Equipamentos usados para diagnóstico e manutenção de micros

Equipamentos usados para diagnóstico e manutenção de micros
Muitas vezes, apenas um kit de ferramentas e uma pequena coletânea de softwares, não serão suficientes para o profissional especializado em suporte atender determinadas chamados, especialmente se estes ocorrerem em campo. Para isto, ele necessitará dispor de um laboratório especializado para montagem e manutenção de micros, onde encontrará todos os recursos necessários para o pleno desenvolvimento de atividades. Especialmente, equipamentos para diagnósticos e manutenção em geral.

Eis o multímetro digital, o melhor amigo do Técnico de Suporte! 😉

Em uma oportunidade anterior, havia escrito uma matéria introdutória sobre as placas POST. Embora elas carreguem o status de dispositivos capacitados a diagnosticar e resolver as anomalias que impedem um PC desktop reiniciar, elas não fazem nada mais que exibir os testes Post On Self Test executados pelo BIOS, e alguns detalhes sobre o que falhou. Até existem placas de diagnóstico elaboradas, mas estas possuem certas particularidades tão avançadas, que apenas nos fazem lembrar das placas POST devido ao seu formato e possibilidades de uso. Entretanto, por mais avançadas que sejam, elas não resolvem tudo…

Outros equipamentos serão necessários. Por exemplo, muitas anomalias não estão ligadas diretamente ao PC desktop, mas à sua fonte de alimentação. Embora muitos técnicos se limitem a remover o componente suspeito e dar uma partida sem carga para verificar o seu funcionamento (através de um clip, conectam os pinos 3 e 4 do conector e a ligam na tomada), muitas vezes precisamos realizar as medições das tensões de alimentação, com o objetivo de conferir se elas estão sendo realmente fornecidas. Entram em cena, os testadores de fontes.

Um testador de fonte capaz de realizar medições.

Alguns modelos são bem básicos, apenas sinalizando o fornecimento da tensão de alimentação; outros, são um pouco mais sofisticados (como este da foto ilustrativa), dispondo de um pequeno painel LCD que informa os valores das medições, nos permitindo verificar se elas estão dentro da variação permitida (10%). Entretanto, para se ter plena garantia de que as fontes de alimentação testadas estão funcionando mesmo, elas precisam receber carga, pois muitas fontes problemáticas somente mostram suas deficiências quando estão trabalhando realmente a todo o vapor! Para isto, os testadores de cargas são os equipamentos ideais para atender a esta necessidade.

Um modelo de testador de carga (Chroma).

Como são equipamentos relativamente caros, os testadores de carga geralmente são utilizados por laboratórios especializados em realizar os reviews, os benchmarks e a certificação destes equipamentos, garantindo que elas realmente façam “aquilo que dizem”, de acordo com as especificações técnicas informadas pelos fabricantes. Já um simples laboratório de montagem e manutenção, os especialistas em eletrônica montam um arranjo onde utilizam conectores interligados uma ou mais lâmpadas para testá-las. Como não sou um especialista em eletrônica, deixo para os experts no assunto comentarem; mas desde já, adianto-lhe que acho isso uma bela gambiarra (ou melhor dizendo, “jeitinho brasileiro”)! 😉

Após nos certificarmos do perfeito funcionamento da fonte de alimentação e garantirmos que ela não é a causa do mal funcionamento do desktop (exceto quando se encontra mal dimensionada), será o momento de realizarmos uma inspeção mais minuciosa da placa-mãe, uma vez que ela é naturalmente a próxima suspeita. E após a análise visual de seus componentes externos (para garantir que não haja conectores quebrados, capacitores estufados, trilhas rompidas, contatos sujos e outras anomalias do gênero), mais um novo equipamento entra em cena: o osciloscópio. Basicamente, a sua função é permitir a visualização das formas de onda dos sinais elétricos provenientes componentes da placa-mãe, permitindo diagnosticar aqueles defeituosos à partir do “comportamento” destes sinais.

