Principal uso da IA generativa em 2025 é para fazer terapia, revela estudo de Harvard

Pesquisa mostra mudança nos padrões de uso: aplicações emocionais superam as técnicas pela primeira vez

A inteligência artificial generativa transformou a forma como interagimos com a tecnologia. Um estudo recente da Harvard Business Review revela uma mudança significativa nos padrões de uso em 2025. Os modelos de IA agora servem mais como companheiros emocionais do que assistentes técnicos.

A pesquisa, conduzida por Marc Zao-Sanders, analisou centenas de conversas em fóruns como Reddit e Quora. O mapeamento dos 100 principais casos de uso da IA generativa trouxe resultados inesperados. Terapia e companhia emocional assumiram o primeiro lugar no ranking, superando aplicações profissionais que lideravam no ano anterior.

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A emergência do suporte emocional digital

 IA generativa

Em um mundo onde problemas de saúde mental afetam milhões, a IA generativa encontrou um nicho inesperado. Usuários recorrem a ferramentas como ChatGPT e Claude para obter suporte emocional. As vantagens são claras: disponibilidade 24 horas, custo reduzido e ausência de julgamento humano.

Um usuário da África do Sul compartilhou sua experiência no estudo: “Onde eu venho, na África do Sul, assistência à saúde mental praticamente não existe; há um psicólogo para cada 100.000 pessoas e um psiquiatra para cada 300.000 pessoas. Os modelos de linguagem grandes são acessíveis a todos e podem ajudar.

O segundo lugar na lista de usos mais populares também surpreende: “Organização da vida”. Um usuário relatou: “Eu apenas pedi para criar uma linha do tempo para limpar e organizar minha casa antes de receber hóspedes.” O terceiro lugar ficou com “Encontrar propósito”, revelando como os usuários buscam nos algoritmos orientações para autodesenvolvimento e definição de valores pessoais.

De auxiliar técnica para psicóloga e terapeuta

 IA generativa

A pesquisa identificou seis grandes temas nos usos da IA generativa. O grupo “Suporte Pessoal e Profissional” domina o cenário atual, tendo roubado espaço da categoria “Assistência Técnica e Solução de Problemas”, que liderava em 2024.

Esta transição representa uma mudança fundamental na relação humano-máquina. Em vez de buscar apenas respostas técnicas, usuários exploram conversas profundas (#29), tentativas de interagir com pessoas falecidas (#33) e formas de aumentar a autoconfiança (#18).

Allie Miller, consultora de IA para empresas da Fortune 500, comentou: “Nosso melhor trabalho surge quando temos segurança psicológica, e por que seria diferente trabalhando ao lado da IA? A falta de julgamento e a exploração irrestrita tornam-na um campo de jogo ideal para grandes sonhos, perguntas potencialmente embaraçosas ou objetivos nebulosos e meio formados.

Apesar da predominância de usos emocionais, a IA generativa continua aplicada em contextos práticos. Entre os casos mais populares estão:

  • Aprendizado aprimorado (#4): Usuários utilizam a IA para explicar conceitos que cursos online abordam superficialmente.
  • Vida mais saudável (#10): Pessoas recorrem à tecnologia para planejar refeições e calcular macronutrientes.
  • Criação de roteiros de viagem (#24): A IA ajuda a planejar férias detalhadas, incluindo acomodações e pontos turísticos.
  • Contestação de multas (#83): Um usuário relatou: “Recebi uma multa por entrar em uma faixa de ônibus. Pedi ao ChatGPT para escrever um recurso e esta manhã recebi a carta dizendo que a multa foi anulada.

 

Preocupações e limitações persistem

O estudo também registrou diversas preocupações. Muitos expressaram apreensão quanto à dependência excessiva da tecnologia. “Definitivamente estou me tornando mais dependente… Em vez de usar meu cérebro para uma tarefa complexa, estou apenas recorrendo ao GPT”, confessou um participante.

A preocupação com a educação também se destaca. Pais temem o impacto da IA no desenvolvimento educacional de crianças (#41), já que os modelos podem resolver instantaneamente muitas tarefas escolares.

Questões sobre privacidade de dados e vieses políticos aparecem com frequência nos fóruns analisados. Alguns usuários cancelaram assinaturas de serviços de IA devido à percepção de correção política excessiva nas respostas.

O que nos faz humanos continua sendo humano

Jared Spataro, vice-presidente corporativo da Microsoft, compartilhou: “Um dos cenários de IA mais convincentes é como assistente pessoal no trabalho. Quando conectada a todos os seus dados de trabalho — emails, chats, arquivos e reuniões — a IA pode libertá-lo da labuta do trabalho e servir como um parceiro de pensamento inestimável.

O estudo revela que os usuários estão mais sofisticados em suas interações com a IA. Compreendem melhor como os modelos funcionam e desenvolveram um saudável ceticismo sobre seus criadores e o ecossistema em que estão inseridos.

Ao contrário do que muitos esperavam, a IA generativa não conquistou primeiro as áreas técnicas. Este estudo sugere que a tecnologia pode nos ajudar tanto ou mais com nossos desejos e caprichos inerentemente humanos.

 IA generativa

A ascensão da terapia e companhia emocional ao topo da lista de usos revelou algo profundo sobre nossa relação com a tecnologia. Buscamos nas máquinas não apenas soluções para problemas técnicos, mas também conforto para nossas vulnerabilidades humanas.

Você já considerou usar a IA generativa como suporte emocional ou para encontrar propósito na vida? Compartilhe sua experiência nos comentários e confira nossos outros artigos sobre os avanços da inteligência artificial no cotidiano.

Postado por
Cearense. 37 anos. Apaixonado por tecnologia desde que usou um computador pela primeira vez, em um hoje jurássico Windows 95. Além de tech, também curto filmes, séries e jogos.
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