O gênero de terror vem se destacando no mundo dos videogames e ainda é uma escolha primordial tanto para diversão com amigos, streaming com sustos ou até mesmo para se desafiar. Ele traz uma história fascinante, cheia de inovações e momentos marcantes.
Desde o início dos jogos eletrônicos, passando por clássicos icônicos e chegando até a atualidade, o terror digital se transformou, trazendo influências de filmes, literatura e da própria evolução tecnológica. Vamos mergulhar um pouco nessa evolução!
Leia também:
Sexta-feira 13: 5 jogos de terror pra curtir o dia
10 jogos de terror que marcaram época
Os primeiros passos do terror digital
O conceito de terror nos jogos eletrônicos remonta aos anos 1970, com experiências primitivas como Haunted House (1972) para o Magnavox Odyssey, que, embora rudimentar, já buscava criar uma sensação de suspense. Nos anos seguintes, jogos baseados em filmes de terror, como Halloween e Friday the 13th para Atari e NES, tentaram capturar a essência do medo cinematográfico, mas ainda sem grande profundidade narrativa ou mecânicas inovadoras.
Foi apenas em 1988 que um jogo conseguiu transmitir uma atmosfera autêntica de horror: Splatterhouse. Este beat ‘em up sanguinolento apresentava um protagonista mascarado lutando contra criaturas grotescas em um ambiente macabro, evocando os filmes B de terror da época. Apesar de ser mais voltado para a ação do que para o horror psicológico, ele pavimentou o caminho para experiências mais imersivas e aterrorizantes.
O surgimento do survival horror
Nos anos 1980 e 1990, o conceito de sobrevivência começou a se entrelaçar ao terror. Jogos como Haunted House (1982) para Atari e 3D Monster Maze (1981) para ZX81 introduziram elementos de suspense, onde a vulnerabilidade do jogador era enfatizada. No entanto, foi com Sweet Home (1989), para o Famicom, que o gênero realmente tomou forma. Inspirado em um filme de terror japonês, Sweet Home trouxe elementos de inventário limitado, história contada por meio de diários e a constante ameaça de morte permanente para os personagens.
Esse jogo foi a principal inspiração para Resident Evil (1996), que não apenas consolidou o termo “survival horror”, mas também trouxe mecânicas icônicas, como câmeras fixas, munição escassa e uma atmosfera opressora. Outros títulos também contribuíram para o gênero, como Alone in the Dark (1992), que inovou ao apresentar cenários pré-renderizados e movimentação tridimensional.
A consolidação do horror psicológico
Se Resident Evil era uma homenagem aos filmes de zumbis, Silent Hill (1999) trouxe um terror mais introspectivo, focado no terror psicológico. Com sua ambientação nebulosa e narrativa complexa, Silent Hill explorava o medo do desconhecido, utilizando simbolismos e uma trilha sonora angustiante para criar um dos ambientes mais assustadores dos jogos.
Enquanto isso, no Japão, a série Fatal Frame (2001) inovava ao substituir armas por uma câmera, obrigando os jogadores a encarar seus medos de frente para derrotar fantasmas. Esse tipo de abordagem diferenciada ajudou a diversificar o gênero e atrair um público mais amplo.
O terror na era da ação e cinematicidade
Nos anos 2000, o terror começou a flertar com a ação de maneira mais intensa. Resident Evil 4 (2005) revolucionou o gênero ao introduzir uma câmera sobre o ombro e um combate mais dinâmico. Embora ainda carregasse elementos de horror, o jogo inaugurou uma tendência que seria seguida por títulos como Dead Space (2008) e F.E.A.R. (2005), onde a tensão era equilibrada com intensos tiroteios cinematográficos.
A influência ocidental no gênero também cresceu, com jogos como The Last of Us (2013) misturando elementos de terror e narrativa emocional para criar experiências imersivas e impactantes.
O horror indie e a nova geração de medo
Nos anos 2010, os jogos indie trouxeram uma nova vida ao horror, resgatando suas raízes de vulnerabilidade e suspense. Amnesia: The Dark Descent (2010) inovou ao retirar completamente a capacidade do jogador de se defender, enquanto Outlast (2013) e Five Nights at Freddy’s (2014) levaram o conceito de impotência ao extremo, apostando em sustos e atmosferas tensas.
Em 2014, P.T. (Playable Teaser) revolucionou o gênero com seu terror fotorealista e atmosferico, influenciando jogos como Resident Evil 7 (2017), que trouxe a franquia de volta às suas raízes de horror e sobrevivência, mas agora em primeira pessoa.
O futuro do terror nos videogames
Com a ascensão da realidade virtual e a expansão das experiências interativas, o futuro do terror nos games promete ser ainda mais imersivo. Jogos como Phasmophobia e The Dark Pictures Anthology estão experimentando novas formas de contar histórias assustadoras, seja com imersão maior na trama ou até mesmo escolhas que podem levar o jogador para dentro daquela atmosfera.
Novidades no gênero também estão sendo testadas, como Don’t Scream e A Quiet Place – The Road Ahead que usam o microfone para aumentar a imersão e impedir que o jogador grite ou fale durante a gameplay.
O terror nos videogames nunca deixou de evoluir. Como um organismo vivo, ele se adapta, renasce e encontra novas formas de assustar jogadores ao redor do mundo. Se o passado é um indicativo, o futuro nos reserva experiências ainda mais aterrorizantes e inesquecíveis.