras, o que no caso da Rússia ainda tem outro detalhe.
O Banco Central da Rússia, assim como instituições similares em outros países, é responsável pela proteção e manutenção da moeda russa, o Rublo.
Devido às inúmeras sanções internacionais, sobretudo por parte dos Estados Unidos, a moeda russa sofreu uma queda vertiginosa, com a inflação chegando a 20%.
Portanto, a invasão do Anonymous ao Banco Central da Rússia — e posterior vazamento de dados — aperta ainda mais a corda no pescoço da chefe do órgão, Elvira Nabiullina.
Em uma reunião com o governo federal, Nabiullina já aparentava desanimada com as ações do Kremlin pelos resultados na economia do país.
De acordo com o Wall Street Journal, Nabiullina planejava renunciar ao cargo de chefe do Banco Central após a invasão russa à Ucrânia.
Contudo, o presidente Vladimir Putin exigiu que a dirigente ficasse no cargo e a nomeou para um mandato de mais cinco anos. Nabiullina, dessa forma, ficará a cargo de reorganizar a economia do país e lidar com eventuais invasões hackers aos órgãos financeiros da Rússia.
Para piorar a situação, o Anonymous ameaçou desestabilizar a infraestrutura online da Rússia, especificamente os sites do poder executivo, legislativo e do Ministério da Defesa.
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