Lei sancionada por Putin exige que fabricantes vendam smartphones com aplicativos russos pré-instalados

Lei sancionada por Putin exige que fabricantes vendam smartphones com aplicativos russos pré-instalados

A Russia aprovou mais uma etapa do seu projeto de controle sobre a informação e população, o presidente Vladimir Putin sancionou uma nova lei que está dando o que falar. A partir de 1º de julho de 2020 os fabricantes de dispositivos terão que vender seus aparelhos com aplicativos russos pré-instalados. Além dos smartphones, que citamos no título da matéria, a medida também se aplica a SmartTVs, computadores e outros gadgets.

Entre as empresas de tecnologia a Apple será uma das mais prejudicadas, já que a lei acaba revertendo tudo o que a companhia preza em seus produtos, o aparelho “limpo” de aplicativos de terceiros. De acordo com o jornal russo The Bell, que ouviu uma fonte anônima ligada a companhia, a exigência de aplicativos de terceiros representa uma ameaça a segurança, e que a Apple não podia tolerar isso. Lembre que a Apple já adotou tal postura em outros casos em que qualquer indício de enfraquecimento da segurança dos seus dispositivos foi cogitada, como no famoso episódio em 2016 quando se recusou a “hacker” o iPhone de um terrorista envolvido em um tiroteio que aconteceu um ano antes em San Bernadino, Califórnia.

Ainda não sabemos se a Apple irá ceder a pressão e colocar os apps que a Russia quer, mas recentemente a empresa administrada por Tim Cook cedeu a uma outra pressão de Putin e sua equipe. A Apple passou a exibir em seu app de mapas e de previsão de tempo a região da Crimeia anexada como parte do território russo.

Esses apps pré-instalados por imposição não são os únicos problemas que preocupam a Apple e outras empresas estrangeiras. Muitos representantes dessas corporações temem que esses aplicativos sirvam como backdoors para os serviços de segurança do Kremlin e continuem a controlar ainda mais as ações da população. A posição oficial do governo é que a instalação desses aplicativos visa fortalecer o mercado de TI local e garantir aos cidadãos russos mais opções na hora de escolher serviços individuais, um caso clássico do estado querendo definir o que cada um deve ou não utilizar, um “incentivo” controlado.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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