Gnome

Assim como o KDE, o Gnome não é um simples gerenciador de janelas, mas sim um desktop, com um conjunto de bibliotecas e vários programas que facilitam o uso e configuração do sistema.

Os programas do KDE e do Gnome são perfeitamente intercompatíveis, você pode perfeitamente rodar o Konqueror dentro do Gnome ou o Nautilus dentro do KDE se quiser, desde que tenha tanto o Gnome quanto o KDE instalados no sistema.

O grande problema em misturar aplicativos é que o Gnome utiliza uma biblioteca diferente, a GTK+. Isto significa que ao carregar qualquer programa do Gnome no KDE ou vice-versa o sistema terá que carregar também a biblioteca correspondente, o que leva alguns segundos e consome uma quantidade considerável de memória RAM.

Para quem utiliza o Gnome o Konqueror demora uma eternidade para abrir, enquanto para quem utiliza o KDE ele abre sempre quase que imediatamente.

Mesmo depois de abertos os programas “não-nativos” apresentam uma velocidade de resposta um pouco abaixo do normal. O Evolution é um leitor de e-mails com muitos recursos e por isso também muito pesado, mas você verá que ele fica mais lento rodando sobre o KDE do que sobre o Gnome.

A biblioteca GTK+ é usada por um número muito grande de programas além dos que são normalmente relacionados com o Gnome. Alguns exemplos são o Mozilla, Gain, Gnumeric, Abiword, Gimp, Xcdroast, Sylpheed, Nautilus, Endeavour II, Bluefish e Evolution.

O GTK+ é extremamente popular entre os desenvolvedores devido à facilidade de desenvolvimento. Se você usa predominantemente programas baseados no GTK+ então prefira usar o Gnome, assim o desempenho do seu sistema será melhor.


Versões
: Existem duas grandes versões do Gnome em uso. A versão 1.4 foi padrão durante quase um ano, entre o final de 2001 e Setembro de 2002 e conseqüentemente usada em todas as distribuições lançadas durante o período, incluindo o Mandrake até o 8.2, RedHat até o 7.3, Slackware até o 8.1 e Conectiva até o 8.0.

Depois surgiu o Gnome 2.0 que trouxe um grande número de melhorias, com destaque ao excelente suporte a antialising de fontes e outras melhorias visuais e uma nova versão da biblioteca de desenvolvimento, que trouxe uma grande quantidade de novos recursos para os desenvolvedores.

O grande problema é que a mudança de biblioteca tornou a nova safra de programas incompatíveis com o Gnome 1.4. Se você pretende usar o Gnome é recomendável utilizar uma distribuição que já venha com o Gnome 2.0, como o Mandrake 9.0, Red Hat 8.0 e Slackware 9.0 em diante, caso contrário você deverá instalá-lo manualmente.

Veja que o GTK+ 2.x não oferece compatibilidade retroativa com a versão antiga. Os desenvolvedores optaram por fazer todas as mudanças importantes de uma vez, mesmo que o choque fosse grande. Devido a isto é preciso manter as duas versões instaladas no sistema, como estão fazendo as principais distribuições.


Configuração
: Assim como no KDE é possível alterar a posição da barra de tarefas, criar uma segunda barra, no topo ou canto da tela (é possível ter até 4) e incluir applets diversos. A configuração é feita através de uma ferramenta central, o Gconf que veremos adiante.

Algumas distribuições, como o Mandrake 9.0 utilizam por default duas barras de tarefas distintas, uma na base e outra no topo da tela. Alguns usuários preferem assim, mas outros estranham bastante 😉

O Gnome permite que você utilize múltiplas barras de tarefas, você pode ter até quatro barras fixas (uma em cada canto da tela) e mais um número indefinido de barras flutuantes. Você pode adaptar o visual às suas preferências.

