Monte um PC Gamer #Monitor

Monte um PC Gamer #Monitor

 

Retomando a nossa série de artigos com dicas como avaliar os componentes para um PC Gamer, hoje iremos tratar sobre os monitores. Infelizmente assim como os demais componentes há muito marketing envolvido na série de termos que são apresentados nos sites, propagandas e embalagens. Porém o que realmente caracteriza um monitor específico para o público gamer é a presença de certos recursos e especificações que atuando em conjunto com as demais peças proporcionam uma melhor experiência in-game.

Mas o grande problema é que a cada novo lançamento e mudanças de mercado novos termos são adicionados e mais confusão acaba sendo gerada para o consumidor ainda mais aqueles que não estão muito inteirados com esse assunto. Neste artigo iremos elencar dicas essenciais que você deverá prestar atenção quando cogitar a aquisição de um novo monitor para as suas horas de jogatina.

Antes de entrarmos no assunto em questão deixamos abaixo  os demais artigos sobre a série Monte um PC Gamer que já se encontram em nosso site:

 

– Monte um PC Gamer #Placa-mãe

– Monte um PC Gamer #Processador

– Monte um PC Gamer #Memória RAM

– Monte um PC Gamer #Unidades de Armazenamento

 

Pronto. Agora vamos para os monitores!

O que deve ser avaliado na aquisição de um monitor gamer?

 

Formato:

Começamos a nossa lista de dicas com um item que no primeiro contato já pode ser observado: o formato da tela. Durante muitos anos o formato que sempre imperou era o 4:3 com aquele aspecto mais quadrado (quem ai se lembra dos “caixotes de laranja” monitores CRT super quadrados e mega pesados?), já que as próprias opções de tamanho de tela eram limitadas. Desde 2009 a indústria se renovou e trouxe o aspecto 16:9, muito comum atualmente na grande maioria dos monitores e televisores no mercado, o famoso formato Widescreen, o que proporciona uma experiência visual mais imersiva já que o campo de visão é maior (um item essencial para os gamers).

Sem sombra de dúvidas esse será o formato que você encontrará com mais opções no mercado, nas mais variadas resoluções indo por exemplo de 1024×648 até incríveis 3840×2160. 

Mas como as evoluções não param e o mercado precisa continuar girando, há um novo formato que tem feito sucesso no público gamer nos últimos tempos, o de 21:9, também conhecido como UltraWide.

Este formato podemos dizer que teve inicio em 2014 com o modelo 34UM67 da LG o grande embrião dos modelos UltraWide, que em sua grande maioria são encontrados em resoluções de 2560 x 10803440×1440.

LG 34UM67

Além de ampliar o campo de visão horizontalmente o que pode ser muito benéfico no uso de alguns programa de edição e em jogos, uma grande característica dos monitores UltraWide é a sua quase borda invisível, melhorando bastante a experiência quando múltiplos monitores são combinados ampliando ainda mais o campo de visão. Obviamente que tal prática demanda um hardware mais poderoso, mas como estamos tratando de um PC Gamer, esse é um quesito que já deve ser levado em conta pelo consumidor.

Além do formato UltraWide “convencional” com a sua tela plana, há também (que aliás vem aumentando e muito o número de opções) os monitores UltraWide curvos, elevando bastante os ganhos em imersão.

Dentre as ótimas opções nesse formato podemos citar por exemplo incrível Predator Z35 da Acer, que conta com 35 polegadas, resolução de 2560×1080 pixels, 178° de campo de visão, e taxa de atualização que pode chegar a 200 Hz.

Obviamente que monitores nesse formato são bem mais caros que os Widescreen por exemplo, ainda mais que estamos falando de um modelo gamer, que por si só torna-se mais caro devido algumas features. Neste caso por enquanto a opção mais viável é optar por um monitor 16:9 que conta com muito mais opções no mercado e com uma variedade de preços mais ampla.

No mercado brasileiro uma boa opção com relação de aspecto de 21:9 com um preço mais em conta é o Benq RL2240HE, que custa em média R$ 850, e conta com resolução FullHD (1920 x 1080), tela de 21,9 polegadas e tempos de resposta de 2 ms.

