As duas últimas semanas foram super movimentadas para a AMD. No início da semana passada começaram a circular alguns rumores que a companhia irá licenciar algumas tecnologias Radeon Graphics para que a sua principal concorrente, a Intel, utilize vídeo integrado (iGPU) de seus processadores.
Nessa semana, mais precisamente na terça-feira, a gigante de Sunnyvale, revelou durante o evento New Horizon, novas informações sobre os processadores que são baseados na tão aguardada arquitetura Zen.
Esses novos chips são chamados de Ryzen, e prometem uma série de melhorias e novidades em relação as gerações passadas. Me arrisco até a dizer que em 45 anos de história, o Ryzen parece ser um dos produtos mais coesos que a AMD já se aventurou.
Ainda estamos naquela fase do hype que a cada nova revelação ganha ainda mais força, porém só saberemos o que realmente esses chips conseguem entregar no início de 2017, previsão de lançamento para as versões de desktop, já os notebooks equipados com a família Ryzen serão lançados na segunda metade de 2017. O público corporativo também está nos planos da AMD, com os processadores Naples, que também são baseados na arquitetura Zen. A previsão de lançamento também é para a segunda metade de 2017. Recentemente vazaram algumas imagens do Naples de 16 núcleos e 32 threads.
Destaques da geração de processadores Zen:
– O projeto está sendo desenvolvidos há 4 anos
– Processo de fabricação FinFET de 14nm
– 40% mais Instruções por ciclo (IPC) que a arquitetura Excavator
– Suporte ao socket AM4
– Simultaneous Multi-Threading (SMT)
– SenseMI Conjunto de tecnologias que prometem otimizar a performance e lidar de forma mais inteligente com o cache e acesso aos dados
Nesse artigo irei tratar sobre o último tópico da lista: SenseMI, que é um conjunto de tecnologias que prometem otimizar a performance e lidar de forma mais inteligente com o cache e acesso aos dados.
Durante a apresentação na terça-feira a AMD disse que os processadores baseados na arquitetura Zen contam com um conjunto de tecnologias chamado SenseMI. Esse conjunto de tecnologias trabalha com sensores e capacidade de aprendizado da máquina para melhorar e adaptar a performance do processador, tudo funcionando de forma integrada.
O SenseMI é constituído de 5 tecnologias: PurePower, Precision Boost, Extended Frequency Range, Neural Net Prediction e Smart Prefetch.
Pure Power:
O conjunto de mais de 100 sensores que acompanha os processadores Ryzen prometem manter o gasto energético mais equilibrado e coerente com a tarefa que está sendo realizada. E é essa a tarefa da tecnologia Pure Power, atuando no controle da temperatura, frequência e tensão, de modo a entregar uma maior otimização energética, ajustando o consumo e o aquecimento de acordo com a operação, mantendo o desempenho.
Precision Boost:
Seguindo a escala de tecnologias SenseMI, temos o Precision Boost, que trabalha diretamente com o Pure Power, citado acima. O Precision Boost também se beneficia do conjunto de sensores para aumentar as frequências em momentos que a performance do processador é mais requisitada. Graças ao controle energético oferecido pelo Pure Power, o Precision Boost poderá fazer os ajustes necessários de frequência sem comprometer o consumo. De acordo com a AMD o incremento nas frequências será feito em intervalos de apenas 25Mhz.
Extended Frequency Range:
Você ainda está em dúvida se vale ou não a pena investir em um watercooler? Caso você tenha planos de adquirir um processador Rysen, saiba que esse sistema de resfriamento será aproveitado de forma mais inteligente.
Isso é o que promete o Extended Frequency Range (XFR), que permite ao processador se desgarrar do limite de clock imposto pelo Precision Boost, quando uma solução de resfriamento como watercooler ou por LN2 estiver instalada
As frequências serão adaptadas de acordo com o sistema de resfriamento utilizado, tudo feito de forma automática, sem intervenção do usuário. Graças as capacidades de aprendizado o processador é capaz de realizar esses ajustes de forma automatizada.
Neural Net Prediction:
“Uma rede neural de inteligência artificial capaz de prever o futuro de alguma aplicação baseada execuções passadas.”
É assim que a AMD define o Neural Net Predicitons. Graças a inteligência artificial esse recurso conseguirá observar os padrões e antecipar futuras decisões que devem ser tomadas, em relação aos processos. Basicamente é uma forma inteligente de levar a CPU por um caminho mais rápido e inteligente em suas decisões, intensificando a performance.
Smart Prefetch:
Encerrando a lista de tecnologias do conjunto SenseMI temos o Smart Prefectch, que é uma extensão do que realiza o Neural Net Prediction. O Smart Prefecth se beneficia de algoritmos de aprendizado para identificar e entender os modelos de acesso aos dados, melhorando a eficiência da memória Cache.
O modelo do Ryzen citado durante o evento New Horizon foi de 8 núcleos, 16 threads, clock mínimo de 3,4 GHz, 20 MB de cache L2+L3, TDP de 95W e suporte ao socket AM4.
Na apresentação esse processador que ainda está passando por ajustes finais para o lançamento foi colocado num confronto com o Core i7-6900K, em diversos testes, um deles foi para demonstrar a performance no jogo Battlefield 1. Embora nenhum medidor de frames tenha sido utilizado, ficou claro que o Ryse conseguiu segurar a onda, numa configuração que envolve um SLI de Titan X Pascal.
Enquanto o Core i7 6900K custa na casa dos US$ 1000, a expectativa é que esse modelo entusiasta do Rysen seja bem mais barato. na casa dos US$ 500. Além de conseguir entregar uma performance igual ou superior com um TDP menor, 95W no Ryse, contra 140W no Core i7-6900K.
Vale lembrar que em 2017 também será lançado os modelos para desktop da 7ª geração Intel Core, codinome Kaby Lake, porém ao que tudo indica o ganho de performance em relação a 6ª geração, Skylake, não será tão grande, e pegando como base esse comparativo que a AMD fez com um chip da linha entusiasta da Intel é possível dizer que o Rysen conseguirá rivalizar com a nova geração de chips da Intel.
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