Primeiras impressões do Google Chrome

Primeiras impressões do Google Chrome

O Google surpreendeu muita gente ao lançar nesta última terça-feira (dia 2) seu próprio navegador web, o Chrome. Na verdade o navegador continua em desenvolvimento, foi lançado o projeto público dado como “beta”, e por enquanto, apenas para Windows.

O Chrome é um navegador open source, baseado no trabalho do Mozilla Firefox e WebKit (KHTML, similar ao Gecko). O motor do navegador é o WebKit (do Safari), algo pronto e estável, agradável e compatível com inúmeras aplicações web. O Google trabalha na interface do navegador, visando algo diferente: algo com o “modo Google de ser”, limpo, simples e direto. A ausência de botões e “bugigangas” na tela do navegador é algo certo. Veja:

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Segundo o Google, seu browser visa ter um ótimo desempenho em Javascript, querendo ser um dos mais rápidos – além da interface simples, afinal o navegador é usado durante boa parte do tempo de quem acessa a web. Na questão desempenho e consumo de memória, ainda é cedo para falar algo conclusivo, visto que o navegador foi publicado há bem pouco tempo e precisa de uma experiência.

A interface

Pelo menos no beta atual rodando no Windows Vista, os botões das abas não ocupam um espaço adicional, ficando na barra de título, quando a janela está maximizada. Ao trabalhar em versões para outros sistemas talvez isso fique um pouco complicado, devido às diferentes APIs para desenho das janelas. Quero dizer que talvez em alguns sistemas seja exiba uma barra adicional, para acomodar os botões de abas, ao menos ao rodar em alguns gerenciadores gráficos.

Os poucos botões existentes são intuitivos demais para quem já usou outros programas de navegação. À direita da barra de endereços, dois botões exibem um menu, correspondentes ao “Arquivo” e “Ferramentas”:

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Os itens de menus são poucos e também intuitivos.

Assim como o IE8, ele destaca o domínio do site acessado na barra de endereços, facilitando a identificação do site no qual a pessoa está – evitando o fornecimento de informações sensíveis a sites falsos.

Também como o IE8, há um modo de navegação privada, chamada pelo Chrome de “navegação anônima”. Ela não visa ocultar seu IP ou impedir rastreios, trata-se de um recurso de privacidade local. Ao abrir uma nova janela no modo de navegação anônima, os cookies, históricos, senhas, dados de formulários e demais informações serão descartados imediatamente ao fechar a janela.

Em vez de janelas à parte ou painéis laterais, informações como downloads em andamento e histórico ele exibe em abas (ao clicar no item de menu correspondente ou teclar CTRL+H ou CTRL+J, para histórico e lista de downloads, respectivamente). Veja a aba de downloads, que só aparece ao ser chamada:

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Como é costume no Firefox, ele também salva os downloads numa pasta padrão. Quem prefere escolher onde salvar na hora de baixar algo, deve marcar o item “Perguntar onde salvar cada arquivo antes de fazer download”, na aba “Pequenos ajustes” da tela de opções.

O histórico é apresentado inicialmente com miniaturas das páginas mais acessadas recentemente. Uma aba com o mini histórico é o que aparece ao abrir o navegador, a menos que se tenha configurado alguma outra página inicial:

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Quanto às configurações, nada de muitas abas ou opções complicadas. Mesmo usuários leigos podem entender cada item, exceto algumas coisas da aba “Configurações avançadas”. Há apenas 3 abas:

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Na interface principal, há uma barra para favoritos, para onde o usuário pode arrastar sites recentemente acessados. Quando não há favoritos ela não é exibida, mas ao teclar CTRL+B é forçada sua exibição, permitindo adicionar botões para os sites preferidos. O tradicional atalho CTRL+D para adicionar a página atual aos favoritos está presente. Durante a instalação é oferecida a migração dos favoritos do navegador padrão para o Chrome.

A pesquisa de texto na página (CTRL+F) é feita de forma integrada à janela, similar ao Firefox ou IE8, sem abrir uma caixa de diálogo à parte, como nos navegadores antigos.

Concluindo

No teste Acid3 ele não atinge 100 pontos, fica com 79/100 (perdendo para o Opera). A renderização é rápida e bastante agradável (por usar o motor do Safari).

Ficam faltando algumas coisas, inclusive um bloqueador de pop-ups, acessório essencial hoje em dia. Todavia, os pop-ups geralmente são abertos quase minimizados, com a barra de título da janela na área correspondente à barra de status. O gerenciamento de senhas e cookies apresentado é parecido com o do Firefox. A pesquisa na web pode ser feita digitando algo na barra de endereços, ele não tem um campo de busca separado. O recurso de auto-completar endereços já acessados funciona bem, e é comum nos navegadores atuais.

Como ponto negativo, experimentei uma falta de aviso sobre abas abertas ou downloads em andamento. Ao fechar a janela com um download em andamento, o downlaod foi cancelado sem que eu fosse avisado. Há de se considerar que o programa está em estágio beta, muita coisa pode vir pela frente. No mais, parece ser um ótimo navegador: rápido, fácil e gostoso de usar para atividades gerais na web.

Ele usa vários processos, abrindo cada aba num processo separado. Isso traz mais estabilidade: se um script ou componente falhar ou “travar” numa aba, as outras não são prejudicadas (ou pelo menos não deveriam ser). Isso por si só consome mais memória, mas o ganho de desempenho e memória consumida durante o uso acabam valendo a pena. O Firefox 2 é um verdadeiro comilão de memória mesmo num único processo (quando se tem disponível memória de sobra), não dá para dizer que o Chrome é ruim.

Sendo do Google, já vem com o Gears, um sistema que permite a alguns sites guardarem configurações e arquivos off line, apesar de tal recurso não ser usado amplamente pelos sites ainda.

O download pode ser feito em:

https://www.google.com/chrome

Se você usa o Firefox com suas várias extensões (complementos ou add-ons, como queira), sentirá o Chrome muito “pelado”. E é a idéia, um navegador leve visualmente. Simples como a página inicial do Google 🙂

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