 

 

Tamanho da tela e resolução:

Estes dois itens são sempre bem observado tanto por usuários leigos como entusiastas. Quando falamos em computação “básica” e tarefas mais do cotidiano o tamanho da tela acaba não tendo uma grande importância. Agora quando falamos em produtividade e em games as coisas mudam de figura. Atualmente cogitar a possibilidade de jogar um multiplayer online de um game FPS por exemplo em uma tela com relação de aspecto , é algo simplesmente desagradável. Talvez muitos não concordem mais vou estabelecer aqui que para uma boa experiência in-game atualmente é necessário ter um monitor gamer com no mínimo 21,5 polegadas e o formato Widescreen.

Em relação a resolução este é outro item sempre muito discutido. A um tempo atrás o grande sonho de muitos era a aquisição de um monitor com resolução FullHD, sonho este que foi se tornando mais palpável ao decorrer da queda dos preços e disseminação de novos padrões como o WQHD, e até o 4K.

Mesmo com a redução de preço dos monitores Full HD (1920 x 1080p) muitos usuários ainda não estão desfrutando desta resolução. No ano passado uma pesquisa da Steam apontou que apenas 34% dos usuários do serviço utilizam a resolução 1920 x 1080. Utilizar a Steam como parâmetro quando nos referimos aos games é super válido já que atualmente a plataforma lidera com folga como o grande polo para a compra de jogos em formato digital.

Além do preço do monitor em si muitos gamers não estão nem no Full HD devido as próprias limitações de hardware dos outros componentes em segurar essas resoluções mais altas. De nada adianta adquir um monitor 4K se o computador como um todo não está apto a lidar com isso (Claro que também é possível rodar o game numa resolução mais alta reduzindo ou desligando algus recursos gráficos.) Vale muito mais a pena considerar a configuração vigente para então pensar na resolução do monitor que será adquirido, mas claro que para uma boa experiência para games o Full HD é o mínimo que você pode considerar hoje em dia. 

Claro que um monitor 4K por exemplo você poderá torna-ló uma opção polivalente, usufruindo de conteúdo voltado para essa resolução como filmes e séries em serviços de streaming o que garante uma extrema qualidade de imagem, além é claro dos games. Mas infelizmente muitos não estão preparados ainda para rodar um jogo lançamento em 4K com um nível de experiência que não beire a uma bela porcaria. Então tudo precisa ser balanceado em conjunto com todo o resto do computador no ato da aquisição.

 

Painel:

Este é um item que deixa bem claro por que alguns monitores gamers são mais caros do que outros. Avaliar o monitor pelo painel que o acompanha é uma ótima dica para que a experiência visual seja ainda mais rica em detalhes. No mercado existem diversos tipos de painéis LCD adotados pelos fabricantes de forma estratégica dependendo do modelo, segmento de mercado e etc. Nao há um painel que especificamente seja perfeito cada um deles conta com alguns vantagens e desvantagens. O painel TN que é o que conta com o maior número de modelos no mercado oferece tempos de resposta bem baixos, o que é importante para os gamers, porém há deficiência na reprodução de cores e ângulo de visão em relação aos outros padrões. Logo em seguida aparece o VA que apresenta uma melhor qualidade de imagem e contraste, porém o seu tempo de resposta é inferior ao TN. O “queridinho” atualmente é o IPS que é a opção mais cara entre os três padrões mais comuns, se destacando pela sua incrível qualidade de imagem e ângulos de visão. Dentre os pontos negativos o destaque fica em relação ao tempo de resposta e em alguns casos o contraste. 

Mas também sendo bem sincero certas diferenças pontuais como por exemplo o tempo de resposta de 1 Ms em um monitor comparando com outro modelo que tenha 2 Ms ou 3 Ms é praticamente inperceptivél a olho nu, entre o tempo de resposta e a taxa de atualização opte pelo modelo que conte com uma taxa de atualização mais alta. Iremos falar sobre isso mais a frente.

