Em 1984, a IBM apareceu no mercado com um computador revolucionário para a época, o 286. Acredito que pouca gente hoje em dia ainda ache alguma utilidade para eles, mas mesmo os PCs atuais ainda conservam vários fósseis da época do 286. Um exemplo são os
slots ISA, que felizmente já vem gradualmente desaparecendo, mas outros fósseis ainda ameaçam continuar conosco durante alguns anos: as portas seriais e paralelas.
Sim, mesmo depois do USB, as portas seriais e paralelas continuam sendo os principais meios de comunicação para periféricos externos. Basta comparar o número de mouses, scanners e impressoras seriais e paralelos com o número de periféricos USB.
Os dois grandes problemas do USB são o fato de ser um padrão mais caro para os fabricantes – o que resulta em periféricos mais caros e vendas menores – e a taxa de transferência relativamente baixa, meros 12 mbps, ou 1,5 MB/s como preferir, que equivalem
à velocidade de uma simples porta paralela ECP.
Outro possível substituto que vem encontrando dificuldades é o Fireware, que já é comum nos MAC´s, mas que ainda está engatinhando nos micros PCs. O Fireware é bem mais rápido que o USB: 400 mbps ou 50 MB/s, porém peca pela falta de uma padronização
definitiva e pelo preço relativamente alto.
Esta semana surgiu mais um candidato, o USB 2.0, desenvolvido em uma parceria entre a Intel, NEC, Philips, Lucent, Microsoft e Compaq. O USB 2.0 resolve os dois principais problemas do USB antigo. Em primeiro lugar, a velocidade saltou dos antigos 12 mbps
para incríveis 480 mbps, sim, isso mesmo, 480 mbps, ou 60 MB/s, velocidade próxima da permitida pelas Interfaces IDE atuais. A segunda vantagem é o custo: o USB 2.0 é um padrão aberto, livre de pagamento de royalties, o que será um grande estímulo para os
fabricantes. Em termos de recursos, temos facilidades semelhantes ao USB atual: a possibilidade de conectar vários periféricos na mesma porta, suporte a plug-and-play, etc.
Com estas duas vantagens é de se esperar que o USB 2.0 substitua o USB atual rapidamente. De fato, as primeiras placas mãe com suporte a ele devem estrear no mercado apartir do final de 2001. O novo padrão é compatível com todos os periféricos USB que
seguem o padrão 1.1, isso corresponde à quase todos os periféricos USB fabricados de um ano pra cá e todos os novos.
é de se esperar que com a grande evolução, finalmente o USB “pegue”, o que facilitaria bastante nossa vida. Poderíamos finalmente aposentar as portas seriais e paralelas; lentas, limitadas e que adoram entrar em conflito com outros periféricos.
Pela lógica, os primeiros periféricos USB 2.0 que devem chegar ao mercado são scanners de alta velocidade, gravadores de CD portáteis e unidades de armazenamento em geral, HDs externos por exemplo, seguidos por impressoras, mouses e todo tipo de
periféricos externos. O problema é que isto só deverá acontecer perto do final do ano que vem, e podemos contar pelo menos mais um ano para a nova família de periféricos tornar-se padrão. Ou seja, teremos que conviver com os fósseis do 286 pelo menos mais
uns 2 anos. Será mais um paradigma da computação: processadores de 2 GHz ou mais e portas seriais transmitindo a 115 Kbps 🙂
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