Clicando sobre uma das barras existente, você verá um menu como este. Aqui você pode adicionar applets à barra de tarefas (relógio, monitor de sistema, lista de janelas, menu, etc.), adicionar atalhos para aplicativos do menu, além de configurara largura da barra, criar novas barras ou simplesmente deletá-la, caso você não queira a barra no topo da tela por exemplo.

Clicando no “Adicionar ao Painel” você tem acesso ao menu de componentes. Veja a quantidade de opções disponíveis:

O conjunto básico, usado por 8 em cada 10 usuários inclui o Relógio (acessórios > Relógio), o menu do Gnome que faz as vias de iniciar (Gnome Menu), a lista de janelas abertas (Utilitário > Lista de Janelas) e o controle de volume (Multimídia > Controle de Volume).

Dentro do menu “Utilitário” você encontrará alguns Applets de sistema, como os disponíveis no KDE. O conjunto pode variar de acordo com a distribuição, mas é possível baixar mais applets no http://www.gnome.org/softwaremap/list

Clicando sobre qualquer um dos componentes adicionados à barra de tarefas você tem acesso a mais um menu, que permite mover ou editar as propriedades. Quase todos os applets oferecem algumas opções que podem ser editadas aqui.

O gerenciador de arquivos default do Gnome é o Nautilus. Ele oferece um conjunto de recurso bastante interessante, com preview de arquivos, opções de filtros e comentários para pastas e assim por diante. O Nautilus perde para o Konqueror em número de recursos disponíveis mas possui como ponto forte o visual e a integração com o Gnome. O Nautilus pode ser lento rodando sobre o KDE, mas é bem rápido se executado dentro do Gnome:

O GConf pode ser configurado através do Painel de Controle do Gnome, disponível no Iniciar. Estão disponíveis aqui as configurações do mouse e teclado, além das opções cosméticas de sempre, como papel de pare, protetor de tela, sons de sistema, etc.

Se você achou a fonte default muito pequena, pode alterar tanto o tamanho quanto a fonte usada na opção “Fonte”. A alteração vale não apenas para o gerenciador de janelas, mas para todos os aplicativos do Gnome.

Dentro da seção “Avançado” você pode configurar os aplicativos preferenciais do sistema, que abrirão cada tipo de arquivo por default, além de mais algumas opções relacionadas à barra de tarefas e amenidades como a foto de login:

Uma crítica comum aos programas do Gnome é o visual. É bem verdade que isto melhorou muito com o Gnome 2.0, mas ainda assim não é possível agradar a todos.

Assim como o KDE, o Gnome suporta o uso de temas, que alteram as cores, bitmaps e fontes do sistema. Você pode alterar o tema usado dentro das preferências. Assim como no caso das fontes, o tema escolhido é aplicado a todos os programas do Gnome:

Por exemplo, o Mandrake 8.2 usava um tema default de gosto um pouco duvidoso, com um cinza estranho e botões aparentes. Entretanto, entre os temas disponíveis estava o Brushed Metal, usado por muitos usuários. Basta procurar um pouco e você encontrará algum que lhe agrade.

Lembre-se que o tema escolhido vale também para os aplicativos Gnome abertos dentro do KDE. Existem projetos de temas unificados, que fazem os aplicativos do KDE e Gnome ficarem com um visual semelhante. Se você usa o tema Keramik, default no KDE 3.1, pode experimentar o Geramik, disponível no:
http://www.kde-look.org/content/show.php?content=3952

Se você usa o Mosfet Liquid, experimente o Liquid GTK, disponível no:
http://www.kde-look.org/content/show.php?content=3734

Estes dois projetos são para quem utiliza aplicativos do Gnome dentro do KDE. Para quem prefere o contrário, o melhor exemplo é o Bluecurve usado no Red Hat 8.x, que faz o KDE ficar parecido com o Gnome. Faça sua escolha 🙂

Eu pessoalmente gosto de deixar o visual dos aplicativos GTK bem diferentes dos do KDE. Somando com o OpenOffice e o Mozilla que possuem um visual próprio, cada programa fica diferente do outro. Variedade é uma coisa boa…

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