Estatísticas de sites com o Piwik

Estatísticas de sites com o Piwik

Gathering web site statistics with Piwik
Autor original: Joe ‘Zonker’ Brockmeier
Publicado originalmente no:
lwn.net
Tradução: Roberto Bechtlufft

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Hoje em dia, muitos sites dependem do Google Analytics para medição de tráfego, mas o que é difícil mesmo é controlar esses dados. O Piwik diz ser uma alternativa de código aberto ao Google Analytics, mas será que está à altura dele? Embora não substitua completamente o Google Analytics, ele é suficientemente maduro e completo para muitos usuários.

O Piwik é o sucessor do phpMyVisites. Faltam a ele alguns recursos presentes no phpMyVisites, como a exportação para PDF e os relatórios por email, mas ele oferece uma arquitetura de plugins, uma API melhorada, interface de usuário menos poluída e maior desempenho e capacidade de expansão.

Demos uma olhada no Piwik 0.5.4, que é a versão estável mais recente. Quem já está acostumado a instalar aplicativos web vai achar fácil instalar o Piwik. Para usá-lo, é preciso ter MySQL 4.1 ou mais recente, PHP 5.1.3 ou mais recente, as extensões pdo e pdo_mysql do PHP e ainda a extensão GD do PHP, caso queira ter gráficos “sparkline”. Parte do processo de instalação é uma verificação de sistema que exibe os requisitos do sistema e indica se está faltando alguma coisa. No servidor de testes, executando o WordPress, a extensão GD era a única coisa que já não estava instalada. Se todos os requisitos forem atendidos, basta navegar até a URL da instalação do Piwik, passar algumas informações e clicar em “Avançar” algumas vezes. A instalação deve levar entre cinco e dez minutos.

O que é um pouquinho mais difícil é integrar o Piwik ao site. Para isso, é preciso incluir um código de JavaScript em todas as páginas que serão contadas nas estatísticas. Alguns gerenciadores de conteúdo e softwares populares para criação de blogs têm plugins que funcionam com o Piwik, então não é necessário inserir o código em seus templates manualmente. Usamos o plugin Piwik Analytics para integrá-lo ao WordPress. Depois que o Piwik está instalado e configurado, os resultados podem ser visualizados quase que imediatamente.

Como o Piwik depende do JavaScript para rastrear os visitantes, ele vai perder uma certa porcentagem do tráfego, dependendo da quantidade de pessoas que acessam o site com o JavaScript desligado. Ele não rastreia visitantes que obtenham as informações por meio de feeds RSS/Atom, e também deixa passar o download de alguns arquivos. O Piwik rastreia cliques em certas URLs que terminam com tipos de arquivos reconhecidos, mas se alguém clicar em um link, digamos, de um PDF hospedado no site, sem visitar uma página com o script de rastreamento do Piwik antes, esse acesso não é registrado.

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Painel do Piwik

A interface do Piwik é fácil de usar e oferece muita flexibilidade. Os usuários podem personalizar o painel principal, adicionando vários widgets que rastreiam as ações dos visitantes (como quais links foram clicados), os sites de origem dos visitantes e as configurações dos visitantes (resolução, navegador etc). Os widgets em si podem exibir dados como gráficos de barra, sparklines ou pizza, ou simplesmente como números. Os dados podem ser exportados por cada widget como uma imagem do gráfico, como CSV, JSON e PHP.

Alguns usuários não gostam do Google Analytics porque ele depende muito do Flash. A boa notícia é que o Piwik faz muito menos uso do Flash do que o Google Analytics, e muitos dos widgets exibem os dados em tabelas que não o utilizam. Mas se você preferir gráficos bonitos, vai precisar do Flash.

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Países no Piwik

Embora o Piwik tenha a vantagem de pôr os donos de sites no controle de seus dados, ele tem a desvantagem de impor uma carga adicional ao servidor. Para sites com pouco tráfego, isso não deve ser problema. O sistema de testes no qual experimentamos o Piwik não teve problemas com essa carga adicional, mas é um site com menos de mil visitas diárias (ao menos de acordo com o Piwik). Vale observar que o Piwik não precisa rodar no mesmo servidor dos sites rastreados.

Comparar o Piwik diretamente ao Google Analytics é como comparar maçãs e laranjas. As duas ferramentas oferecem uma boa dimensão do tráfego de websites, e geralmente os números que os dois apresentam batem – embora o Google pareça registrar seis ou sete porcento menos visitas do que o Piwik. Por padrão, o Piwik (ainda) não tem opção para descartar acessos dos administradores, mas o plugin do WordPress oferece essa opção – portanto, não está bem claro a que se refere a parcela de tráfego que o Google perde ou desconta em relação ao Piwik. Os dois rastreadores mostram os visitantes por navegador, região, sistema operacional, resolução e mais.

