Cidade do México (México) – Responda rápido. Se você está em frente ao computador e quer saber qual é a capital do Azerbaijão, o que faz? Certamente, a mesma coisa que faria para descobrir quem venceu o campeonato brasileiro de 1978 ou quantos pontos Michael Jordan fez na história da NBA. Iria ao Google. A ferramenta, indispensável para quem precisa fazer algum tipo de pesquisa na internet, tornou-se mais do que o nome de uma das empresas mais bem sucedida de nossa geração: o termo googler virou sinônimo de busca.
Desde que nasceu, há 10 anos, de um projeto acadêmico de Sergey Brin e Larry Page, dois estudantes de doutorado da Universidade de Stanford, Estados Unidos, o site de pesquisas revolucionou o modo como procuramos informações na internet, a tal ponto de muitas pessoas simplesmente não se imaginarem mais sem ele. “Não lembro de um só dia em que o Google me deixou na mão”, conta, orgulhosa, a estudante Fabiana Clides, uma das 32.212 integrantes que fazem parte da comunidade Não vivo sem o Google, do Orkut.
A popularidade da empresa entre os usuários e todo o mercado de TI é enorme e muitas vezes beira a adoração. Mas, o que fez o mundialmente conhecido buscador on-line ser referência para pesquisas na internet? Por que ele é tão bom no que faz e – a pergunta que não quer calar – será que ele vai mesmo dominar o mundo?
Para começar, a dupla de gênios de Stanford colocou ordem no espaço caótico de informações que era a rede mundial de computadores. Como? Depois de fazer um download de toda a internet, os dois criaram uma fórmula matemática conhecida como PageRank, que permitia estabelecer uma ordem de prioridade no resultado de uma busca e mostrar, assim, os sites mais importantes de uma pesquisa quase que instantaneamente. Se pensarmos com uma cabeça de 10 anos atrás vemos que isso foi uma revolução.
Enquanto outras ferramentas como Altavista, Excite e Lycos contavam com apenas combinação de palavras para fazer uma pesquisa, o PageRank entregava, de forma rápida, o resultado que mais interessava ao usuário. Esse foi o grande pulo-do-gato do Google.
Publicidade Com uma jóia na mão, Sergey e Larry conseguiram então o apoio de investidores, abandonaram o doutorado na prestigiada universidade norte-americana, contrataram pessoal e se mudaram para escritórios cada vez maiores – capazes de suportar o parque computacional de servidores que crescia a cada dia. Mas, caminhando numa direção oposta de Bill Gates, da Microsoft, que defendia o código proprietário, os jovens sempre levantaram a bandeira do código livre, o que acabou por resultar num problema que deveria ser respondido aos investidores: como o portal iria lucrar com a invenção?
“Eles queriam criar o sistema de busca mais poderoso do mundo. Quando as pessoas lhes perguntavam como eles iam ganhar dinheiro com isso, respondiam: ‘Não sabemos, depois pensamos nisso’”, conta Mário Queiroz, vice-presidente de produtos para a América Latina do Google. A resposta para a questão foi os chamados links patrocinados. Trata-se de anúncios publicitários que são exibidos (a partir da escolha de determinadas palavras-chaves) juntamente com os resultados de uma pesquisa no Google. “Na ocasião, eu disse que era um excelente sistema de busca, mas não conseguia ter uma visão comercial de sucesso que eles combinaram, mais tarde, com os links patrocinados”, contou ao Informátic@, por e-mail, Terry Winograd, professor de Stanford que orientou Larry Page durante o desenvolvimento do BackRub, um projeto embrião do que viria a se tornar o Google.
Dessa forma, o mercado de anunciantes, antes restrito a grandes empresas, viu a chegada de pequenos negócios como oficinas mecânicas, padarias, pousadas, entre outros empreendimentos. “Pensamos na democracia também no acesso à publicidade. Se um negócio é bem específico, são justamente eles que podem fazer a revolução nos anúncios da internet”, argumenta o vice-presidente de operações para a América Latina, Daniel Alegre.
Parte desse crescimento se deve ao emaranhado de empresas adquiridas nos últimos anos (como Picasa, YouTube e DoubleClick), que permitiu que a companhia diversificasse seu leque de serviços e produtos, oferecendo aos usuários desde mapas e contas de e-mails a softwares de compartilhamento e edição de imagens digitais. “Costumo usar, em uma só conta, bloco de notas, agenda, leitor de RSS, provedor de blog e editor de textos, planilhas e slides, tudo on-line, sem perdas e sobretudo com oportunidade de compartilhar qualquer coisa com amigos e colegas”, aponta o estudante Bruno Caldeira, de 17 anos.
Traduzido para 116 idiomas, o Google ganhou tamanha importância que muitos especialistas arriscam dizer que a internet e o buscador parecem não sobreviver um sem o outro. E justamente por estar cada dia mais presente em nossas vidas, uma frase começou a ganhar eco: “O Google vai dominar o mundo.” Para o diretor-geral da companhia no país, Alexandre Hohagen, isso é pura sandice. “Cada vez mais temos uma penetração relevante com nossos produtos, mas não porque desejamos dominar o mundo ou ter uma ingerência sobre a vida das pessoas. O que fazemos é criar produtos que agreguem valor à vida dos usuários e a gente cresce a partir disso”, afirma. Pode até ser, mas vale lembrar que em 2006 a empresa lançou um aplicativo (semelhante ao Google Earth), que permite que o internauta veja imagens captadas por satélite da superfície de Marte. Quem sabe a Terra não esteja ficando pequena demais para eles?
* PS: Para quem ficou com dúvida sobre as perguntas feitas na abertura desta matéria, as respostas são: Baku, Guarani e 32.292 pontos, respectivamente. Duvida? Vai lá no Google.
Veja mais em: http://www.uai.com.br/UAI/html/sessao_8/2008/05/01/em_noticia_interna,id_sessao=8&id_noticia=61250/em_noticia_interna.shtml
10 anos de subida meteórica,realmente o Google é uma empresa fantástica.
Alair.com
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