OPINIÃO: Há 22 anos, Microsoft lançava o Windows 95 e popularizava de uma vez por todas os sistemas operacionais

OPINIÃO: Há 22 anos, Microsoft lançava o Windows 95 e popularizava de uma vez por todas os sistemas operacionais

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Há 22 anos a Microsoft tornava “pop” os sistemas operacionais, com o Windows 95, lançado no dia 24 de agosto de 1995. O primeiro SO que muitos guardam como lembrança do contato inicial com um computador.

A Microsoft iniciou secretamente o projeto de um substituto do MS-DOS, em 1981, época em que a ligação com a Apple ainda era amigável. A primeira versão desse substituto do MS-DOS, que ficou conhecido como Windows, e apostava na GUI, a interface do usuário, foi lançado apenas em 1985, e atendida pelo nome de Windows 1.0. Porém o verdadeiro ponto de virada para a empresa de Bill Gates aconteceu apenas 10 anos depois, com o Windows 95.

Realmente a Microsoft não tinha o melhor produto, a interface gráfica utilizada no Windows 1.0 era pobre em relação ao que a Apple estava fazendo, mas o trunfo estava no modelo de negócio. A possibilidade de licenciar seu sistema para que diversos fabricantes pudessem aplicar em seus computadores era o que ditaria o ritmo.

Desde os primórdios, os projetos da Microsoft eram vistos com uma bela dose de desconfiança. Gates anunciou que em novembro de 1983 estava desenvolvendo um sistema operacional que estaria disponível tanto para o PC da IBM quanto seus clones. No final das contas esse sistema que seria o Windows 1.0 levou dois anos para ser realmente lançado. Durante esse período de espera alguns críticos diziam que o tal sistema “nunca veria a luz do dia”.

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Paul Allen e Bill Gates, os fundadores da Microsoft

Em 1995, com o Windows 95, a Microsoft alcançou o posto de midiática, e o que vemos hoje com pessoas ficando em filas para comprar o seu primeiro iPhone aconteceu com o início das vendas do Windows 95. Um fato curioso, já que estamos falando de um software.

Os números também mostram como o Windows já era um produto bem mais “seguro” em termos de mercado. Com o Windows 1.0, de novembro de 1985 a abril de 1987 o software vendeu 500.000 unidades. Com o Windows 95 nas cinco primeiras semanas o número de cópias vendidas já batia a marca dos 7 milhões (e 40 milhões no primeiro ano de mercado). É claro que o marketing aplicado para a divulgação do Windows 95 foi muito mais agressivo. A campanha custou em torno de US$ 300 milhões.

O “botão que muda tudo”

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A principal novidade do Windows 95 perante ao seu antecessor direto, o Windows 3.11, uma das atualizações do Windows 3.1, lançado em 1993, era o botão iniciar, que foi destacado por Bill Gates durante a apresentação. Em termos de avanços significativos essa não era o atrativo principal, mas em termos de fixar na mente das pessoas o que seria o Windows, esse botão sem dúvidas foi o ponto chave. Muitos anos depois veríamos a gigantesca rejeição de milhões de usuários com o Windows 8, uma das causas era justamente a retirada do botão e uma remodelagem bem agressiva da interface.

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A necessidade de fixar o “iniciar” no imaginário das pessoas era tão grande, que a música adotada na campanha de marketing do Windows 95 era “Start Me Up”, dos Rolling Stones. Essa foi a primeira vez que a banda de rock britânica permitiu que alguma de suas músicas fosse utilizada em um comercial (A Microsoft teve que desembolsar US$ 3 milhões para isso).

Além do botão iniciar, o Windows 95 também introduziu a barra de tarefas, os botões de fechar, maximizar e minimizar, a “tela da morte”, a tecnologia plug and play, e muitas outras coisas que foram sendo aprimoradas ao longo dos anos nas demais versões do Windows.

Até o modo de vendas facilitou a sua expansão. Hoje em dia é possível comprar o Windows através de uma licença ou pela mídia física, por exemplo, em 95, as opções disponíveis eram através de disquetes de 3,5 polegadas e mais tarde também em mídia física. Essa foi a primeira versão do Windows a oferecer mais de uma possibilidade de compra.

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No início, disse que o Windows 95 está guardado na lembrança de muitos (me incluo nessa lista) em relação ao primeiro contato com um computador, e também dá pra dizer que esse sistema foi a primeira plataforma utilizada por muitos para acessar a internet, em conjunto com o hoje aposentado Internet Explorer, que originalmente não acompanhava o sistema. A Microsoft fez a inclusão posteriormente com o Service Pack 1.

Muitos jogos se tornariam populares graças ao Windows 95 como Diablo, Duke Nukem 3D, Resident Evil, Warcraft II, Quake, Dungeon Keeper e Fallout.

Alguns fatos não muito legais também marcaram o Windows 95. A começar pelas especificações. Foi declarado que as especificações do sistema eram 4 MB de RAM e em média 50 MB de disco rígido, mas isso garantia apenas um uso “capenga do sistema”. Na verdade era necessário 8 MB de RAM e 120 MB de disco, era a famosa distinção entre os “requisitos mínimos e recomendados”

O recurso “Plug and Play”, que acabou popularizando o uso de periféricos no computador, e que surgiu com o Windows 95, por muitas vezes era chamado de “Plug and Pray” (plugue e reze), por causa dos inúmeros problemas com a tecnologia, que começou a ganhar corpo mesmo na versão seguinte do Windows, o 98.

Até hoje o Windows 95 é utilizado. Esse ano noticiamos que Daryl Haegley, um dos responsáveis pela gestão dos sistemas eletrônicos do Pentágono, disse que 75% dos computadores do departamento de defesa americano ainda utilizam alguma versão desatualizada do Windows, que inclui o 95. O suporte para essa versão do Windows foi encerrado em 2001, ano de lançamento de um novo e maior sucesso, o Windows XP. Mas isso é papo para outro momento.

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Editor-chefe no Hardware.com.br, aficionado por tecnologias que realmente funcionam. Segue lá no Insta: @plazawilliam Elogios, críticas e sugestões de pauta: william@hardware.com.br
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