Pesquisa revela que WhatsApp é a plataforma que mais dissemina fake news sobre o coronavírus

Com as medidas de isolamento em decorrência do novo coronavírus (COVID-19), apps como o WhaatsApp estão ganhando ainda mais relevância. Desde o início desssa crise global, o uso do mensageiro instantâneo mais utilizado no mundo cresceu 40%. Infelizmente, essse crescimento passa também por um aumento na disseminação de informações falsas relacionadas ao vírus. Isso é o que mostra o resultado de uma pesquisa realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).

De acordo com a pesquisa, 73,7% das informações falsas sobre o novo coronavírus circulam pelo WhatsApp. O Top 3 é completado por outros dois aplicativos que pertencem ao grupo de Mark Zuckerberg, Facebook (15,8%) e Instagram (10,5%). Essa pesquisa faz parte do trabalho dos pesquisadores da Escola Nacional de Saúde Pública (Ensp/Fiocruz), conduzida por Claudia Galhardi e Maria Cecília de Souza Minayo. O resultado foi obtido com base em analíses das notificações recebidas entre os dias 17 de março e 10 de abril pelo aplicativo Eu Fiscalizo – app lançado em fevereiro que é um canal para que a sociedade possa enviar notificações de conteúdos falsos.

A ideia é que a sociedade possa denunciar notícias falsas ou conteúdos inapropriados, exercendo, assim, sua cidadania e o direito à comunicação e entretenimento de qualidade no que tange à produção, circulação e consumo dos produtos midiáticos, explica a Fiocruz em seu site.

Segundo Claudia Galhardi, a partir de 17 de março o aplicativo Eu Fiscalizo registrou um aumento significativo de denúncias de fake news relacionadas à áreade sáude. “São Publicações pessoais, como ‘não acredite no coronavírus’, coisas assim“, explica Galhardi.

A Fiocruz é um dos principais alvos na disseminação de conteúdo falso sobre o covid-19, já que a pesquisa mostra que 71,4% das mensagens falsas circuladas pelo WhatsApp citam a Fundação como fonte de textos sobre a COVID-19 e com medidas de proteção e combate à doença. A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), juntas, somam 2% das instituições citadas como fonte de informações sobre cuidados e medidas contra o novo coronavírus em mensagens de WhatsApp.