Já ouvi tanto do público quanto de outros colegas de imprensa que a indústria dos smartphones caiu num grande espiral de marasmo, um ciclo frenético de mudanças nas especificações que, no frigir dos ovos, não justificam o upgrade no intervalo de um ou dois anos.
Os fabricantes, exercendo sua função de continuar girando o mercado, precisam criar novos conceitos e “problemas” que precisam ser resolvidos por seus aparelhos, e é claro que nesse bolo incluem recursos e novas implementações de hardware que na prática acabam sendo apenas blá blá blá de marketing.
É óbvio que cada um precisa defender sua bandeira, os fabricantes precisam vender, e o consumidor (infelizmente nem todos o fazem), precisa valorizar o seu bolso, usar a variedade de informações disponíveis para se certificar se tais novidades valem o investimento. É claro que nesse cálculo devemos levar em consideração que compramos muitas coisas pelo fator emocional, pelo apelo de alguma marca ou o status que ela causa na sociedade, porém quanto mais deixarmos isso de lado, melhor para o bolso!
Num intervalo de apenas 2 anos vimos claramente essa mudança rápida de especificações, uma corrida por incrementos, nos mais variados aspectos, ganhar bastante força. Em 2016, a VIVO com o Vivo Xplay 5, rompia uma barreira, que na época já era vista como exagerada: colocar 6 GB em um smartphone. 2 anos se passaram e cá estamos, com 10 GB, que chegou primeiro com a Xiaomi, com Black Shark Helo. Rumores já acendem a possibilidade da Samsung e da Huawei lançarem aparelhos com 12 GB de RAM. Isso mesmo, 12 GB.
Assim como o notch, que virou uma mania e praticamente um padrão de mercado, essa corrida por mais RAM é o queridinho da vez. Além do modelo da Huawei, os 10 GB de RAM, já estão presentes também em outros aparelhos anunciados logo em sequência: Xiaomi Mi Mix 3 e o Nubia Red Magic 2.
Dos três aparelhos que, até o momento, oferecem opções com até 10 GB de RAM, dois são chamados “gamer”. Mais uma jogada do marketing: lançar aparelhos com um design diferenciado, certos ajustes em software e hardware de ponta, voltados para jogos, o que mostra que realmente o mercado de consoles portáteis, com exceção da Nintendo, não tem mais porquê existir. A própria Sony abandonou o PSVita por esse motivo, a competição com os smartphones.
Na prática, ter 6 GB, 8 GB ou 10 GB em um smartphone não representa muita coisa no dia a dia. A corrida por mais RAM mais uma guerra de egos entre fabricantes, os consumidores não precisam entrar nessa.
Atualmente a inteligência artificial é o que realmente importa no mercado de smartphones, já que pode ser explorado de múltiplas formas, inclusive fazendo um melhor uso do hardware.
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