Preço dos SSDs e HDs dispara após a revelação da criptomoeda Chia

Preço dos SSDs e HDs dispara após a revelação da criptomoeda Chia

Parte da escassez de placas de vídeo que o mercado vem enfrentando tem relação com o novo boom das criptomoedas, em particular a ascensão história da Ethereum (ETH). Até mesmo o famoso Bitcoin, que puxou a fila para o interesse mundial por criptomedas, já foi o causador da escassez de placas há alguns anos.

Em meio a esse cenário de um novo ciclo de busca internacional por mineração, surgiu na China uma nova criptomoeda, mais uma altcoin para se juntar as milhares que já existem, que tem uma abordagem diferente em termos de mineração. Essa criptomoeda, chamada de Chia (assim como a planta), utiliza  protocolo Prova de Espaço-Tempo, diferentemente protocolo Prova de Trabalho do Bitcoin, por exemplo. Essa mudança traz como principal novidade a possibilidade da mineração acontecer tendo um outro hardware como base.

Ao invés da placa de vídeo o foco agora são as unidades de armazenamento, os SSDs e HDs. Essa nova criptomoeda foi desenvolvida por Bram Cohen, o criador do BitTorrent. Essa mudança de operação também garante que essa criptomoeda irá gerar um gasto de energia menor em relação às opções que dependem de alta performance computacional.

A revelação mundial dessa nova criptomoeda já está resultando numa alteração dos preços dos HDs e SSDs no continente Asiático. De acordo com a publicação chinesa Time Finance, em certas unidades de armazenamento o aumento de preço é na ordem de 56.2%. O HD IronWolf de 16 TB de Seagate estava custando US$ 521. O mesmo HD agora sai por US$ 814.

Essa mesma linha é endossada pelo DigiTimes. A publicação fala de um estado de pânico em relação ao salto na procura por HDs de alta capacidade de armazenamento na China. Um detalhe interessante sobre o modo de operação dessa criptomoeda é a mineração tem um melhor resultado em unidades de grande capacidade de armazenamento, a partir de 4 TB. Inclusive, o melhor cenário, é o uso de unidades de classe empresarial, com capacidade de 8 TB pra cima. De acordo com o site chinês Hermitage Akihabara, as compras em massa de HDs e SSDs também aumentaram no Japão desde a semana passada.

No caso dos SSDs, talvez o mercado de unidades para o consumidor final não seja tão afetado, já que a Chia Coin não depende de altos valores de velocidade de leitura e escrita – parâmetro importante quando buscamos um SSD para dar um up na velocidade de carregamento de softwares e jogos em alta resolução.

O que importa para a Chia Coin é o TBW, parâmetro que muitos usuários nem observam quando estão pesquisando um SSD. O TBW é o terabytes written, uma indicação média da quantidade de dados que podem ser gravados na unidade antes que ela comece a passar por problemas de desgaste. O TBW varia muito de unidade para unidade, mas os maiores valores costumam ficar reservados a unidades com mais capacidade de armazenamento e também modelos de SSDs de classe empresarial.

Indicação do TBW do SSD WD Blue de 4 TB

Assim como já relatamos algumas fazendas de mineração que saltam aos olhos em relação ao número de placas de vídeo utilizadas, como, por exemplo, esta farm de mineração de Ethereum com 78 RTXs 3080, não vai demorar para surgir imagens de farms absurdas de HDs e SSDs trabalhando para a mineração de Chia. Soluções em hardware para isso não vai faltar. Um exemplo é a Onda B365 D32-D4 Magic Edition, uma placa-mãe com 32 portas SATA.

Onda B365 D32-D4 Magic Edition

 

Jiahe Jinwei, fabricante chinesa de SSDs, já anunciou seu primeiro SSD para a mineração da Chia.

Segundo o site oficial do projeto da Chia, a nova criptomoeda iniciará o processo de transação no blockchain estarão disponíveis a partir do dia 03 de maio.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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