Além desses três painéis mais comuns que dominam o mercado, há outras opções que também merecem destaque como por exemplo o MVA que casa muito bem com monitores curvos com a relação de aspecto de 21:9, já que se posiciona melhor em opções de tela com um campo de visão maior, além de ganhos na taxa de contraste e a cor preta ainda mais profunda.

Um bom exemplo recente de monitor com painel MVA é o C3583FQ da AOC, que além do seu formato UltraWide curvo com 35 polegadas e resolução de 2560×1080, traz uma taxa de atualização de 160 Hz, e taxa de contraste de 2000:1.

AOC C3583FQ

 

Tempo de resposta e taxa de atualização:

Sem dúvidas que o tempo de resposta em que os pixels são gerados é de extrema importância para os gamers, porém nesse quesito o marketing acaba sendo muito mais forte do que realmente o efeito em si, já que a diferença entre um monitor com tempo de resposta de 1 ms ou 3 ms é praticamente inpercepitível, Até por que cada fabricante atribui formas diferentes de determinar o tempo de resposta do monitor, o que acaba por variar e muito o que vemos na prática. A grande maioria dos monitores atuais tem o seu tempo de resposta medidos em GTG que significa Gray to Gray, isto é o tempo médio que os pixels demoram para mudar de um tom de cinza para o outro. No caso dos monitores para gamers um tempo de resposta de no mínimo 4 ms GTG já oferece um bom resultado.

Já a taxa de atualização é um item bem mais importante que as pequenas diferenças no tempo de respota, já que taxas de atualizações mais altas impactam diretamente na fluidez do game, principalmente na redução do motion blur. A taxa de atualização é responsável por determinar a quantidade de vezes que a tela será atualizada, o famoso refresh rate, medido em Hertz (Hz)

A taxa de 60 Hz é a mais comum encontrada em monitores LCD, porém atualmente quando falamos de opções voltados para gamers a quantidade de opções é bem mais ampla, permitindo que você escolha por exemplo 120 Hz, 144 Hz, 160 Hz, e até 200 Hz, já que alguns monitores contam com uma taxa de atualização nativa e o fabricante determina outro valor que pode ser alcançada mediante a overclock com softwares específicos com o EVGA Precision X. Então caso você possa optar por um monitor gamer com uma taxa de atualização mais alta, não hesite, vá nessa :). 

Porém mesmo com taxas de atualização mais rápidas alguns probleminhas como os famosos “rasgos na tela (screen tearing) acabam acontecendo devido a falta de sincronia entre a taxa de atualização do monitor e a GPU, para resolver esse e outros problemas entra em ação o Nvidia G-Sync e o AMD FreeSync, que iremos explicar no próximo item.

Philips 242G5DJEB, outra boa opção que pode ser encontrada no Brasil

Nvidia G-Sync x AMD FreeSync

O velho embate entre a Nvidia e AMD que já acontece a algum tempo no mercado de placas de vídeo agora também ocorre em tecnologias voltadas para os monitores.  E sem pestanejar podemos afirmar que o resultado de um monitor com a tecnologia G-Sync ou com o FreeSync é simplesmente espetacular, já que essas tecnologias de sincronia entre a taxa de atualização do monitor com a GPU acaba por eliminar problemas clássicos como o screen tearing, que é aquele rasgo na tela devido ao embate de quadros passados e os que ainda irão aparecer. Esse problema acontece justamente pela variação que o desempenho do game sofre ao decorrer das suas próprias cenas. Poucas usuários podem se dar ao luxo de rodar um jogo numa qualidade alta com por exemplo 60 frames cravados o que casaria com a taxa de atualização básica de 60 Hz. A variação que ocorre entre a transição de uma cena mais movimentada para uma mais “calma” pode ocasionar esses empecilhos de rasgos na tela e atrasos.

Antigamente o “band-aid” para esse problema seria ativar o V-Sync, que limitaria placa de vídeo de acordo com a taxa de atualização do monitor, porém alguns quadros acabam sendo descartados de forma errônea causando uma confusão na imagem.

