Logo Hardware.com.br
Satoshi
Satoshi Tô em todas Registrado
2.4K Mensagens 60 Curtidas

Impressões sobre o Ubuntu 11.10

#1 Por Satoshi 01/02/2012 - 16:48
Minhas impressões do Ubuntu 11.10

Então, faz uns 2 meses que estou usando quase que exclusivamente o Ubuntu no netbook e já tive uma visão do sistema e gostaria de compartilhar minhas impressões.

Instalei ele num netbook Acer Aspire 1410 (em alguns lugares classificado como notebook), que é fraquinho por si só.

Logo na instalação, o driver aberto para a nvidia funciona muito bem, inclusive em alguns joguinhos em 3D. Não instalei o blob binário para comparar o desempenho, mas consegui rodar vídeos 720p nele sem problemas e essa era minha única exigência.

O Ubuntu como sempre é muito bem acabado, com design de interação muito bem feito e intuitivo na instalação. Estou utilizando o Unity, e esse entendo ser a maior pedra no caminho do Ubuntu, com argumentos contra e a favor muito mais passionais do que lógicos.

O que me chama atenção no Ubuntu e no Unity em geral: ele é lento. Muito mais lento que o Fedora 15 e Gnome3 que o precedeu nesse netbook. O workflow no Unity se adaptou muito bem a meu uso no netbook, sem muita multitarefa e normalmente com menos de três aplicativos abertos por vez. As poucas vezes que tentei trabalhar como no desktop, com diversas coisas abertas e trocando frequentemente de janela foram bastante frustrantes, mas reconheço que isso tem muito mais a ver com deixar de lado velhos hábitos e com a falta de poder da máquina do que com o Ubuntu em si.
Nesse sentido o Unity e o netbook se encaixaram muito bem num modelo de trabalho focado e monotarefa, algo essencial para algo que é usado majoritariamente para funções acadêmicas. O Unity me confunde com diversas janelas abertas (novamente: isso não é tanto problema do Unity quanto é devido ao fato de eu não ter me acostumado) e o netbook engasga com elas, então tenho o ambiente ideal para trabalhar sem messengers e clientes de irc lutando pela atenção.
Mas o Unity ainda é lento. E algumas vezes confuso. Não achei ainda uma forma satisfatória de se executar programas. Nunca fui adepta de menus, mas a Dash do Ubuntu torna achar aplicativos ainda mais complicado com Lenses que não me parecem intuitivas. O ícone que te permite buscar e filtrar aplicativos (análogo a navegar categorias de um menu) não possui legenda e, sinceramente, não faço a mínima idéia de que imagem é aquela e como ela se relaciona com uma lista de aplicativos. O mais próximo que consegui chegar é uma régua, um lápis e um pincel lado a lado.

Entretanto, como disse, não sou adepta de menus e portanto isso não é tão problemático contanto que existam formas alternativas de se rodar aplicativos. E o melhor esquema, na minha opinião, é o encontrado no Gnome3. No Gnome3, ao apertar a tecla do Windows, você tem acesso ao lançador lateral a lá MacOSX, ao overview das janelas abertas, uma aba que te permite buscar aplicativos por categorias como um menu e, mais importante de todos, um campo de busca. Esse campo é multiuso e pode ser usado para procurar arquivos e programas. Pelas minhas leituras de impressões sobre o Gnome3, me parece claro que poucas pessoas perceberam que aquele campo de busca é o substituto para o Alt+F2, e que basta digitar o nome do programa naquele campo e apertar enter para rodá-lo.

Voltando ao Unity, em teoria seu funcionamento é o mesmo. Apertar a tecla Windows traz a Dash, com as lenses, o lançador lateral (que é inativo até você passar o mouse lá) e o campo de busca. Mas nada disso ocorre de maneira rápida. Muitas vezes apertei a tecla Super (a que tem o logo do Windows) e digitei o nome do programa, apertei enter... apenas para descobrir que a Dash não tinha aberto ainda. Há um delay considerável ao abrir a Dash que dá a impressão de ser uma aplicação separada e não parte do ambiente desktop, o que arruina a experiência coesiva e o primor visual do Unity. Tenho uma experiência parecida ao usar o Xfce e compará-lo com o Windows. Enquanto que clicar no menu "Iniciar" do Windows provê feedback instantâneo, o menu do xfce possui um delay bastante considerável para aparecer, deixando bem claro que há uma aplicação sendo carregada no background e que aquilo não é parte do ambiente. O Unity sofre com isso em sua Dash, que demora a responder e a aparecer, estragando o workflow fluído desejado.

