O que é fotografia computacional?

O que é fotografia computacional?

A fotografia computacional é um recurso que chegou para melhorar as fotos tiradas com smartphones. Esse conceito é composto por vários tipos de tecnologias diferentes, todas visando a melhoria da imagem capturada com o smartphone e tendo seu campo de atuação ocorrendo especialmente no pós processamento da imagem.

Neste artigo nós iremos explicar de uma maneira mais detalhada o que é a fotografia computacional e o porquê dela estar tão em alta atualmente.

Câmeras de celular vs. Câmeras DSLR

smartphone-vs-camera

Antes de falarmos sobre a fotografia computacional em si, vamos dar um passo atrás e analisar as câmeras de celular e as tradicionais câmeras DSLR.

Todo fotógrafo profissional que se preze, mesmo em início de carreira, vai preferir usar uma câmera DSLR. E os motivos são óbvios. É um equipamento dedicado para fotografia, as fabricantes têm espaço físico para trabalhar com sensores maiores, lentes intercambiáveis e outros recursos que elevam a captura de imagem para outro nível.

Já as fabricantes de smartphones enfrentam um enorme desafio no que tange às câmeras. Ao mesmo tempo em que elas buscam desenvolver aparelhos cada vez mais finos e leves, elas precisam também colocar câmeras capazes de tirar fotos de boa qualidade. Só que uma câmera boa precisa de espaço físico. Afinal de contas, sensores e lentes menores têm suas limitações.

O problema é que as fabricantes de smartphones não podem se dar ao luxo de aumentar o tamanho e a espessura do celular para colocar um sensor e uma lente maior. E é aí que entra a fotografia computacional. Uma série de ajustes no software da câmera e um bom algoritmo de pós processamento são capazes de elevar o nível das fotos tiradas com um celular.

Fotografia computacional em ação

Fotografia computacional em ação

A fotografia computacional usa diversas técnicas aplicadas por software, algoritmos super sofisticados e até mesmo inteligência artificial e redes neurais para melhorar as fotos tiradas com smartphones. Essa foi a maneira encontrada pelas Big Techs para driblar a impossibilidade de melhorar o hardware das câmeras de smartphones.

Isso não quer dizer que elas também não busquem melhorias para o hardware. As empresas sempre estão trabalhando para colocar sensores melhores, aumentar a quantidade de megapixels da câmera e até trabalhar com outros tipos de pixels, tais como o Dual Pixel. Mas tudo isso tem um limite e não chega nem perto da qualidade proporcionada pelas câmeras DSLR tradicionais.

A única maneira de aproximar a qualidade de uma foto tirada com um smartphone da qualidade das fotos de uma câmera DSLR foi através da fotografia computacional. E esse conceito mudou até mesmo a forma de se pensar nas câmeras e nas imagens em si.

Em toda a longa história da fotografia, as câmeras eram vistas e usadas apenas como um mero instrumento de captação de imagens. Todo o resto era feito fora da câmera, tais como correção de cor, manipulação das imagens, armazenamento e até mesmo o compartilhamento da foto.

Hoje em dia todo esse processo é concentrado na câmera. A câmera do celular tira a foto, realiza o pós processamento, armazena na memória do celular, permite edições, correções e manipulação e também compartilha nas redes sociais. E tudo isso representa uma verdadeira revolução no mundo da fotografia.

Principais técnicas de fotografia computacional

Agora que você já sabe do que se trata a fotografia computacional, vou mostrar algumas técnicas comumente usadas nos smartphones atuais e que melhoram bastante as fotos.

HDR (High Dynamic Ratio)

HDR

O HDR talvez seja um dos recursos mais comuns da fotografia computacional. Inclusive temos até um artigo bem completo sobre HDR publicado aqui no site. Vou deixar linkado abaixo.

Mas, resumindo, o HDR tira mais de uma foto da mesma cena. Uma foto é com baixa exposição (escura), outra foto é superexposta (muito clara) e uma terceira foto tem uma exposição normal. Daí o software combina as três imagens para formar uma quarta, que terá uma exposição ideal. Ou seja, as áreas claras não sairão estouradas e as áreas escuras não sairão escuras demais.

Leia também
O que é HDR?

Modo Noturno

O Modo Noturno é absolutamente fantástico! Mesmo se você estiver em um ambiente com baixa luminosidade, o software e o algoritmo conseguem entregar uma foto totalmente clara, como se o ambiente estivesse iluminado.

Modo Retrato

modo retrato

Este é um dos modos de fotografia mais famosos e preferidos pelos usuários. Através do software e de um sensor dedicado a calcular a profundidade de campo, o smartphone aplica com sucesso o efeito bokeh. Trata-se daquele efeito de fundo desfocado, que fica especialmente bonito em fotos de retrato. Daí o nome da função.

Astrofotografia

É uma evolução do modo noturno. Esse modo de foto foi pensado para quem gosta de tirar fotos do céu noturno, pegando o máximo de estrelas possível. Este é um modo presente nos celulares da linha Pixel, do Google.

Pós processamento de imagens

Aqui cada fabricante usa a sua própria tecnologia para melhorar as imagens. Neste caso, depois que a foto é capturada, o software faz alguns ajustes, como saturação de cor, contraste, redução de ruído, dentre outras coisas.

E nesse ponto cada fabricante tem uma visão diferente. Por exemplo, as fotos entregues pelo Google Pixel possuem uma coloração mais natural, às vezes até lavada demais. Já as fotos entregues por um celular da Samsung geralmente exageram na saturação. Os resultados mudam de fabricante para fabricante.

Concluindo

Fotografia computacional

Os recursos acima são apenas alguns dos utilizados nos smartphones modernos e que fazem parte da fotografia computacional. Mas existem muitos outros que eu não citei para não deixar o artigo longo demais.

Alguns destes recursos envolvem combinação de pixels, uso de inteligência artificial para melhorar a imagem automaticamente e até mesmo redes neurais para ampliar a capacidade dos algoritmos de identificar e melhorar as fotos.

Tudo isso faz parte da fotografia computacional e aproxima a qualidade das fotos dos smartphones na qualidade das fotos de câmeras DSLR.

Sobre o Autor

Cearense. 34 anos. Apaixonado por tecnologia e cultura. Trabalho como redator tech desde 2011. Já passei pelos maiores sites do país, como TechTudo e TudoCelular. E hoje cubro este fantástico mundo da tecnologia aqui para o HARDWARE.
Leia mais
Redes Sociais:

Deixe seu comentário

X