Monitores equipados com o G-Sync ou FreeSync surgem para resolver esses problemas, já que a placa “corre solta”, isto é, colocando o monitor a disposição da GPU e não vice versa, proporcionando uma taxa de atualização adaptativa de acordo com o que o momento pede. 

Claro que para usufruir de tais tecnologias é necessário além do monitor seguir alguns pré-requisitos, o maior deles é ter uma placa de vídeo compatível com cada tecnologia, no caso do G-Sync uma placa da Nvidia ( no mínimo uma GTX 650 Ti), e com o FreeSync uma placa da AMD (no mínimo uma Radeon R7 260). Outro ponto a se considerar é a diferença de preço. No caso do G-Sync os fabricantes que queiram adotar tal tecnologia em seus monitores será necessário um módulo especial vendido pela Nviida, o que acaba encarecendo o preço final do produto, já o FreeSync não há essa necessidade já que funciona com base no padrão aberto DisplayPort  em sua versão1.2a que oferece a sincronia adaptativa.

O DisplayPort alias é justamente a conexão necessária para utilizar tanto o G-Sync como o FreeSync, porém aos poucos isso já está mudando. Na CES 2016 por exemplo a AMD demonstrou o FreeSync sendo utilizado via conexão HDMI. Com essa nova possibilidade uma gama maior de monitores será compatível com a tecnologia.

Caso você queira saber mais sobre o G-Sync ou o FreeSync acesse os nosos artigos:

Entendendo o Nvidia G-Sync

Entendendo o AMD FreeSync

Em relação as opções com G-Sync destacamos o PG279Q da ASUS, que além do suporte ao G-Sync, traz uma tela de 27 polegadas, taxa de atualização de 165 Hz, painel IPS e resolução WQHD (2560 x 1440).

Já do lado da AMD e o FreeSync, destacamos o MG27Q que também é da ASUS, e traz painel IPS de 27 polegadas com resolução WQHD (2560X1440 pixels), 4 Ms de tempo de resposta e 144 Hz de taxa de atualização.

 

Conexões de vídeo e outros recursos:

Observar as conexões de vídeo disponíveis também é muito importante no ato da escolha. Avaliar esse quesito é um pouco mais simples que os demais já que a grande maioria dos usuários está por dentro das conexões mais utilizadas atualmente: HDMI, DVI, e DisplayPort. Além das conexões de vídeo há certos recurso extras que podem ser levados em conta, muitos deles tem aquele caminhão de histórias da equipe de marketing por trás, mas dentre os que são realmente interessante destacamos os seguintes:

Low Blue Light:

O espectro de luz azul que é produzido pelos monitores acabam causando certos problemas como dor de cabeça, fadiga ocular dentre outras coisas. Para contornar esse problema alguns fabricantes incorporam em seus monitores mais robustos tecnologias que reduzem a emissão de luz. Em alguns casos é possível inclusive determinar o nível da redução, permitindo que o usuário ajuste a intensidade de acordo com a situação.

Modos de ajuste:

é importante adquirir um monitor que tenha diversos modos de ajuste para que posteriormente por exemplo numa adaptação que necessite posicionar a tela na parede tudo ocorrer sem maiores problemas.

 

Modos de jogo:

Embora seja possível realizar ajustes manuais para buscar a melhor qualidade de imagem nos mais variados tipos de games, a grande maioria dos monitores gamers contam com presets definidos para FPS, RTS, entre outros segmentos. Em alguns casos o fabricante ainda oferece a possibilidade de dowload de configurações de jogadores profissionais.

Dimensionamento inteligente:

Este recurso permite que o usuário alterne entre diferentes tipos de tamanhos de tla em relação ao tamanho nativo, fazendo o monitor ajustar o conteúdo ao tamanho escolhido

Estabilização de cores:

A grande maioria dos monitores gamers incluem tecnologias para a estabilização de cores principalmente em ambientes mais escuros. Uma espécie de análise da cena se encarrega de dar uma iluminada nos pontos mais escuros, o que pode garantir uma certa vantagem estratégia dependendo do game.  Cada fabricante trata essa tecnologia com um nome diferente, no caso da LG por exemplo é chamado de Black Stabilizer.

 

 

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Sobre o Autor

Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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