Fotografia digital: experiências pessoais interessantes

Fotografia digital: experiências pessoais interessantes

Há quase 4 anos (setembro/2005), havia adquirido a minha primeira câmera digital, uma simples e bela Sony Cyber-shot P8 de 3.2 MP. A carcaça em alumínio pequena e compacta, o humilde LCD de 1.5″, o flash de considerável desempenho, o zoom óptico de 3x e a nova bateria proprietária Info-Lithium da Sony, me garantiram bons momentos de diversão e entretenimento, eternizados em belas imagens. Mas ainda assim, ela era apenas uma simples e boa câmera digital…

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Sony Cyber-shot P8.

Embora ela tenha me trazido muita alegria e satisfação por mais de 3 anos, houve um dia em que deixou a desejar: em meus primeiros tempos de estagiário no Instituto de Pesquisas do Jardim Botânico (JBRJ), logo percebi que as suas limitações técnicas me impediriam de tirar fotos mais belas e arrojadas. A resolução limitada, a falta de nitidez na captura de detalhes e o balanço das cores tendendo para o azul, além de estouros e aberrações cromáticas ocasionais, decretaram: é hora de trocar de equipamento!

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O chafariz central, um dos símbolos do Jardim Botânico (ao fundo, o Cristo Redentor). Observem que que o céu poderia ter ficado com um azul mais vibrante!

A escolhida foi a Sony DSC-H5, em virtude de seu poderoso zoom óptico de 12x. Mas, devido ao fato deste equipamento não se encontrar mais disponível no mercado e a minha insatisfação com a sua substituta imediata (a Sony DSC-H10 mostrou-se limitada em ambientes fechados e com pouca luz), então optei por adquirir a sua equivalente comercial: a Canon S3 IS (que ainda encontrava-se disponível em algumas lojas do ramo).

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As câmeras digitais ultrazoom Sony DSC-H5 e Canon S3 IS.

As diferenças eram poucas, porém consideráveis: a Sony DSC-H5 possui 7.2 MP e a Canon S3 IS, 6.0 MP; suas aberturas mínimas são respectivamente F=2.7 e F=2.8 (a Sony DSC-H10 tem bons 8.0 MP de resolução, mas a abertura mínima era de F=3.5, o que presumo ser a causa de seu baixo desempenho em ambientes fechados). E irônicamente, não encontrava disponível a Canon S5 IS, a substituta imediata da Canon S3 IS. Outra vantagem da Canon é o visor traseiro retrátil, muito útil para tirar fotos em posições nada convencionais…

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A foto “Belo céu ao entardecer”, tirada do quintal de minha casa, mostra a força da Canon S3 IS em capturar imagens com cores mais belas e suaves. Com a antiga Sony DSC-P8, o céu às vezes não ficava com uma cor natural.

À primeira vista, pular da resolução de 3.2 MP para 6.0 MP dá a impressão de que é uma enorme diferença, mas nem tanto: embora tenha quase o dobro de área, o acréscimo nas dimensões lineares é de 37%. No entanto, é suficiente para permitir operações como recortes e redimensões mais agressivas, pois além de ter maiores margens aperfeiçoar o enquadramento, geralmente eu salvo as imagens tratadas em resoluções mais baixas (de 1.3 a 5.0 MP, passando pelas resoluções de 2.0 e 3.2 MP).

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Em azul, representação da resolução de 2816×2112; em vermelho a 2048×1536.

Tendo em mãos uma câmera digital mais potente, flexível e dotada de novos recursos – com destaque para o ajustes manuais da abertura e do tempo de exposição -, minhas fotos tiveram um grande salto de qualidade. Em apenas 1 ano, superei em quantidade as fotos tiradas até então, visto que muitas das fotos tiradas com a Sony DSC-P8 foram refeitas, já que a nova câmera produzia cores mais agradáveis e vibrantes. Em contrapartida, devido à maior quantidade de pixels expremidos em um sensor com dimensões físicas equivalentes, a quantidade de ruídos era bem maior, de acordo com as condições do ambiente. Mesmo assim, com alguns bons ajustes nos parâmetros da máquina, as fotos saíam boas.

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Embora seja difícil de observar, pode-se notar o ruído nas partes sombreadas da hélice do ventilador. Com a antiga Sony DSC-P8, o ruído era praticamente inexistente!

Como eu disse anteriormente, as minhas fotos são recortadas para obter o melhor enquadramento; em seguida, redimensionadas para resoluções menores, pois ao mesmo tempo que atenuo os ruídos produzidos com a interpolação via software, a nitidez geral das fotos melhoram considerávelmente (não me dei bem com alguns filtros anti-ruídos, pois tive a impressão de que as cores ficavam mais opacas).

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Embora o zoom óptico de 12x permita obter um excelente alcance, os recortes são indispensáveis para aperfeiçoar o enquadramento. Neste caso, não pude me aproximar mais (físicamente), por ser um dia chuvoso.

