Conectores: VGA x DVI


Em 1987 a IBM lançou o padrão de vídeo VGA, que permitia o uso de 640×480 com 256 cores. Com o passar dos anos, surgiram os padrões SVGA (800×600), XGA (1024×768), SXGA (1280×1024) e assim por diante, usados pelos monitores atuais. Apesar disso, o mesmo conector VGA analógico (Mini D-Sub) de 15 pinos continua sendo utilizado até hoje.

O grande problema é que os monitores CRT estão sendo rapidamente substituídos pelos monitores LCD, que são digitais por natureza. Para manter compatibilidade com as placas antigas, eles incluem conversores analógico/digital, que além de encarecerem os monitores, reduzem a qualidade da imagem.

Para resolver o problema, foi criado o padrão DVI (Digital Visual Interface), que permite que o sinal seja transmitido de forma digital da placa de vídeo até o monitor, eliminando a necessidade de fazer a conversão digital > analógico > digital, que causa degradação da imagem.

Existem diversos sub-padrões dentro do DVI. As placas atuais utilizam conectores DVI-I, que mantém a compatibilidade com os monitores antigos, oferecendo simultaneamente o sinal digital e o analógico. Isso permite que você conecte um monitor analógico em uma placa de vídeo com saída DVI-I utilizando um adaptador simples. Ele é normalmente fornecido junto com placas de vídeo que trazem apenas saídas DVI, como a maioria dos modelos da nVidia e da ATI:

O conector DVI utiliza 29 pinos. Destes, os pinos 8, C1, C2, C3, C4 e C5 são usados para transmitir o sinal analógico usado pelos monitores antigos, enquanto os demais transmitem o sinal digital, como você pode ver no diagrama:

O DVI suporta o uso de conexões single-link e dual-link. Cada link de dados é formado por três canais independentes (um para cada cor), de 8 bits e 165 MHz. Assim como no SATA e no PCI Express, para cada 8 bits de dados, são enviados 2 bits adicionais de sincronismo, de forma que cada link DVI oferece um total de 4.95 gigabits de banda. Uma conexão dual-link dobra este valor, oferecendo uma banda total de 9.9 gigabits.

Uma conexão single-link suporta o uso de até 1600×1200 (com 60 Hz de atualização), enquanto uma conexão dual-link suporta o uso de 2048×1536 (com 75 Hz) ou 2560×1600 (com 60 Hz, que é a taxa de atualização usada pela maioria dos monitores LCD). Como estamos falando de um link digital, existe uma grande flexibilidade. É possível atingir resoluções mais altas reduzindo o refresh rate, por exemplo, mas isso não é muito comum, já que causa perda da fluidez da imagem e, de qualquer forma, ainda não existe muita demanda por monitores com resoluções acima de 2048×1536.

Os cabos single-link possuem duas colunas de pinos a menos, mas são fisicamente compatíveis com os conectores dual-link:


Conector DVI dual-link (à esquerda) e conector single-link

Você pode ligar um monitor single-link em uma placa com conectores dual-link sem problema algum. O inverso (uma placa single-link com um monitor dual-link) também funciona, mas neste caso você fica limitado a 1920×1080, independentemente da resolução suportada pelo do monitor. Uma observação é que muitas placas de vídeo baratas utilizam conectores dual-link, mas na verdade operam apenas em modo single-link. Se você pretender usar um monitor de alta resolução, cheque sempre as especificações da placa.

Embora pareça exagero, muitos monitores de LCD de 30″ já suportam o padrão WQXGA (2560×1600) nativamente, como o Apple 30IN cinema, o HP LP3065 e o Dell 3007WFP. Com a queda nos preços dos monitores LCD, não se surpreenda se daqui a poucos anos estes displays monstruosos passarem a ser um item popular nos micros desktop. 🙂


Dell 3007WFP de 30″, com resolução de 2560×1600

Além do DVI-I, existem também os conectores DVI-D, que carregam apenas o sinal digital, abandonando a possibilidade de usar o adaptador para conectar um monitor antigo. A única diferença visível entre os dois é que o DVI-D não possui os pinos C1, C2, C3 e C4. As placas com conectores DVI-D são relativamente raras, já que o DVDI-I combina o melhor dos dois mundos, mas o DVI-D pode virar a mesa no futuro, conforme a compatibilidade com monitores antigos for lentamente deixando de ser uma preocupação. Adotar o DVI-D permite que os fabricantes de placas de vídeo removam o conversor digital/analógico, o que reduz em alguns dólares o custo de produção.


Conector DVI-D

É possível ainda ligar uma placa de vídeo com saída DVI a uma HDTV que utilize um conector HDMI. Tanto o DVI quanto o HDMI utilizam o mesmo padrão de sinalização, de forma que é necessário apenas comprar um cabo simples. A limitação neste caso é que a saída DVI não inclui os pinos destinados ao som, de forma que você precisa usar um cabo de áudio separado.


Cabo DVI > HDMI

Outro termo associado ao DVI é o HDCP (High-Bandwidth Digital Content Protection), uma tecnologia menos nobre, que se destina a “proteger” a indústria cinematográfica dos ladrões de conteúdo (consumidores), provendo uma forma de proteger e encriptar filmes e seriados. Ele é utilizado tanto no HD DVD quanto no Blu-ray. O que diferencia o HDCP de sistemas anteriores de encriptação, como o CSS usado no DVD, é o fato dele ser bem mais intrusivo, demandando a combinação de um sistema operacional, um software de reprodução, uma placa de vídeo e um monitor compatíveis com o padrão, caso contrário o sinal de alta-resolução é bloqueado e a qualidade é degradada a um nível similar ao do DVD.

Concluindo, muitas placas incluem ainda um conector S-Video, que permite usar uma TV como monitor. A qualidade não é muito boa, já que a placa degrada a imagem para o sinal de 640×480 com 60 Hz (interlaçado ainda por cima) suportado pela TV, mas ainda assim o conector é utilizado por muita gente na hora de assistir filmes e jogar, já que, apesar da baixa qualidade de imagem, a TV é geralmente bem maior do que o monitor. Muitas placas incluem as três saídas, como esta antiga ATI R9500, permitindo que você escolha qual usar:

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