Um osciloscópio analógico (Minipa).

À partir deste ponto, nem é preciso dizer que o técnico deverá ser especializado em eletrônica digital, assim como deverá dispor de todas as informações referentes aos componentes de uma placa-mãe. Naturalmente, este será um processo de medição bem mais acurado, se comparado com as possibilidades de uso de um simples multímetro digital; por isso, não fiquem impressionados ao saber que o osciloscópio é um equipamento caro por natureza, onde bons modelo estão custando algo em torno de 2 a 3 mil reais.

Mas agora, vamos partir do princípio de que foi encontrado um problema em um chip específico da placa-mãe, no qual a solução seria a remoção do modelo danificado para a substituição. E como tais chips são soldados diretamente na placa, bastaria apenas usarmos um ferro de solda para realizar o serviço, certo? Nem tanto. Em virtude do formato do contato – que pode ser de inúmeras “perninhas” ao sistema BGA (esferas) – será necessária a utilização de uma estação de soldagem para a realização deste trabalho.

Estação de retrabalho 850-B, da AFR.

Também chamado estação de retrabalho SMD, o que ela faz é basicamente gerar e concentrar o calor no chip, pois assim que o calor for direcionado sobre a placa, a soldagem será realizada por fusão. Uma vez que o material empregado na pasta de solda possui baixíssimo ponto de fusão, não irá demorar muito para soldar (ou remover) o chip em questão. Geralmente, são equipamentos baratos, custando algo em torno de R$ 500,00; mas nem por isso, não precisam “desconfiar” da sua eficiência, pois são equipamentos relativamente eficientes no que se propõem. Ainda assim, existem modelos bem mais sofisticados, onde os mesmos utilizam raios lasers infravermelhos no lugar do ar quente para concentrar o calor.

Nos possíveis defeitos que uma placa-mãe possa ter, em muitos casos encontraremos o firmware do BIOS corrompido, o que nos obrigará a realizar a regravação deste para que o sistema (o PC desktop) possa ser inicializado sem maiores problemas. Mas, eis a questão: os softwares de regravação da BIOS (ou o próprio Setup da BIOS, caso ofereça a opção) necessitarão do sistema em pleno funcionamento, para que possam realizar a regravação a BIOS! Para estes casos, existem dispositivos especiais que possibilitam remover o chip da BIOS para a sua regravação: os (re)gravadores de BIOS, também conhecidos como reprogramadores de EEPROM.

Sem muito mistério, estes dispositivos podem fazer a regravação do chip da BIOS sem maiores dificuldades, bastando que o chip seja encaixado em um dos slots disponíveis e, através do software de gravação fornecido juntamente com o dispositivo (em CD-ROM, junto com a documentação), realizar o processo de gravação. Naturalmente, não só o firmware deverá ser compatível com a placa-mãe em questão (baixado do site ou obtido pela mídia fornecida pelo fabricante), mas o chip também ser suportado pelo dispositivo em uso. Obviamente, uma olhada mais cuidadosa na sua documentação revelará quais são os chips DIP suportados. No geral, o seu preço gira em torno de R$ 300,00.

Enfim, estes são os equipamentos mais comuns encontrados em laboratórios de manutenção eletrônica voltada para computadores em geral. Aos interessados em dispor de um laboratório especializado “de verdade”, saibam que precisarão investir uma boa grana para dispor dos recursos necessários. Não estão pensando em praticar a manutenção em cima de uma mesa de cozinha improvisada, né? Inclusive, não só em equipamentos e dispositivos do gênero, mas a infraestrutura local também deverá ser montada para acomodar todos estes materiais. Em destaque, a bancada antiestática e o aterramento elétrico, além dos armários para a guarda de peças sobressalentes e consumíveis.

Já este assunto, ficará para uma próxima oportunidade… &;-D

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