WASHINGTON (Reuters) - Cientistas criaram um cabo minúsculo que pode abrir caminho para uma série de saltos tecnológicos em áreas como energia solar, computação e medicina. O cabo é muito mais fino que um fio de cabelo e é capaz de transmitir luz visível.
O desenvolvimento do cabo, descrito no periódico científico Applied Physics Letters, envolve uma reinvenção do cabo coaxial, que virou lugar comum em lares equipados com TV por assinatura ou Internet em alta velocidade, em escala minúscula.
O cabo coaxial é utilizado há décadas por suas enormes qualidades de eficiência de transmissão de sinais. Ele tem um fio interno revestido por uma camada isolante e por outra cobertura de metal. Isso permite que ele possa transmitir sinais eletromagnéticos com tamanhos de ondas maiores que seu próprio diâmetro.
"Estamos fazendo algo bem conhecido, com exceção de que nós reduzimos as dimensões de maneira significativa em relação ao cabo coaxial comum", disse Michael Naughton, presidente do departamento de física do Boston College e um dos cientistas envolvidos no trabalho.
Eles conseguiram produzir um cabo coaxial transmissor de luz que contém um "fio" de carbono revestido de material isolante e por um fio externo de alumínio. Ele tem cerca de 300 nanômetros de diâmetro, muitas vezes menor que um fio de cabelo humano, com o fio central ficando do lado de fora em uma das pontas para funcionar como a entrada da luz.
A luz visível possui um comprimento de onda de 380 a 750 nanômetros, mas os cientistas conseguiram espremer isso em um cabo menor que essas dimensões. Eles transmitiram um sinal de luz vermelha e verde pelo cabo, mostrando que ele pode enviar um amplo espectro de luz visível.
"Não é como a velocidade da luz, mas é provavelmente 90 por cento dessa velocidade. Mas isso ainda sim é milhares de vezes mais rápido que eletricidade", disse Naughton.
A invenção tem o potencial de liderar numerosos avanços tecnológicos, acrescentou o cientista. "É importante porque é muito útil." O cabo minúsculo pode ser usado em células fotovoltaicas de alta eficiência, afirmou Naughton.
Ele também pode servir para a criação de circuitos baseados na luz facilitando a existência de computadores óticos. Também pode ter aplicações médicas como implantes de retina para pessoas com degeneração macular (que embaça a visão central) ou detecção de moléculas de patógenos no corpo, contou o cientista.
"Pode-se imaginar a fabricação de chips que podem desviar a luz, basicamente informação na velocidade da luz, em vez de elétrons. Isso é óptica para manipulação de informação em vez de eletrônica", disse Naughton.
Fonte: Reuters
Ta na hora de virar a computação de cabeça pra baixo de novo
Aachen
Tô em todas
Registrado
2.6K Mensagens
21 Curtidas