690G, 780G, 790GX e 770G: os chipsets da AMD

Este guia explica as principais diferenças entre os chipsets AMD, ajudando você a escolher o mais adequado para seu processador e necessidade. Confira as especificações, recursos e dicas para montar seu setup ideal!

Desde a primeira geração do Athlon, a AMD também desenvolve chipsets e placas de referência, mas ao contrário da Intel, nunca teve uma presença forte no setor. Os chipsets da AMD serviam mais como uma referência para outros fabricantes interessados em desenvolver chipsets para a plataforma.

Isso mudou com a aquisição da ATI (que, ao se fundir com a AMD, já era a número 3 no ramo de chipsets, perdendo apenas para a Intel e a nVidia), o que permitiu que a AMD se apoderasse do mercado de chipsets para seus próprios processadores, roubando o espaço que antes era ocupado pela da nVidia, VIA e SiS.

O primeiro chipset AMD após a compra da ATI foi o 690G, um chipset AM2 lançado em fevereiro de 2007. Ele era um chipset relativamente barato, que oferecia como principal atrativo um Radeon X1250 integrado. O X1250 é um chipset compatível com o DirectX 9/Shader Model 2 (equivalente a uma GeForce FX 5xxx em termos de compatibilidade com jogos), composto por duas unidades de processamento de texturas e 4 unidades de pixel shader, com um clock de 500 MHz.

Embora o desempenho fosse bastante modesto em relação às placas dedicadas da época, ele era quase 50% mais rápido que o GeForce 6150, que era o concorrente direto. Outro atrativo era o fato de ele oferecer suporte a DVI e HDMI, o que permitia que as placas oferecessem um dos dois conectores em conjunto com o VGA analógico, como no caso dessa ECS AMD690GM:

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Isso tornou as placas muito populares para uso em home theaters e HTPCs, eliminando a necessidade de usar uma placa de vídeo dedicada apenas por causa da saída HDMI.

A combinação do preço relativamente baixo, com o bom desempenho do vídeo integrado fez com que ele roubasse espaço do nForce 5xx/6150, e também dos chipsets da VIA e SiS, que entraram em estagnação.
Para as placas de baixo custo, foi lançado o 690V, uma versão de baixo custo, que se diferenciava do 690G por usar um chipset de vídeo Radeon X1200, que além do desempenho ligeiramente inferior (clock de 400 MHz contra os 500 MHz do X1250), não oferecia suporte a HDMI e DVI, limitando as placas ao conector VGA analógico.

Tanto o 690G quanto o 690V utilizam o chip S600 como ponte sul. Ele oferece 4 portas SATA 300 (suporte a RAID 1, 0 e 10), 10 portas USB, áudio HDA e uma única interface IDE. Ele não inclui uma interface de rede, o que faz com que a maioria das placas utilizassem chipsets da Realtek, que são muito usado também em placas baseadas em chipsets Intel devido ao baixo custo.

O 690G logo deu lugar aos chipsets da série 700, usados em quase todas as placas com chipset AMD lançadas a partir do início de 2008. Como o controlador de memória é integrado ao processador, eles são encontrados tanto em placas AM2+ quanto em placas AM3.

O carro chefe dentro da linha é o 780G, que integra um chipset de vídeo Radeon HD 3200 e oferece também suporte ao CrossFire. Ele é composto por 205 milhões de transistores (a maior parte deles ocupados pela GPU) e produzido usando uma técnica de 55 nm.

Ele inclui 26 linhas PCIe 2.0, com 16 delas reservadas ao slot x16 (ou dois slots x16 com 8 linhas de dados cada no caso das placas com suporte ao CrossFire), com 6 linhas destinadas aos slots PCIe x1 e aos periféricos integrados e as outras 4 linhas reservadas para a comunicação com o chip SB750, usado como ponte sul.

O SB750 oferece 6 portas SATA 300 (com suporte a RAID 1, 0, 10 e 5), 12 portas USB 2.0 (e mais duas portas USB 1.1, mantidas por questões de compatibilidade), áudio HDA e uma porta IDE solitária. A AMD lançou também uma versão de baixo custo, o SB700, que se diferencia do SB750 por não oferecer suporte a RAID 5 nas portas SATA, mantendo as demais características.

O Radeon HD 3200 é um chipset de vídeo com suporte ao DirectX 10, que opera a 500 MHz, mas inclui apenas 40 stream processors, o que é apenas um oitavo do poder bruto de processamento de uma Radeon HD 4670 dedicada, por exemplo. O desempenho 3D é bem limitado para o padrão atual, mas que é ainda assim bem superior ao GMA3100 usado pela Intel no chipset G31.

Assim como em quase todos os outros chipsets de vídeo atuais, a Radeon HD 3200 integrada ao 780G oferece suporte à decodificação de vídeos com codificação VC-1, H.264, WMV e MPEG-2 com até 1080p. Embora um processador dual-core ou quad-core atual tenha potência de sobra para fazer a decodificação via software, a GPU é capaz de fazer o trabalho de maneira muito mais eficiente, reduzindo o consumo elétrico do PC e mantendo o processador livre para outras tarefas. A aceleração via hardware permite também que você assista vídeos HD ao usar um Sempron ou outro processador de baixo desempenho.

Para melhorar o desempenho do vídeo integrado, a AMD incluiu o suporte ao Sideport, que permite aos fabricantes de placas utilizarem uma pequena quantidade de memória RAM como frame-buffer, melhorando o desempenho do vídeo em jogos e também em decodificação de vídeos com aceleração através da GPU. Algumas placas chegaram a oferecer 128 MB de memória DDR3 (que era ligada ao chipset através de um barramento de 16 bits) mas o ganho de desempenho é muito pequeno (na casa dos 5%) e a ideia foi logo abandonada.

