As tecnologias de memória RAM que existem atualmente no mercado, podem ser classificadas basicamente em memórias voláteis e memórias não voláteis.
As memórias SDRAM, EDO e FPM que utilizamos nos micros domésticos são memórias voláteis, que permitem um acesso a dados relativamente rápido, são baratas, mas em compensação perdem todos os dados quando o micro é desligado. Outro problema é que este tipo
de memória consome muita eletricidade, um módulo de 64 MB de memória PC-100 por exemplo, consome mais de 5 Watts. Estes dois fatores somados impedem que este tipo de memória seja usada um micros de mão, celulares, etc., apenas em micros de mesa e
notebooks.
Em seguida, temos as memórias SRAM, ou Static RAM, as memórias que encontramos na forma de memória cache. A SRAM é um tipo de memória ultra-rápida, que traz a vantagem adicional de não consumir tanta energia, sendo muito utilizada em micros de mão (os
Palms por exemplo), agendas eletrônicas, celulares, etc. O grande problema das SRAM é que elas são incrivelmente caras.
Como terceira opção, temos as memórias Flash. Elas não são tão rápidas quanto as SRAM, e também não são nem um pouco baratas, muito pelo contrário, também são caríssimas, mas em compensação trazem a vantagem de armazenar os dados por tempo indeterminado,
sem a necessidade de serem alimentadas eletricamente. Isso explica o seu uso em cartões de memória por exemplo.
Porém, a IBM anunciou a criação de mais uma tecnologia de memória, a MRAM, ou Magnetc RAM. A idéia fundamental é ler e gravar dados de forma magnética e não usando eletricidade como nas tecnologias atuais. As vantagens, segundo a IBM, seriam um consumo
elétrico muito menor, uma velocidade de acesso mais alta, e principalmente, o fato das memórias conservarem os dados gravados, assim como nas memórias Flash.
Até o momento, a IBM tem apenas protótipos, mas planeja lançar os novos módulos no mercado nos próximos 4 anos.
Caso a IBM consiga cumprir suas promessas, as memórias MRAM trarão uma verdadeira revolução no ramo de memórias, principalmente no ramo de portáteis, que poderão substituir as caríssimas memórias SRAM e Flash por um tipo de memória muito mais barato.
Teremos então aparelhos com muito mais memória, com uma autonomia de baterias bem superior, e principalmente, bem mais baratos. São justamente os preços exorbitantes das memórias SRAM e Flash que fazem os Palms, celulares e agendas eletrônicas virem com
tão pouca memória.
Nos desktops, as memórias MRAM também podem ser muito úteis, pois por não perderem os dados, permitem que tanto a inicialização quanto o desligamento dos micros seja instantâneo, já que não é preciso ler os salvar dados no disco rígido cada vez que o
micro for ligado ou desligado, eles sempre estarão na memória. Isso fora o fato de economizarmos bastante na conta de luz.
Veja que iniciativas como a MRAM e o Crusoé, que comentei no artigo de ontem, estão pavimentando o caminho para micros portáteis e celulares cada vez mais poderosos. Ao invés de costurar baterias na roupa, criar mini reatores nucleares e outras loucuras
que andam divulgando por aí, estes dispositivos seguem um caminho muito mais lógico, que é simplesmente gastar menos eletricidade, combinando poder de processamento com baixo consumo.
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