Placas 3D de baixíssimo custo.

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Atualmente, quase todos os bons jogos trazem como pré requisito uma placa 3D. Por mais simples que possa ser, a placa 3D é essencial, sem ela muito jogos sequer chegam a abrir.

Uma placa 3D de alto desempenho, como uma GeForce MX ou uma ATI Radeon não sai por menos de 200 dólares, mesmo quem prefere comprar uma placa mais simples, como uma Voodoo 3 ou uma TnT 2 acaba gastando pelo menos 100 dólares.

Considerando que no Brasil os micros mais vendidos custam entre 1.500 e 1.800 reais, gastar 400 reais só na placa de vídeo 3D é impossível para muita gente. A idéia deste artigo é falar sobre as opções de vídeo de baixíssimo custo, baratas o suficiente
para serem incluídas em um micro de 1.500 reais.

A má notícia é que com 1.500 reais é praticamente impossível comprar um micro com uma placa 3D AGP, por mais simples que seja, sim, o jeito é escolher entre as mal faladas placas mãe que vem com vídeo onboard. A boa notícia é que mesmo as placas onboard
atuais incorporam vídeo 3D, que apesar de não serem nenhuma maravilha, já são suficientes para rodar a maioria dos jogos atuais a 640 x 480 e 16 bits de cor. Não deixa de ser uma opção de baixo custo aceitável para quem joga esporadicamente e não faz
questão da melhor qualidade de imagem possível.

Como funciona o vídeo onboard

A integração sempre foi o meio mais simples de reduzir o custo dos componentes. No caso do vídeo onboard o chipset de vídeo passa a fazer parte do chipset da placa mãe, assim, ao invés de dois chips, é produzido apenas um, barateando muito o
conjunto.

O grade problema neste caso é o que fazer com a memória de vídeo, não da para integrar 16 MB de memória no chipset da placa mãe 🙂 A solução encontrada pelos fabricantes para resolver este impasse, sem comprometer o baixo custo, foi passar a compartilhar
a memória RAM do sistema entre o processador e o chipset de vídeo. Com isto, o vídeo onboard acaba saindo quase de graça, pois além de aproveitar o mesmo encapsulamento do chipset, passa a utilizar a memória RAM, que já estaria lá de qualquer
maneira.

Apesar desta ser a solução ideal para cortar custos, não é exatamente a melhor idéia em termos de desempenho. Primeiro por que o barramento de dados permitido pela memória RAM, 800 MB/s utilizando memória PC-100 é muito pouco para uma placa de vídeo de
médio desempenho, e o pior, este barramento é compartilhado com o processador, que também precisa armazenar dados na memória, fazendo com que no final das contas fiquem disponíveis para a placa de vídeo apenas 400, 500 MB/s

A maior limitação das placas de vídeo 3D atuais mão diz respeito ao poder de processamento, mas sim à velocidade da memória utilizada. Placas de alto desempenho, como a GeForce 2 GTS utilizam memórias DDR operando a freqüências altíssimas para serem
capazes de acompanhar a velocidade do chipset de vídeo, e mesmo assim em muitos casos a velocidade da memória limita o desempenho do chipset de vídeo. Se isto ocorre em placas de vídeo que possuem, 4, até 5 GB/s de barramento com a memória, o que dizer
dos vídeo onboard que na prática tem disponível perto de um décimo disso.

Existe uma solução para isto, que seria integrar memória de vídeo na placa mãe, permitindo que as placas onboard tivessem um desempenho próximo do das placas convencionais. O problema é que isto iria de encontro à regra básica do vídeo onboard, que é o
baixo custo, fazendo com que as placas onboard custassem quase o mesmo preço de uma placa mãe pelada e uma placa de vídeo separada.

As opções

O chipset utilizado na placa mãe pode ser descoberto facilmente dando uma olhada rápida nas especificações da placa. Em alguns casos, o nome do chipset usado faz parte do próprio nome da placa, por exemplo, na “Asus P3V133”, o “V133” indica que a placa
usa o chipset Via Apollo 133.

