Capítulo 7: Monitores

O monitor tem uma importância vital, pois em conjunto com a placa de vídeo forma o principal meio de comunicação entre a máquina e nós. Os fatores que diferenciam os inúmeros modelos de monitores à venda no mercado, são basicamente o tamanho, o Dot Pitch, ou o tamanho dos pontos que compõe e tela, as resoluções suportadas e a taxa máxima de atualização da imagem.

Quanto ao tamanho, é a medida em polegadas entre as diagonais da tela. Os mais usados atualmente ainda são os monitores de 14 e 15 polegadas, mas caso você deseje trabalhar com aplicativos gráficos, ou mesmo utilizar o PC para jogos, será muito beneficiado por um monitor de 17 ou mesmo 20 polegadas. Além do tamanho físico, a vantagem dos monitores maiores, é que invariavelmente eles suportam resoluções maiores, assim como maiores taxas de atualização.

Outra coisa importante com relação aos monitores é o tamanho dos pontos que compõem a tela, ou Dot Pitch. Se você pegar uma lupa e examinar a tela de seu monitor, verá que a imagem é formada por pontos verdes, azuis e vermelhos. Cada conjunto de três pontos é chamado de tríade, e a distância diagonal entre dois pontos da mesma cor, o que compõe justamente a medida de uma tríade é chamada de Dot Pitch. O mais comum é encontrarmos monitores com Dot Pitch de 0.29 milímetros quadrados. Alguns monitores mais recentes, porém, utilizam pontos menores, de 0.22 ou 0.19 mm, o que garante uma imagem de melhor qualidade. Apenas para efeito de comparação, os antigos monitores VGA, que suportam apenas 640 x 480 usam dot pitch de 0.39.

Um bom monitor de 14 polegadas deve suportar resoluções de até 1024×768 pontos. Monitores maiores também devem ser capazes de exibir resoluções de 1280×1024 ou mesmo 1600×1200 no caso dos de 20 polegadas.

O mais comum por parte dos usuários que usam monitores de 14 polegadas, é o uso de resolução de 800×600, pois mesmo quando suportadas, resoluções maiores acabam sendo desconfortáveis em um monitor pequeno. No caso de monitores grandes porém, o uso de resoluções maiores já é fortemente recomendado.

A última característica, e talvez a mais importante nos monitores, é a frequência de atualização da imagem, ou “refresh rate”. Num monitor, um feixe de elétrons bombardeia continuamente a tela, formando a imagem. A quantidade de vezes por segundo que este feixe atualiza a imagem, é chamada de taxa de atualização.

Um bom monitor, deve ser capaz de atualizar a imagem pelo menos 75 vezes por segundo (75Hz). Porém, monitores de menor qualidade são capazes de manter uma taxa de refresh de apenas 60 Hz, o que causa cintilação na imagem, também chamada de “flicker”.

O flicker ocorre devido à perda de luminosidade das células de fósforo do monitor. Usando uma taxa de renovação de menos de 75Hz, o tempo que o feixe de elétrons demora para passar é muito longo, fazendo com que células percam parte do seu brilho, sendo reacendidas bruscamente na próxima passagem do feixe de elétrons. Isto faz com que as células pisquem, tornando instável a imagem. Esta instabilidade, além de desconfortável, faz muito mal aos olhos.

A taxa de atualização do monitor também depende da resolução utilizada. No monitor, a imagem é atualizada linha a linha, de cima para baixo. A quantidade de linhas que o monitor é capaz de varrer por segundo é chamada de frequência horizontal, que é medida em KHz. Os monitores de 14 polegadas geralmente têm frequência horizontal de 49 KHz, ou seja, são capazes de atualizar 49 mil linhas por segundo. Isto é suficiente quando vamos usar resolução de 640 x 480 ou mesmo 800×600, pois 49 KHz são suficientes para uma taxa de atualização de 75 Hz, o que ja é um bom valor.

Você poderia perguntar o por quê de 75 Hz, já que 49.000 / 600 dá 81,6. A resposta é o retraço vertical e horizontal, que corresponde o tempo que o feixe de elétrons, quando chega ao final de uma linha, ou à última linha da tela, demora para retornar ao início e reiniciar a varredura.

O tempo perdido com o retraço varia de monitor para monitor, mas geralmente consome 5 ou 6% do tempo total. Apesar dos monitores menores geralmente suportarem resolução de 1024×768, esta não é recomendável, pois o monitor não seria capaz de manter uma taxa de atualização de mais de 60Hz, gerando flicker. Monitores maiores, porém, possuem frequências horizontais que podem ser de mais de 135 kHz, o que nos proporciona boas taxas de atualização, mesmo em resoluções mais elevadas.

Na ilustração abaixo temos o caminho percorrido pelo feixe de elétrons cada vez que a imagem é atualizada no monitor. As linhas na diagonal e na vertical representam o tempo perdido com o retraço.

Uma curiosidade sobre os monitores é que os utilizados atualmente são todos monitores analógicos, enquanto que os antigos monitores CGA e EGA são digitais. Isto à primeira vista parece uma grande loucura, quer dizer que ao invés de avançarem em tecnologia os monitores regrediram? Na verdade, os antigos monitores CGA e EGA trabalhavam com uma quantidade muito limitada de cores, fazendo com que neles fosse muito mais fácil usar sinais digitais para formar a imagem. A partir dos monitores padrão VGA, passou-se a usar sinais analógicos para formar a cor dos pontos, permitindo gerar uma quantidade teoricamente ilimitada de cores, assim como existem ilimitadas frequências possíveis para um sinal analógico.

Na prática, porém, temos 256 cores nos monitores VGA e 16 milhões nos monitores Super VGA, valores nada modestos de qualquer maneira se comparados aos dos monitores mais antigos. Claro que a imagem a ser mostrada é gravada na memória da placa de vídeo no formato digital, tanto que se configurarmos a resolução de vídeo para 640×480 com 16 bits de cor por exemplo, usaremos 600 Kbytes da memória de vídeo. Existe porém, na placa de vídeo, um circuito especial chamado “RAMDAC” (Ramdom Access Memory – Digital Analog Converter) que converte os sinais digitais em sinais analógicos, que podem ser compreendidos pelo monitor. A função deste circuito é apenas ler o conteúdo da memória de vídeo, convertê-lo em sinais analógicos e enviá-lo para o monitor. Toda placa de vídeo VGA ou SVGA inclui este circuito.

Ao dizer que os monitores atuais são analógicos, refiro-me ao fato dos sinais que vão da placa de vídeo para o monitor serem analógicos. Se você der uma volta por lojas de informática, ou mesmo der uma olhada nos classificados de informática de algum grande jornal, você verá muitas ofertas de monitores supostamente digitais. Esta é apenas mais uma confusão. O que é digital nestes monitores são apenas os controles de imagem (além claro de alguns dos circuitos internos). Ao invés de usar botões de girar para regular a imagem, estes monitores usam botões de toque, como nos televisores, ou seja, usam “controles digitais”. Não devemos confundir o termo “monitor com controles digitais” com o termo “monitor digital”: existe uma grande diferença aí.

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