Em seguida temos o 790GX, que é uma versão mais rápida do 780G, onde frequência de operação da GPU foi aumentada de 500 para 700 MHz. Entretanto, em vez de ser resultado de uma nova técnica de fabricação, o aumento foi o resultado de um simples processo de binning, onde os núcleos eram selecionados em fábrica, com os capazes de atingir frequências mais altas de operação sendo vendidos como modelos 790GX e os demais como 780G.

O aumento da frequência melhorou quase que proporcionalmente o desempenho da GPU, o que levou a AMD a inventar um novo modelos para a GPU do 790GX, dando origem à Radeon HD 3300. Graças à mudança, o 790GX é um pouco mais caro, mas os demais recursos são os mesmos.

O 790GX deu origem também à uma versão sem vídeo integrado, o AMD 790X. Assim como os dois antecessores, ele oferece suporte ao Crossfire, com o suporte ao uso de dois slot PCIe x16 com 8 linhas de dados cada um. Por ser mais barato que o 790GX, ele é muito usado em placas full-ATX ou mini-ATX, com 6 ou 7 slots de expansão, destinadas ao público que não tem interesse no vídeo integrado.

Uma segunda alternativa é o AMD 770, uma versão de baixo custo do 790X, que além da ausência do vídeo integrado, deixa de lado o suporte ao CrossFire, oferecendo suporte ao uso de um único slot PCIe x16. Apesar de ser o modelo mais simples dentro da linha, ele é consideravelmente mais barato, o que fez com que fosse o segundo chipset mais popular dentro da série, perdendo apenas para o 780G.

Um bom exemplo de placa baseada no AMD 770 é a Gigabyte MA770T-UD3P. Ela é uma placa AM3 (DDR3) de médio custo, que oferece um único slot PCIe x16, sem suporte ao CrossFire e sem vídeo onboard, acompanhando as limitações do chipset. Em compensação, ela oferece um conjunto bem completo de outras portas, incluindo 4 slots PCIe x1, dois slots PCI de legado, 6 portas SATA, 12 portas USB 2.0, uma porta IDE, além do som onboard HDA integrado à ponte sul e um chipset de rede Gigabit Ethernet RTL8111D, um conjunto bastante sólido para um PC de trabalho, ou mesmo para um PC de jogos com uma única GPU:

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Descendo ainda mais na pirâmide temos o 740G, que é o chipset mais barato dentro da família. Ele é uma versão atualizada do velho 690G, que permitiu que os fabricantes aproveitassem os projetos anteriores, reduzindo os custos. Diferente dos outros chipsets da série 700, ele não suporta o PCI Express 2.0 e nem o HyperTransport 3.0, mantendo o uso do PCI Express 1.1a e do HyperTransport 1.0, de 1.0 GHz.

Embora o chipset de vídeo integrado tenha sido renomeado para “Radeon 2100”, ele continua sendo o mesmo X1250, com suporte apenas ao DirectX 9 e um conjunto de recursos bem limitado para os dias de hoje.

Embora o 740G seja compatível com os chips SB750 e SB700, a grande maioria das placas utilizam o SB600, que é mais barato, oferendo apenas 4 portas SATA e 10 portas USB. Com isso, as placas baseadas no 740G acabam sendo apenas versões atualizadas de placas antigas baseadas no 690G, oferecendo apenas circuitos de alimentação e BIOS atualizados para suportar os novos processadores AM2+.

Em agosto de 2009, o 780G foi atualizado, dando origem ao 785G. Ele inclui uma versão sutilmente atualizada do chipset de vídeo, que mantém o clock de 500 MHz, mas adiciona suporte ao DirectX 10.1 e oferece um desempenho 3D ligeiramente superior, combinado com suporte a mais funções de aceleração de vídeo, voltadas para o uso em HTPCs.

Com exceção de algumas outras atualizações menores, o chipset continuou basicamente o mesmo, com a mesma contagem de transistores e ainda produzido usando a mesma técnica de 55 nm. Você pode pensar no 785G como uma versão “1.1” do 780G, que inclui pequenas melhorias.

Concluindo, temos o 790FX, que é o chipset mais caro da família, usado apenas em um pequeno número de placas de alto custo. Assim como o 790X ele é um chipset sem vídeo onboard, voltado para o uso de duas placas em modo Crossfire. A grande diferença entre os dois é que o 790FX possui nada menos do que 42 linhas PCI Express 2.0, o que permite o uso de dois slots PCIe x16 com 16 linhas de dados, diferente dos outros chipsets da família, que suportam apenas o modo 8/8. Embora o dobro de banda por slot pareça uma grande mudança, a ganho de desempenho na prática é bastante modesto, já que mesmo placas como as Radeon HD 5670 ficam longe de saturar a banda oferecida por slot com 8 linhas de dados PCIe 2.0.

Ele oferece também margens de overclock um pouco maiores do que os outros chipsets da série e, o fato de ele ser o modelo de luxo dentro da série faz com que ele seja usado apenas em placas de alto custo destinadas a entusiastas, que incluem sistemas de alimentação elétrica mais parrudos e mais opções de overclock.
Diferente da nVidia, que restringe o uso do SLI em placas com chipsets de outros fabricantes, a AMD é bem mais liberal com relação ao suporte ao Crossfire, o que permite que ele seja suportado também em placas com chipsets Intel.

O suporte ao CrossFire é um raro caso de cooperação entre a AMD e a Intel, já que é uma sinergia que beneficia a ambas, permitindo que a Intel fortaleça sua plataforma com o suporte a múltiplas GPUs e que a AMD venda mais placas de vídeo.

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