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Visitantes segundo o Piwik

Embora o Piwik ofereça aos webmasters o controle sobre seus dados, os visitantes podem não gostar muito de saber a quantidade de dados que o Piwik coleta sobre eles. O relatório do log de visitantes exibe o IP do visitante, as palavras-chave que os levaram até o site, a data e a hora da visita, a URL de origem, a duração da visita, o sistema operacional, o navegador, a resolução da tela e os plugins do navegador que foram detectados.

O Piwik faz um trabalho respeitável na identificação das palavras-chave que levam os visitantes ao site e ao indicar as páginas mais populares, os visitantes frequentes, o tempo gasto no site e assim por diante. Para os webmasters amadores que só querem ver a quantas anda o desempenho de seus sites, o Piwik oferece todas as ferramentas que eles podem querer. Dependendo da necessidade de seus negócios, o Piwik deve ser adequado para webmasters que precisam de uma ideia geral do tráfego e do desempenho do site. Mas para usuários que tenham o desempenho do site como um de seus mais importantes objetivos profissionais, ele talvez não baste.

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Detalhes da localidade no Analytics

Sem dúvidas, o Google é bem melhor na exibição de dados geográficos. Os usuários que tiverem a curiosidade de saber a localização exata do tráfego vão preferir usar o Google Analytics. Com ele, é possível chegar até a cidade de origem em alguns casos. Já o Piwik, por sua vez, mostra os visitantes por país e provedor, e só. Quem quiser saber se o tráfego se origina do Rio de Janeiro ou de São Paulo, de Nova York ou de Los Angeles, vai ter que usar o Google Analytics, experimentar um dos plugins feitos por terceiros e que exigem uma boa dose de configuração ou criar seu próprio plugin.

Há uma lista completa de plugins na página de desenvolvedores do Piwik, embora a lista seja uma mera busca do Trac. Dá para encontrar alguns plugins interessantes, mas é preciso procurar bem.

O Google Analytics também tem mais recursos para webmasters que queiram melhorar o tráfego e compará-lo ao de outros sites. Por exemplo, se o usuário concordar com o compartilhamento dos dados, o Google irá comparar o tráfego do site aos dados coletados de outros sites que também compartilham seus dados. Obviamente, o Google já tem esses dados, mas o recurso dá a ele a permissão para agregá-los. Isso permite ao webmaster comparar o desempenho de seu site ao de outros sites em sua categoria, por exemplo. Podemos comparar o tráfego do nosso site de testes ao de outros sites de código aberto cobertos pelo Google Analytics.

Embora o Google tenha recursos que o Piwik não tem (e vice-versa), o Google Analytics não favorece tanto o esquema do “faça você mesmo”. O Piwik tem uma arquitetura de plugins que permite aos desenvolvedores incluírem seus próprios recursos. A maioria dos recursos do Piwik é habilitada através de plugins. Só que a interface dos plugins não ajuda muito o usuário a obter informações. Cada plugin listado tem uma descrição breve, o número de versão e links para ativar ou desativar o plugin, mas na maioria das vezes não há links para maiores informações sobre ele. O plugin “Live Visitors!”, por exemplo, traz como descrição apenas “Live Visitors!”.

Segundo o cronograma do Piwik, a versão 1.0 deve sair por volta de 2010. Dentre os recursos planejados para a versão 1.0 estão a capacidade de tornar anônimos os IPs armazenados no banco de dados do Piwik, widgets de exportação para exibir dados limitados em vez de todos os dados do site e melhorias no desempenho e na documentação.

Mas também é importante saber o que não vai ser incluído no Piwik. O cronograma avisa que a equipe não pretende oferecer “recursos avançados de análise encontrados em outros produtos comerciais: geradores de relatórios personalizados, segmentos personalizados e segmentação em tempo real, análise de funil, relatórios avançados de e-commerce e afins”. Em vez disso, a equipe sugere que todos esses recursos sejam adicionados como plugins, e afirmam que o objetivo do Piwik é criar um “framework aberto de análise da web” que possa ser usado para implementar esses recursos, se for esse o desenho da comunidade.

Para uma experiência mais completa, pode ser interessante combinar o Piwik a um pacote como o AWstats, que analisa logs do Apache. Se você não estiver preocupado com a privacidade dos dados nem fizer questão de usar uma ferramenta aberta, o Google Analytics talvez seja uma opção melhor por enquanto, porque oferece uma seleção mais ampla de recursos. Mas os usuários que buscam uma solução de código aberto, e que não querem entregar seus dados ao Google ou a quem quer que seja, deveriam dar uma boa olhada no Piwik. Não há problema algum em se usar as duas ferramentas juntas em um site; assim, você vai ter todas as informações que possa querer.

Créditos a Joe ‘Zonker’ Brockmeierlwn.net
Tradução por Roberto Bechtlufft <info at bechtranslations.com.br>

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