Android

Apesar de ser mais conhecido por causa do mecanismo de buscas, do Gmail e do AdSense, o Google investe bastante nas mais diversas áreas, de painéis solares a novos algoritmos de inteligência artificial. Em 2005 decidiram entrar também no ramo dos smartphones, adquirindo a Android Inc., uma pequena empresa de desenvolvimento de sistemas embarcados, dando origem aos boatos de que o Google estaria trabalhando no “Google Phone”.

Em casos normais, o correto seria dizer “a Google” ao fazer referência à empresa, assim como dizemos “a Microsoft”, “a IBM” e assim por diante. Entretanto, toda regra tem sua exceção, por isso, “o” Google é tratado como um caso especial, uma categoria à parte. A Microsoft é “a” Microsoft, o Google é “o” Google.

Quando foi finalmente divulgado, em 2007, o projeto acabou se revelando mais ambicioso. Ao invés de estarem simplesmente trabalhando em um modelo específico de smartphone, anunciaram um sistema operacional open-source (http://code.google.com/android/), baseado em Linux, que pode vir a se tornar a plataforma dominante entre os smartphones ao longo dos próximos anos.

Apesar de ter começado como um projeto particular, a partir de novembro de 2007 o desenvolvimento foi transferido para a Open Handset Alliance, uma fundação sem fins lucrativos, que, além do Google, inclui algumas dezenas de fabricantes de aparelhos, empresas de telefonia e desenvolvimento de softwares.

O Android é, sob diversos ângulos, uma antítese do iPhone. Enquanto a Apple optou por manter um controle estrito sob sua plataforma, impondo restrições aos desenvolvedores e controlando a distribuição dos aplicativos, o Google optou por seguir o caminho oposto, criando um sistema aberto e incentivando a criação de aplicativos para a plataforma, inclusive com prêmios em dinheiro.

Grande parte da estratégia em torno do Android é centrada no desenvolvimento de aplicativos por parte de outras empresas e programadores independentes. O Google entendeu que, assim como nos desktops, as plataformas de smartphones estão se consolidando e o mais importante passou a ser os aplicativos e não apenas o hardware ou as funções básicas do sistema. Tendo isso em mente, faz sentido que, sendo a última empresa a entrar no mercado, o Google seja quem está investindo mais pesado nessa frente, montando uma grande equipe de desenvolvimento, investindo em contatos com fabricantes e na divulgação do sistema e incentivando a participação externa.

Enquanto a Apple tenta restringir os desenvolvedores, com medo de que aplicativos ruins possam prejudicar a imagem da plataforma, o Google adotou uma atitude liberal, disponibilizando as ferramentas e deixando que a coisa flua naturalmente. Você mesmo pode baixar o SDK no http://code.google.com/android/download.html e começar a estudar o sistema.

Entra em cena, então, o Android Market, que faz o papel de canal de distribuição, assumindo a função que no mundo Apple pertence à AppStore. Ele serve como um repositório central de softwares para a plataforma, permitindo que eles sejam instalados rapidamente.

A principal diferença é que, no Android Market, os desenvolvedores podem publicar seus aplicativos diretamente, sem precisarem primeiro passar por um processo de aprovação. Essa desburocratização do processo tende a fazer com que ele conte com um maior volume de aplicativos a longo prazo. Nada impede, também, que os desenvolvedores disponibilizem seus aplicativos diretamente, fora do Android Market.

Inicialmente, o Android Market contém apenas aplicativos gratuitos, mas eventualmente o sistema passará a permitir também a disponibilização de aplicativos pagos, que também são necessários dentro de qualquer ecossistema saudável, atendendo a nichos específicos. No caso dos aplicativos pagos, o trato será similar ao usado na AppStore, com a renda sendo dividida entre o desenvolvedor e o Google.

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