Mas nem tudo é ruim. Pessoalmente acho que não existe idéia melhor do que juntar a systray, o relógico, a barra de títulos e os menus num só lugar. Isso realmente dá um toque diferente e limpa a interface de sujeiras inúteis, uma tendência crescente em se tratando de interfaces gráficas de interação. O único problema dessa abordagem é, ao meu ver, quando se tem um programa não-maximizado à frente e um maximizado atrás. A barra superior parece pertencer ao programa no background quando na verdade pertence à janela à frente. Isso pode confundir no começo, mas não me parece algo tremendamente importante a ponto de atrapalhar a experiência.

7cf29eca6561c781a82a03798a63e5cc

A Central de Programas mantém a tradição: bonita, bom design de interação, intuitiva... mas lenta. E um pouco bugada também, pois nem sempre abria quando eu precisava dela, me levando a apelar para um dpkg -i ou apt-get install algumas vezes.


Em geral, a única reclamação é realmente a falta de responsividade do sistema comparado com outras distros. Eu acharia que era culpa do hardware se não tivesse tido uma experiência bem mais responsiva com o Fedora 15 e Gnome3. Quanto a questões de configuração, absolutamente tudo que eu precisei funcionou out-of-the-box ou com pouquíssimo trabalho. Muito menos trabalho que eu tive com o Fedora, o que faria o Ubuntu minha recomendação número um para usuários finais acostumados com as novas revoluções tecnológicas (principalmente na questão de design de interação) mas que não necessariamente tenham conhecimentos técnicos. É a distro perfeita para a nova geração dos smartphones e tablets que querem algo que funcione bem e funcione bonito, sem ter medo de aprender formas novas de fazer as coisas mas também sem vontade de ter que aprender como algo funciona internamente para poder usá-lo.
Essa é uma distinção importante pois frequentemente vejo pessoas agrupando usuários finais como grupo de pessoas que não sabem o que fazer se um ícone muda de lugar, e a realidade hoje em dia não é bem essa.

No geral, uma ótima distribuição mas que realmente pecou na responsividade. Não deixa o ambiente inusável, mas o torna mais frustrante com os diversos delays.
chumbalumba
chumbalumba Veterano Registrado
902 Mensagens 99 Curtidas
#2 Por chumbalumba
02/02/2012 - 19:51
A Central de Programas mantém a tradição: bonita, bom design de interação, intuitiva... mas lenta.
Verdade, uso o Xubuntu 11.10 e para instalar um programa usando esse meu "computador" (se é que isso pode ser chamado de computador) é um sofrimento, um dia ví que um programa que instala em modo texto em alguns segundos, usando a central de programas demora alguns minutos.

Tenho uma experiência parecida ao usar o Xfce e compará-lo com o Windows. Enquanto que clicar no menu "Iniciar" do Windows provê feedback instantâneo, o menu do xfce possui um delay bastante considerável para aparecer, deixando bem claro que há uma aplicação sendo carregada no background e que aquilo não é parte do ambiente.
Também concordo, aqui no Xubuntu demora aproximadamente algumas vezes de 1 (Quando o Computador está leve) segundo a 10 segundos (quando estou instalando um programa na Central de Programas do Ubuntu)

Ah, e vejo que na foto postada, você está usando o Firefox, se a versão que estiver usando for a 7.0.1, padrão do Ubuntu 11.10, recomendo atualizar para a versão 10 (basta baixar o pacote .tar.gz do site oficial, descompactar e dar 2 cliques no arquivo Firefox na pasta criada, se quiser, pode criar um atalho na área de trabalho)
bardasson
bardasson Super Participante Registrado
445 Mensagens 40 Curtidas
#4 Por bardasson
02/02/2012 - 23:03
Curioso. Utilizo o Ubuntu 10.04 de 64 bits em um net Samsung N150 Plus, processador Atom N455 com 1 GB de memória ram DDR3. O desempenho é bastante satisfatório, dado o hardware citado. Não tem força bruta, é óbvio, mas está bastante ágil para um netbook. Funciona redondo. T+.
Dell Optiplex 3000 Micro com Intel Core i5 12500T - coisa de macho tomei_todinho.gif
Chromebook Lenovo IdeaPad 3 - bão tamém dance.gif
Windows 11 Home + Linux Mint 21.1 Cinnamon- é desse jeito bebi_demais.gif
Smartphone Motorola Moto G10 - tá funcionando bom_trabalho.gif
trx64
trx64 Geek Registrado
2.4K Mensagens 88 Curtidas
#5 Por trx64
02/02/2012 - 23:57
chumbalumba disse:

