Quais funções incomuns um cabo HDMI pode executar além de ser a conexão entre o seu videogame, ou PC, à TV ou monitor com alta resolução?
Desde quando a interface HDMI surgiu – em dezembro de 2002 -, para substituir os padrões analógicos de vídeos, as pessoas ligam o termo, que significa High Definition Multimedia Interface (Interface Multimídia de Alta Definição) à transmisão de vídeo sem perda de qualidade.
Por falar em transmissão, o cabo HDMI é responsável também pela transmissão de áudio, mas, nesse caso, nem sempre a reprodução é sem comprensão.
Enfim, já que é senso comum o fato de HDMI simbolizar o cabo ou a transmissão, chegou a hora de descobrirmos algumas funções incomuns, e outras nem tanto, do cabo HDMI.
Ao final desse artigo, certamente, você conhecerá um formato de cabo HDMI muito interessante, o que torna impossível listar as categorias do conector, pois seria um spoiler. Então, vamos logo à lista.
Quatro funções incomuns do cabo HDMI
Para trazer lhe um pouco de conhecimento (in)útil, vamos conferir alguns dos usos menos populares do HDMI. No entanto, isso não significa que são recursos negativos.
Na verdade, uma boa parte ainda está em desenvolvimento, ou precisam de dispositivos muito caros para o bolso do trabalhador brasileiro. Por isso, começaremos com uma dessas funções incomuns que já acessível, embora pouco utilizada.
Cabo HDMI no celular
Há um conector chamado Micro HDMI, utilizado em dispositivos portáteis, como câmeras digitais, smartphones e tablets.
Em 2010, a Nokia, a Samsung, a Toshiba, a Silicon Image e a Sony foramaram um grupo para desenvolver um padrão chamado MHL. O MHL (Conector Mobile de Alta Definição) permite que smartphones possam ser conectar a HDTVs utilizando um adapatdor MHL-HDMI.
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O MHL utilliza os mesmos atributos físicos do cabo HDMI, mas não é um HDMI, capaz de transmitir vídeo e áudio em alta definição carregando a bateria do aparelho ao mesmo tempo.
A primeira versão do MHL, lançada em 2010, tinha suporte à resolução 1080p e áudio sorround dependendo da compatibilidade dos dispositivos, utilizando um adaptador, como citamos acima.
Atualmente, a versão 3.0, lançada em 2013, reproduz vídeos em 4K com 30 FPS, aúdio 7.1 Dolby TrueHD, além de suporte a múltiplas telas e retrocompatiblidade com as versões anteriores.
Também há o superMHL, lançado em 2015, que consegue reproduzir vídeos em 8K com taxa de atualização de 120 Hz em HDR. No Brasil, o adaptador 3.0 custa em torno de R$ 100.
Especificação | Ano | Resolução Máxima @ Taxa de atualização | Taxa Máxima de Transmissão | Taxa Máxima de Transferência | HDR | Suporte de Áudio |
1.0 | 2002 | 1080p @ 60 Hz | 4.95 Gb/s | 3.96 Gb/s | Não | Oito canais de áudio |
1.1/1.2 | 2005 | 1440p @ 30 Hz | 4.95 Gb/s | 8.16 Gb/s | Não | DVD-Audio, One-Bit Audio |
1.3/1.4 | 2009 | 4K @ 30 Hz | 10.2 Gb/s | 8.16 Gb/s | Não | ARC, Dolby TrueHD, DTS-HD |
2.0 | 2013 | 5K @ 30 Hz | 18.0 Gb/s | 14.4 Gb/s | Sim | HE-AAC, DRA, 32 canais de áudio |
2.1 | 2017 | 8K @ 60 Hz | 48.0 Gb/s | 42.6 Gb/s | Sim | eARC |
eARC
ARC (Audio Return Channel – Canal de Retorno de Aúdio) é a função do cabo HDMI que permite a transferência de sinais de áudio em ambas as direções, dependendo da compatibilidade da TV e do home theater.
eARC, por sua vez, é uma otimização dessa função, permitindo que o áudio seja enviado para o fundo do dispositivo que reproduz o áudio. O eARC, sendo a versão mais poderosa do canal de retorno, possibilita a conexão entre todos os dispositivos nas entradas HDMI das TVs.
Portanto, poupa o trabalho de conectar soundbars em receptores A/V, além de ser bastante útil àqueles que possuem equipamentos compátiveis com a tecnologia Dolby Atmos, já que a maioria não possui entradas HDMI.
Ou seja, sem uma porta eARC na sua TV, não será possível transmitir a melhor qualidade de áudio disponível atualmente – graças ao HDMI 2.1.
