Criador do antivírus McAfee é encontrado morto em sua cela na Espanha

Nesta quarta-feira (23) o criador do antivírus McAfee, o americano John McAfee, de 75 anos, foi encontrado morto em sua cela, na prisão Brians 2, em Barcelona. Ele estava preso desde outubro de 2020, aguardando a decisão da justiça espanhola de extraditá-lo ou não para os Estados Unidos. Curiosamente, o pedido de extradição foi concedido no dia da morte do empresário.

A prisão do empresário aconteceu no aeroporto El Prat, de Barcelona. Ele estava prestes a embarcar para Istambul, uma das principais cidades da Turquia. De lá ele foi encaminhado para a prisão Brians 2, onde permaneceu até seu falecimento. John McAfee foi acusado formalmente pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por fraude em um esquema de moedas digitais.

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Causa da morte

Já faz pelo menos uma década que John McAfee não estava mais na empresa que fundou. O antivírus McAfee foi comprado pela Intel em 2010 por US$ 7,68 bilhões. Nos últimos anos, o empresário estava envolvido no mercado de criptomoedas e também em diversas acusações de sonegação de imposto por parte do governo dos Estados Unidos. McAfee lucrou milhões de dólares com moedas digitais e não estava declarando esses lucros.

As evidências indicam que a causa da morte foi suicídio, mas o caso ainda está sob investigação do Departamento de Justiça dos Estados Unidos. Segundo as autoridades espanholas, os vigilantes do presídio, ao encontrarem McAfee desacordado em sua cela, tentaram técnicas de reanimação, mas não tiveram sucesso.

Uma vida de polêmicas

“Ou você morre como herói, ou vive o bastante para se tornar o vilão”. Essa frase, dita pelo personagem Harvey Dent no filme Batman: O Cavaleiro das Trevas, parece se encaixar como uma luva na biografia de John McAfee.

Um empresário de sucesso e criador de um dos antivírus mais conceituados do mundo, descambou para as polêmicas e criminalidades no fim da vida. Segundo o Departamento de Justiça dos Estados Unidos, entre os anos de 2014 e 2018, McAfee lucrou mais de US$ 10 milhões no mercado de criptomoedas, em conferências, consultorias e até na venda de direitos para a produção de um documentário sobre sua vida. Mas nenhum desses ganhos foi declarado para o fisco.

O empresário, no entanto, negava as acusações e dizia estar sendo vítima de um complô. Ele alegava estar sendo perseguido por “razões políticas, ideológicas ou semelhantes”. Mas o Tribunal Nacional José de la Mata não engoliu essa história e ele continuou preso.

Antes disso, John McAfee já havia enfrentado um forte vício em drogas, que acabou o colocando também no mundo do tráfico de entorpecentes. Em 2009 ele se mudou para Belize, onde abriu uma empresa farmacêutica e, pouco tempo depois, virou notícia por ser vinculado a criminosos que mataram um de seus vizinhos. Além disso, ele também foi acusado de estuprar uma parceira de negócios.

Fonte: El País