Ah, e vejo que na foto postada, você está usando o Firefox, se a versão que estiver usando for a 7.0.1, padrão do Ubuntu 11.10, recomendo atualizar para a versão 10 (basta baixar o pacote .tar.gz do site oficial, descompactar e dar 2 cliques no arquivo Firefox na pasta criada, se quiser, pode criar um atalho na área de trabalho)


Na verdade, o Ubuntu está atualizando o Firefox. Está com a versão 9 agora e a 10 deve chegar ainda essa semana com as atualizações.
Ubuntu 16.10
Jogos Linux

Satoshi
Satoshi Tô em todas Registrado
2.4K Mensagens 60 Curtidas
#6 Por Satoshi
03/02/2012 - 01:35
bardasson disse:
Curioso. Utilizo o Ubuntu 10.04 de 64 bits em um net Samsung N150 Plus, processador Atom N455 com 1 GB de memória ram DDR3. O desempenho é bastante satisfatório, dado o hardware citado. Não tem força bruta, é óbvio, mas está bastante ágil para um netbook. Funciona redondo. T+.


Então, no meu não está inusável. Como eu disse, acharia que era do hardware fraco se não tivesse tido uma experiência melhor no Fedora.

Mas sabe aquele meio segundo pra um alt+tab funcionar quando você tem mais de 6 abas abertas? É disso que estou falando.
Desktop: Arch Linux | Xfce 4.8 + Devil's Pie
Netbook: Fedora 15 | Gnome3
Zsh | Dvorak-br
claytondesouza
claytondesou... Geek Registrado
2.2K Mensagens 225 Curtidas
#7 Por claytondesou...
03/02/2012 - 01:52
interessante a sua analise.
Iniciei no mundo Linux com o Ubuntu (não me lembro a versão), foi o que mais usei, porem eu ainda muito preso ao Windows fiquei mais contente com o Mint.

Montei um PC (sucata) eu o chamo de Rodnei lataria, acabei instalando o arch, apanhei tanto para deixa lo, razoável, que perdi a coragem de desinstala lo, minha saga atras de uma distro melhor para mim, começou depois do Unit, que imagino que ficaria muito bom em um hardware mais "parrudo", pro "Rodnei" num dá não, Arch com Xfce4 ta de bom tamanho...
Então eu só "julgaria" o Ubuntu em um bom hardware...
tentando voltar ao fórum...
ivoaudio
ivoaudio Cyber Highlander Registrado
7.1K Mensagens 2.2K Curtidas
#8 Por ivoaudio
03/02/2012 - 10:55
Satoshi disse:
Mas nem tudo é ruim. Pessoalmente acho que não existe idéia melhor do que juntar a systray, o relógico, a barra de títulos e os menus num só lugar. Isso realmente dá um toque diferente e limpa a interface de sujeiras inúteis, uma tendência crescente em se tratando de interfaces gráficas de interação.


Também devemos considerar que agora usamos telas mais largas e menos altas. Espaço vertical ficou precioso, enquanto sobra espaço nas laterais.

Satoshi disse:
O único problema dessa abordagem é, ao meu ver, quando se tem um programa não-maximizado à frente e um maximizado atrás. A barra superior parece pertencer ao programa no background quando na verdade pertence à janela à frente. Isso pode confundir no começo, mas não me parece algo tremendamente importante a ponto de atrapalhar a experiência.


Quem já utilizou o Sytem 7.x no Macintosh está familiarizado com esse comportamento dos menus. Sem programas abertos, o menu, na parte superior da tela, pertencia ao sistema operacional (no Windows é na parte inferior da tela). Com algum programa aberto, o menu, no mesmo local, muda para o menu da janela ativa. Nos Macs, era comum o programa ser dividido em várias janelas, como o Gimp.
Jazz rocks!
---
Satoshi
Satoshi Tô em todas Registrado
2.4K Mensagens 60 Curtidas
#9 Por Satoshi
03/02/2012 - 12:11
ivoaudio disse:
Também devemos considerar que agora usamos telas mais largas e menos altas. Espaço vertical ficou precioso, enquanto sobra espaço nas laterais.



Quem já utilizou o Sytem 7.x no Macintosh está familiarizado com esse comportamento dos menus. Sem programas abertos, o menu, na parte superior da tela, pertencia ao sistema operacional (no Windows é na parte inferior da tela). Com algum programa aberto, o menu, no mesmo local, muda para o menu da janela ativa. Nos Macs, era comum o programa ser dividido em várias janelas, como o Gimp.


Exato, para quem usa mac tá em casa, obviamente.
Desktop: Arch Linux | Xfce 4.8 + Devil's Pie
Netbook: Fedora 15 | Gnome3
Zsh | Dvorak-br
© 1999-2024 Hardware.com.br. Todos os direitos reservados.
Imagem do Modal