E tais redimensões não são feitas aleartóriamente: utilizo 1.3 MP (1280×960) para fotos próximas ou em macro; 2.0 MP (1600×1200) para fotos gerais sem grandes detalhes; 3.2 MP (2048×1536) e 5.0 (2560×1920) para fotos em grande angular, com muitos detalhes. Em geral, esta não é uma regra fixa, pois depende muito da temática e da qualidade das fotos.

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Se uma foto de 1280×960 é suficiente para ser bem visualizada no monitor e impressa com ótima qualidade no formato 10×15, para quê armazenar toneladas de MPs no disco rígido?

Outro grande atrativo das ultra-zoom está na possibilidade de regular manualmente a abertura e o tempo de exposição das fotos. Assim, mesmo em condições de pouca iluminação (à noite), basta apenas acertar a mão nas regulagens necessárias para obter excelentes fotos, algo que seria praticamente impossível na grande maioria das câmeras automáticas. Para isto, comprei um simples e humilde tripé (para não dizer vagabundo), já que sem eles, as fotos saem bastante tremidas.

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Foto obtida à noite, com pouca iluminação e sem flash, sendo utilizados 8 segundos de exposição e a abertura em F=2.7, mesmo mantendo a sensibilidade ISO em 100 (nestas condições, o ISO em 400 aumentaria bastante a incidência de ruídos).

Até mesmo as fotos em modo macro tiveram uma melhora considerável. Com a Sony DSC-P8, a maior aproximação possível era de apenas 10 cm, o que limitava severamente a obtenção de detalhes; já com a Canon S3 IS, simplesmente não havia limite: você pode literalmente encostar a lente no motivo, embora tal prática não fosse recomendável (e nem é preciso dizer o porquê).

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Close de uma pequena aranha em sua teia. Até poderia me aproximar ainda mais, mas por questões de segurança, é melhor não chegar muito perto…

Nem todas as fotos saem exatamente como eu gostaria: para estas circunstâncias, softwares de tratamento de imagem se fazem necessário. Inicialmente, GIMP foi o software padrão utilizado para esta empreitada; mas, devido à simplicidade auto-suficiente do gThumbs, uso o GIMP apenas esporádicamente, em situações em que intervenções mais elaboradas são necessárias. Em destaque, o recurso Enhance (realçar), o qual permite obter um melhor equilíbrio de cores através do uso de algoritmos especializados, muito útil em fotos sobre-expostas, sub-expostas e que necessitam obter cores mais vibrantes e com maior vivacidade.

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Acima, foto sobre-exposta e sem tratamento; abaixo, a mesma foto realçada com o uso do gThumbs. Ah, antes que eu me esqueça, a foto em questão foi tirada no Jardim Botânico (lago Frei Leandro).

No geral, a Canon S3 IS me satisfaz bem, mas não “plenamente”. É que na época em que a adquiri, a própria Canon havia lançado no meses seguintes a SX-10 IS, a substituta imediata da S5 IS. Se eu tivesse complementado com apenas R$ 500,00, estaria contando com uma resolução de 10 MPs e 20x de zoom óptico, entre outras melhorias adicionais. Ainda que os 6 MPs de resolução me satisfaça (como também o zoom óptico de 12x), já houve casos em que ele se tornou um fator limitante. Por exemplo, fotografei uma modelo mirin para a elaboração de um cartaz (outdoor), em que a preservação mínima do detalhes e a alta resolução seriam importantes para as editorações. Claro que esta é uma tarefa para as DSLRs, mas ainda assim, se eu tivesse em mãos uma câmera com resolução maior, poderia melhorar mais ainda a qualidade de meus trabalhos.

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Eis a Canon SX10 IS. Em destaque, o suporte (sapata) para o flash externo.

Além dos equipamentos fabricados pela Canon, existem vários modelos de câmeras digitais ultra-zoom interessantes, como a própria Sony DSC-H50, as Panasonic Lumix FZ-28, as Olympus da série SP, a Kodak EasyShare Z1012 IS, entre muitas outras. Inclusive, muitas delas não só fotografam bem, como também suportam a filmagem em alta definição (geralmente 1280×720). No geral são excelentes câmeras, mas pecam especialmente por utilizarem baterias proprietárias, ao invés das boas e velhas pilhas recarregáveis (e eis um dos motivos que me fazem optar pelas Canon).

Sonhos para o futuro? Quem sabe, uma Digital Single Lens Reflex padrão Micro Four Thirds? Me interessei por elas especialmente em virtude de sua compactez, mas o alto preço e a pouca disponibilidade de lentes compatíveis ainda me dizem que não é o momento certo para adquirir uma. Então, quem sabe, num futuro não muito distante? &;-D

Por Ednei Pacheco <ednei.pacheco [at] gmail.com>
http://by-darkstar.blogspot.com/


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