Nos EUA, só será considerada banda larga conexões de no mínimo 25 Mbps, afirma a FCC

Nos EUA, só será considerada banda larga conexões de no mínimo 25 Mbps, afirma a FCC

Eu lembro a primeira vez que assinei um plano de banda larga. Era um pacote da Oi Velox de 300 Kbps. Acho que foi em 2009/10. Na época, pra mim, era mágico! Não precisar esperar o final de semana para acessar à internet discada? Perfeito! Não precisar ir em uma lan house se quisesse acessar durante a semana? Sem comparação! E, por incrível que pareça, eu fiquei nesse plano de 300 Kbps por um bom tempo e, pelo menos pra mim, era suficiente. Depois que o bichinho da internet me mordeu, eu aumentei para 600K, depois 1 Mbps, depois 2 Mbps e hoje uso um plano da GVT de 25 Mbps e estou considerando aumentar para 35 Mbps.

O ponto aqui é: há alguns anos, 300 Kbps era suficiente para mim e para um monte de gente. Hoje, o mínimo que as operadoras oferecem é uma conexão de 5 Mbps, salvo raras excessões. Então, a pergunta é: a partir de qual velocidade uma conexão pode ser considerada banda larga? Será que hoje um link de 300 Kbps poderia ser chamado de “banda larga”? Pois bem, para a FCC (Comissão Federal de Comunicações), o equivalente à nossa Anatel nos Estados Unidos, a respesta é não. Recentemente ela definiu na terra do tio Sam que a velocidade mínima para que uma conexão seja considerada banda larga é de 25 Mbps de download e 4 Mbps de upload. Pois é, ainda estamos bem longe disso.

Antes da mudança a FCC considerava banda larga toda conexão que oferecesse 4 Mb/s de download e 1 Mb/s de upload. Porém, segundo o órgão, apenas 13,1% das famílias americanas possuem uma conexão abaixo disso. A velocidade média do país está em 32,57 Mb/s. Nada mau. Esse foi um dos motivos para o aumento do parâmetro para definir o que é uma conexão banda larga. Outro motivo foi explicado pelo chairman da FCC, Tom Wheeler, que disse que essa mudança fará com que mais pessoas desejem ter uma conexão de 25 Mb/s. Além disso, as operadoras não vão poder anunciar seus planos inferiores a isso como banda larga, sob o risco de serem julgadas por propaganda enganosa. Com isso, espera-se que novos assinantes busquem por contratos com planos mais rápidos e os já existentes revisem seus contratos, solicitando a alteração dos serviços contratados.

Não é necessário dizer que essa mudança beneficiou diretamente, além dos consumidores, empresas que trabalham por meio da internet, como Netflix, Spotify e outras. A própria Netflix foi uma das principais apoiadoras dessa mudança, visto que com 25 Mb/s será possível fazer streaming de conteúdo 4K sem problema algum. E esse é o próximo passo da companhia de streaming de vídeos. Com conexões mais rápidas os serviços de streaming de música poderão oferecer seu acervo com qualidade melhor também. Além disso, os gamers serão altamente beneficiados, já que com uma taxa de upload de 4 Mb/s dá pra jogar qualquer multiplayer atual sem engasgos ou lags.

Mas houve gente que chiou com a nova definição de banda larga nos EUA. Os provedores de internet, claro! Por exempo, a Verizon possui 9,2 milhões de clientes que possuem assinatura DSL que, quando muito, só atinge 15 Mb/s, devido a limitações técnicas. Desta forma, para se adequar aos novos padrões, a Verizon (e outras operadoras), precisarão fazer grandes investimentos em infraestrutura, principalmente nas redes de fibra ótica. Bem, não se pode fazer omelete sem quebrar uns ovos. Os tempos mudam. Se antes 300 Kbps eram suficientes, hoje já não é mais. É preciso se adaptar à demanda do mercado para não morrer.

Na minha opinião, 25 Mb/s é uma velocidade suficiente para a grande maioria (senão todos) os serviços de internet atuais. Dá pra assistir Netflix sem problemas, sem engasgos, as músicas do Spotify e outros serviços de streaming podem ser tocadas na mais alta qualidade. Eu jogo Battlefield 4 no modo Multiplayer experimentando raríssimos lags e com um ping bem razoável. Assisto vídeos no YouTube sem esperar muito tempo pelo carregamento do mesmo. E isso em vários dispositivos diferentes, como desktop, notebook, smartphone, tablet e Smart TV. Portanto, baseado em minha experiência pessoal, considero a decisão da FCC acertada. Ao menos para os padrões de hoje.

Infelizmente, a jurisdição da FCC se estende apenas aos Estados Unidos. No Brasil até hoje a Anatel não definiu um padrão para a banda larga. Mas, segundo o Plano Nacional de Banda Larga, eles consideram como tal conexões de 1 Mb/s para cima. Bem aquém do esperado. Vamos torcer para que um dia nosso órgão regulador dê mais atenção nesses pontos e a qualidade da conexão no Brasil também melhore. E para você, qual a velocidade idela de banda larga?

Fonte: The Verge

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