Parceria entre Microsoft e Samsung pode colocar Intel em maus lençóis

Parceria entre Microsoft e Samsung pode colocar Intel em maus lençóis

Se você parar para dar uma olhada nos notebooks que rodam Windows e usam processadores ARM, perceberá que todos eles são equipados com chips Snapdragon. Alguns exemplos são o Lenovo Yoga C630 e o Surface Pro X. Ambos foram lançados em 2018 com o chip Snapdragon 850. Em 2019 eles foram atualizados para uma versão personalizada do processador, o Snapdragon 8cx.

Até mesmo a Samsung, que produz chips ARM, também usa os processadores da Qualcomm. O notebook Samsung Galaxy Book Go, por exemplo, lançado em 2021, vem equipado com um processador Snapdragon 7c Gen 2. Não é coincidência. E muito menos falta de concorrência. É simplesmente por que a Microsoft e a Qualcomm possuem um acordo de exclusividade.

E, portanto, os notebooks com Windows e chips ARM só podem ter processadores Snapdragon. Entretanto, de acordo com o site XDA-Developers, esse acordo de exclusividade está perto de terminar. O que abrirá espaço para outras fabricantes, como Samsung e MediaTek. A data para o fim do acordo de exclusividade ainda é um mistério.

Uma vez que esse acordo de exclusividade tenha terminado, outras empresas poderão adaptar seus processadores para serem compatíveis com o Windows 11. Isso mudaria a composição do mercado e traria para as lojas PCs com Windows equipados com outras opções de processadores. Não apenas os chips Snapdragon, da Qualcomm.

Uma das empresas que poderá ganhar força neste segmento de mercado é a sul-coreana Samsung. Há anos a empresa produz os processadores Exynos. Inicialmente apenas para smartphones. Mas desde 2020 há boatos de que a empresa trabalha em um chip Exynos com GPU da AMD. Os boatos mais recentes dão conta de que o processador Exynos 2200 virá com GPU AMD e será compatível tanto com celular quanto com desktops.

Outra empresa que pode se beneficiar fortemente com o fim desse acordo de exclusividade é a MediaTek. Desde 2016 a companhia trabalha com Chromebooks, como é o caso da linha Kompanio. Além disso, a taiwanesa também firmou parceria com a AMD para levar o Wi-Fi 6 aos processadores da linha Ryzen. Isso tudo poderia facilitar a entrada da companhia no mercado de PCs com Windows.

A Qualcomm diz que a transição para a arquitetura ARM é inevitável. Se ela estiver certa, a Intel tem um problema gigante para resolver nos anos à frente. Atualmente a Gigante de Santa Clara é líder absoluta no mercado de processadores. No terceiro trimestre de 2021 ela possui simplesmente 60,5% do mercado global de processadores. A AMD, sua principal concorrente, tem apenas 39,5% de market share.

Porém esse cenário pode mudar em pouco tempo. A Apple já produz os seus próprios chips na arquitetura ARM. Tanto é que os seus novos MacBooks já vem equipados com os chips Apple M1. E eles são surpreendentemente rápidos e com alta performance. Ou seja, os chips x86 da Intel não fizeram a menor falta. A Apple era uma das principais clientes da Intel. Se o mercado de notebooks deixar de usar processadores com arquitetura x86 e adotar de vez o ARM, esse pode ser também um duro golpe para a Intel.

Fontes: XDA-Developers e Tom’s Hardware

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
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