O ano era 2001, e a NVIDIA veio com novo slogan publicitário para definir uma nova estratégia para a reta final daquele ano. O slogan: “o desempenho de uma GeForce 2 Ultra pelo preço de uma Pro”. E a estratégia era a introdução de uma nova nomenclatura para sua linha GeForce: Titanium.
Com o passar dos anos, o nome Titanium acabou sendo abreviado, e ficamos familiarizados com o Ti, que até hoje é usado pela NVIDIA, e que representa uma versão mais poderosa do que a placa base.
Ao se deparar, por exemplo, com a RTX 4070 e a RTX 4070 Ti automaticamente pensamos na versão Ti como o modelo mais poderoso, aquele que irá performar melhor em games e que irá entregar alguns atributos mais elevados que o modelo base, como a contagem de Tensor Cores.
No entanto, nem sempre o modelo Ti, ou Titanium, representou o que a NVIDIA tinha de melhor para oferecer para o segmento de placas de video para o consumidor final. No início a estratégia era um pouco diferente. Neste artigo vamos explorar a origem do Ti nas placas de vídeo da gigante californiana.
Seja bem-vindo, Titanium
Em 1999, a NVIDIA deu um passo importante em sua história, tanto em termos tecnológicos quanto de comunicação dos seus produtos. Nesse ano a companhia anunciou a chegada da linha GeForce. O primeiro modelo foi a GeForce 256, que acabou ganhando duas versões, a GeForce 256 SDR, lançada em outubro, e a GeForce 256 DDR, lançada em dezembro – e que tinha mais desempenho, devido ao uso de memória do padrão DDR.
Além de colocar no mercado esse nome que acabou se fixando na mente do consumidor, GeForce, o modelo 256 se notabilizou pelo uso do chip NV10, reconhecido como a primeira GPU moderna já lançada.
Antes da linha GeForce, e até mesmo depois desse lançamento, a NVIDIA chegou a trabalhar em linhas diferentes, como STG, Riva e Vanta.
E a ideia de usar algum termo ao final do nome da placa para diferenciar os modelos também foi adotado pela NVIDIA em opções fora do mundo GeForce, como a Riva TNT 2 Ultra, de março de 1999, e a Riva TNT 2 Pro, de outubro daquele mesmo ano.
Abaixo imagens do modelo Riva TNT 2 Pro da ASUS, lançada como AGP-V3800.
Em 2000 foi a vez dos termos MX, GTS e também o Go, voltada para a classificação dos chips gráficos para notebook, serem lançados pela NVIDIA, e em 2001 chegou aquela que é o tema central do nosso artigo, a série Titanium.
As 3 primeiras placas Titanium
No dia 1 de outubro de 2001 a NVIDIA lançou as primeiras placas de vídeo que fariam uso dessa nomenclatura, modelos que abarcavam a linha GeForce 2 e GeForce 3.
Foram 3 modelos Ti anunciados numa tacada só: GeForce 2 Ti, GeForce 3 Ti200 e GeForce 3 Ti500. Nessa época o que reinava ainda era o barramento AGP. Você lembra dele?
O modelo GeForce 2 Ti tinha clock de 200 MHz, igual ao da GeForce 2 Ultra, e o chip gráfico era o NV15. Já nas variantes Ti da GeForce 3 tínhamos clock de 175 MHz para o modelo Ti200 e 250 MHz para o Ti500.
Naquele momento, a GeForce 2 Ultra era a opção mais poderosa da linha GeForce 2, enquanto o modelo Ti era um substituto lógico para o Pro, enquanto na linha GeForce 3 o modelo Ti500 era o que se sobressaia, sendo inclusive superior a GeForce 3.
O site Computer Base, nesta análise do modelo Tornado da GeForce 2 Titanium da marca Inno 3D, publicada em outubro de 2001, apontava que o modelo Titanium estava mais próximo de uma Pro do que a Ultra, principalmente em resoluções mais altas, e que a NVIDIA não conseguiu cumprir o seu slogan de o “desempenho de uma GeForce 2 Ultra pelo preço de uma Pro”. No entanto, o modelo Titanium era claramente uma melhor escolha, comparada ao Pro. Já que custava o mesmo, mas oferecia mais desempenho.
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Do ponto de vista do posicionamento de mercado, o modelo Titanium da GeForce 2 acabou sendo realmente o substituto da versão Ultra, já que a NVIDIA acabou retirando do mercado essa variante. Com exceção da parte da memória, em relação à questão do clock e largura de banda, as especificações da GeForce 2 Ti e GeForce 2 Ultra eram as mesmas.
Novo ano, novas placas
Em 2002, com a chegada da linha GeForce 4, novamente a linha Ti foi explorada, e com ainda mais modelos. Tínhamos inicialmente a GeForce 4 Ti4400 e GeForce 4 Ti4600, e depois um modelo mais barato, a GeForce 4 Ti4200.
A partir de fevereiro daquele ano, a NVIDIA fez uma transição de GPU, saiu do NV25 para o NV28, dando origem aos GeForce4 Ti 4200 8X, e, ao longo de 2003, a GeForce 4 Ti 4800 e GeForce 4 Ti 4800 SE. Com troca do NV25 para o NV28 aconteceu a passagem do AGP 4x para o 8X.
O retorno após um longo hiato
Nas séries seguintes o nome Ti perdeu espaço, e ficou relegado ao passado da NVIDIA. O retorno aconteceria apenas em 2011, com a chegada da série GeForce 500. Foi nesse momento que vimos nascer a GTX 550 Ti e GTX 560 Ti.
A EVGA chegou a apostar numa versão “anabolizada” para a GTX 560 Ti. Batizada de GTX 560 TI 2 Win, o modelo vinha com duas GPUs GF114. Mais uma moda que passou: o uso de duas GPUs numa mesma placa.
De 2011 pra cá, os modelos Ti não desapareceram mais. Nesse meio tempo algumas se transformaram em verdadeiros marcos históricos da NVIDIA, como a GTX 750 Ti, de 2014, e a GTX 1080 Ti, de 2017, opções muito bem aceitas pelo público.
A Ti mais popular
Segundo a edição mais recente do Steam Survey, ranking que revela algumas preferências dos jogadores que utilizam a plataforma da Valve, o modelo de placa Ti mais popular na atualidade é a RTX 3060 Ti, lançada em 2020. Segundo dados de setembro, a placa é o 5 modelo mais popular na Steam.
Algumas versões Ti mais antigas também estão presentes, como a GTX 1050 Ti, na oitava colocação. Até mesmo a lendária GTX 750 Ti ainda tem seu espaço, o modelo aparece na 49ª colocação.
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