Chipsets: modelos e recursos

Depois do processador principal, o componente mais “inteligente” do micro, que executa o maior número de funções é o chipset. Ele comanda toda a comunicação entre o processador e os demais componentes, assim como entre os próprios componentes, como a
placa de vídeo e o HD, através dos canais de DMA por exemplo. O chipset é o principal componente da placa mãe, e como prometido, vamos estudar agora sobre os diferentes chipsets, tanto os que já são história, quanto os que estão em uso atualmente.

Nos primeiros PCs, os circuitos controladores da placa mãe, ficavam espalhados em diversos pontos da placa. Alguém teve então idéia de juntar todos estes circuitos em alguns poucos chips. Isto traz diversas vantagens. A primeira, é logicamente o preço,
pois ao produzir uma quantidade menor de componentes, os custos caem bastante. Mas, a principal vantagem, é que como os componentes estão próximos, é possível que a placa mãe suporte trabalhar a frequências mais altas, pois o sinal elétrico demorará muito
menos tempo para ir de um componente ao outro.

Distâncias menores também ajudam a atenuar outros problemas, como interferências e facilitar o trabalho dos projetistas.

A maioria dos chipsets são compostos de dois chips, alguns porém são compostos de apenas 1 ou mesmo 3 ou 4 chips. Depois do processador, os maiores chips que você vai encontrar na placa mãe são justamente o chipset

Os recursos que serão suportados pelo PC, assim como a compatibilidade ou não com novas tecnologias, são determinados pelo chipset. Você deve lembrar que a partir do 386, todos os processadores suportam o uso de até 4 Gigabytes de memória. O problema é
que, a grande maioria dos chipsets em uso, suportam quantidades bem menores: 2 GB, 1 GB ou mesmo 512 MB. Isso sem falar de chipsets antigos, que suportam apenas 128 MB.

Assim, apesar de termos um processador que suporta o uso de até 4 Gigabytes de memória, ficamos limitados à quantidade suportada pelo chipset. Na verdade, praticamente todos os recursos suportados pelo micro, incluindo o suporte a recursos como o USB,
AGP, UDMA 66, processadores e tipos de memória RAM que poderão ser utilizados, compatibilidade com periféricos, etc. são determinados pelo chipset. Devido a isto, muitos especialistas declaram que o chipset é o componente mais importante do micro, mais
importante inclusive que o próprio processador. Os principais componentes dos chipsets atuais são:

Controlador de memória: Determina a quantidade máxima de memória RAM suportada, tipos de memória suportados e a velocidade do acesso.

Interfaces IDE: Todos os chipsets atuais trazem duas interfaces IDE embutidas, mas a velocidades das portas (UDMA 33 ou UDMA 100 por exemplo) variam de acordo com o chipset
usado.

PCI Bridge: Este é o circuito que controla o barramento PCI e determina a quantidade máxima de slots PCI que poderão ser usados. Alguns chipsets suportam apenas 3 ou 4 slots,
enquanto outros suportam até 7 slots. Existem também pequenas variações de desempenho dos periféricos PCI de acordo com o chipset.

Real-time Clock: Este é o relógio que mantém a data e hora mesmo quando o micro está desligado. É alimentado pela bateria da placa mãe e, em alguns casos, é formado por um
chip separado.

Controlador de DMA: Permite que os periféricos possam comunicar-se entre sí sem ocupar o processador. É ele que permite que a placa de som possa ler dados gravados na
memória, sem ter que passar pelo processador, por exemplo.

Controlador do Teclado: Controla a comunicação com o teclado. Este é mais um dos componentes que antigamente formavam chips separados, mas que atualmente são embutidos no
chipset.

Controlador PS/2: Controla a porta PS/2, que pode ser utilizada por um mouse.

Controlador de cache L2: Em placas mãe soquete 7, que ainda utilizam cache externo, é este circuito que faz o acesso ao cache da placa mãe. Nos processadores atuais, onde o
L2 é integrado, este circuito faz parte do processador.

Controlador Super I/O: Controla as portas seriais, paralelas, infravermelhas e controladora de drives de disquetes. Mesmo atualmente nem todos os chipsets incluem este
componente, o que obriga os fabricantes de placas mãe a incluí-lo na forma de uma chip separado, aumentando os custos de produção.

CMOS: Atualmente, o CMOS, a pequena parcela de memória volátil que armazena as configurações do Setup também faz parte do chipset, sendo em geral composta por apenas 64 bytes
de memória.

AGP: O suporte a AGP é um dos principais diferenciais entre os chipsets atuais. Dependendo do modelo, podemos ter suporte a AGP 2x ou 4x, ou mesmo não ter suporte a um slot
AGP, como no caso das placas baseadas no chipset i810, onde o barramento AGP é ocupado pelo vídeo onboard.

USB: Praticamente todos os chipsets atuais trazem embutido um controlador USB, suportando o uso de 2 ou mesmo 4 portas USB.

Pontes Norte e Ponte Sul (Northbridge e Southbridge): Você ouvirá estes termos com bastante frequência. O design de chipsets mais comum é a divisão dos componentes em dois
chips. Nesse caso, o chip principal, que armazena os circuitos controladores de memória, cache e do barramento PCI é chamado de ponte norte, e o chip menor, que armazena os componentes menos essenciais, como interfaces IDE, portas seriais, etc. é
chamado de ponte sul. Claro que esta não é uma regra, existem muitos projetos de chipsets com apenas 1 chip, ou mesmo com 3 ou 4 chips (respectivamente como o i810 e o i440FX), onde esta designação não é aplicada.

Suporte por parte do BIOS: O BIOS não faz necessariamente parte do chipset, mas é um componente diretamente relacionado com ele. A maioria dos recursos e opções permitidas
pelo chipset podem ser configurados através do Setup, mas para isso é preciso que o BIOS ofereça estas opções de configuração através de Setup, caso contrário nada feito. A variedade de opções permitidas pelo Setup é outro diferencial entre placas mãe
baseadas no mesmo chipset.

Apenas baseado no chipset utilizado, podemos ter uma boa idéia dos recursos suportados por uma determinada placa mãe e seu nível de atualização e compatibilidade. Vale lembrar que o fabricante da placa mãe tem liberdade para utilizar ou não todos os
recursos do chipset. Pode por exemplo incluir uma placa de vídeo onboard e eliminar o slot AGP.

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