A tabela abaixo apresenta as versões do padrão HDMI.
Especificação | Ano | Resolução Máxima @ Taxa de atualização | Taxa Máxima de Transmissão | Taxa Máxima de Transferência | HDR | Suporte de Áudio |
1.0 | 2002 | 1080p @ 60 Hz | 4.95 Gb/s | 3.96 Gb/s | Não | Oito canais de áudio |
1.1/1.2 | 2005 | 1440p @ 30 Hz | 4.95 Gb/s | 8.16 Gb/s | Não | DVD-Audio, One-Bit Audio |
1.3/1.4 | 2009 | 4K @ 30 Hz | 10.2 Gb/s | 8.16 Gb/s | Não | ARC, Dolby TrueHD, DTS-HD |
2.0 | 2013 | 5K @ 30 Hz | 18.0 Gb/s | 14.4 Gb/s | Sim | HE-AAC, DRA, 32 canais de áudio |
2.1 | 2017 | 8K @ 60 Hz | 48.0 Gb/s | 42.6 Gb/s | Sim | eARC |
A tecnologia eARC, desse modo, oferece uma conexão de áudio totalmente dedicada, ou seja, a parte da junção A/V. Isso ocorre através do uso uso dos dois pinos do canal Ethernet do cabo HDMI e da função HDMI, o que gera um “sistema dentro de um sistema” especificamente para áudio de alta qualidade.
Com isso, o eARC consegue transmitir mídias de áudio em até oito canais de 24-bit/192 kHz, mas vale ressaltar que é necessário um sistema robusto de som.
Além do eARC, o HDMI 2.1 possui outras funções que, embora não sejam incomuns, se popularizaram recentemente.
Especialmente para gamers
O que iremos abordar agora poderia ser o artigo inteiro, já que são quatro atributos que a versão HDMI 2.1 possui. Contudo, vamos listar de maneira sucinta algumas funções que o mais recente cabo HDMI trouxe aos gamers.
Uma dessas é a Taxa de Atualização Variável, ou VRR, que permite, obviamente, que a taxa de atualização da tela da sua TV mude conforme as suas ações durante o jogo. O PS5 e o Xbox Series X são compátiveis com a Taxa de Atualização Variável.
Além disso, há o Modo Automático de Baixa Latência. Esse recurso, se disponível na sua TV ou monitor, altera para o modo de jogos automáticamente. Como o nome já diz, esse recurso estabelece automaticamente as melhores configurações para baixa latência em jogos. Mas vale lembrar que tanto a TV quanto o console, ou PC, precisam ser compátiveis com esse modo.
Em seguida, há o QMS (Quick Media Switch – Mudança Rápida de Mídia, em tradução livre), que remove quaisquer delays antes de reproduzir o conteúdo. Por exemplo, ao trocar de uma fonte de vídeo para outra, sobretudo quando há uma mudança significativa de taxa de quadros e resolução, o QMS faz isso de maneira bem sutil.
Por fim, temos o QFT (Quick Frame Transport – Transporte Rápido de Quadros), que permite que o dispositivo fonte (console ou PC) envie os quadros (frames) à TV em tempo real, reduzindo ainda mais a latência.
Ah, o último tópico também abordará um pouco sobre games, principalmente para quem não tem grana para comprar um Tesla.
HDMI para carros
Há cinco conectores diferentes de cabos HDMI: com os nomes Tipo A, B, C D e E. Os mais usados são o tipo A de 19 pinos, o Mini HDMI Tipo C e o Micro HDMI Tipo B.
O tipo E, portanto, fica na escuridão, pois é um dos conectores da linhagem do cabo HDMI cujas funções devam ser as mais incomuns desta lista. O conector Tipo E é chamado de Sistema de Conexão Automotiva, com base no padrão HDMI 1.4, lançado especialmente devido à crescente popularidade das centrais de múltimidia nos carros.
A entrada para esse conector HDMI está presente em carros como o Honda HR-V e permite o acesso aos conteúdos de smarpthones e tablets através da central múltimidia do veículo.
Assim como o Android Auto, é possível assistir vídeos, utilizar aplicativos e, principalmente, jogar videogames.
Embora eu tenha dito que essa seria uma solução para quem não grana para comprar um carro da Tesla, geralmente os veículos com entrada HDMI não costumam ser baratos.
Além do HR-V da Honda, o Sistema de Conexão Automotiva HDMI está disponível em veículos das luxuosas montadoras Lexus e Land Rover. No entanto, esses carros ainda são mais baratos que o Model 3, o mais barato da linha dos carros da Tesla.
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