Os principais chipsets com vídeo onboard embutido são os i810 e i815 da Intel, os Via PM133 e Via KM133, o SiS 730, SiS 630S, Ali Aladdin TnT 2 e Via Apollo MVP4.

Os chipsets da Intel, i810 e i815 são naturalmente para placas mãe soquete 370 e slot 1, ambos são muito parecidos, trazendo o mesmo chipset de vídeo, o Intel 752. A diferença é que as placas mãe com o i810 vem sem slot AGP, enquanto as com o i815 além do
vídeo onboard trazem um slot AGP 4x, permitindo desabilitar o vídeo onboard e instalar uma placa AGP externa.

Ainda nas placas mãe para processadores Intel, temos os chipsets Via PM133, SiS 630S e o Aladdin TnT 2. O Via PM133 traz integrado um chipset Savage Pro, o SiS 630S trás o chipset de vídeo SiS 300, enquanto o Aladdin TnT 2, como o nome sugere, vem com um
chipset de vídeo Nvidia TnT 2.

Os chipsets Via KM133 e SiS 730 são destinados às placas mãe soquete A, para os Athlons e Durons, o que não deixa de ser uma boa notícia, pois já temos no mercado placas mãe baratas, com vídeo e som para os processadores AMD. O Via KM133 vem com o chipset
de vídeo Savage Pro, enquanto o SiS 730 vem como mesmo SiS 300 usado no chipset para processadores Intel.

O Via MVP4 é o mais antigo de todos, ele é encontrado em algumas placas mãe para K6-2, trazendo o chipset Trident Blade 3D.


Desempenho

“TnT 2”, “Savage Pro”, estes são os mesmos chipsets de vídeo que costumávamos ver nas placas 3D mais badaladas a dois anos atrás, que apresentam um desempenho bom mesmo para os padrões atuais. O problema é que apesar dos chipsets de vídeo serem os mesmos,
o desempenho é muito inferior devido ao uso de memória compartilhada ao invés de memória de vídeo. Como disse no início, usando memória RAM PC-100 o chipset de vídeo acaba tendo apenas 400 ou 500 MB/s de barramento disponível. Com o desempenho limitado à
velocidade da memória, estes chipsets acabam apresentando um desempenho semelhante ao Intel 752 e o Trident Blade, que são chipsets de vídeo bem inferiores.

Usando memórias PC-100, o desempenho dos chipsets no Quake III a 640 x 480 é de 15 FPS (i810) a 18 FPS (Aladdin TnT 2). Desabilitando alguns recursos relacionados à qualidade das imagens é possível aumentar um pouco estes números. Usando memórias PC-133
por sua vez, o desempenho aumento bastante, já que o desempenho do vídeo onboard é limitado à velocidade da memória. O i810 chega a 18 FPS enquanto o Aladdin TnT 2 chega 21. Os demais chipsets ficam entre os dois. Aliás, esta é uma grande dica para quem
usa vídeo onboard, sempre que possível manter a memória RAM trabalhando a 133 MHz. Os chipsets da Via oferecem a opção de manter a memória a 133 MHz mesmo que o processador utilize bus de 100.

Assim como nas placas de vídeo “de verdade”, o desempenho apresentado por cada um varia de acordo com o jogo, variações causadas principalmente pela otimização dos drivers de vídeo para cada título. O Aladdin TnT 2 que ganha do i810 no Quake 3 apresenta
um desempenho bem inferior ao mesmo no Unreal por exemplo.

Como disse, não dá para esperar um desempenho próximo ao das placas 3D mais caras de um simples vídeo onboard, mas para um jogador esporádico, ou simplesmente para quem custe jogos, mas não está disposto a investir numa placa 3D mais cara, os onboard
podem ser uma saída já que de qualquer forma não custam quase nada…

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