Tradicionalmente a diferença óbvia entre os PCs e Consoles é que o primeiro é marcado por uma renovação constante de hardware, onde o usuário tem o total controle da configuração, permitindo que um jogo que rode numa qualidade baixa hoje ganhe visuais e texturas incríveis amanhã.
Já os consoles é aquele tipo de caixa preta, onde tudo funciona de modo embarcado, e que irá perdurar por um período, conhecido como geração, e a única forma de melhorar o poder gráfico dos games, é através da expertise do desenvolvedor, que vai se moldando ao decorrer da vida útil de tal console no mercado.
Porém, hoje as coisas mudaram, e mudaram muito. Aquele conceito que um console de uma tal geração irá perdurar como absoluto até que a geração seja renovada e um novo console com hardware mais poderoso e outras novidades sejam aplicadas caiu por terra, com a confirmação da Sony, que através do CEO, Andrew House, disse que realmente haverá um novo PS4, o tal PS4 NEO, PS4.5, PS4K ou qualquer outro nome, ainda mais poderoso e que será vendido de forma paralela com o console atual.
Essa mudança está totalmente ligada com o modo veloz como consumimos tecnologia e os mais variados gadgets. Muitos nem sabem do que se trata a tal resolução 4K ou realidade virtual, porém a certeza que muitos têm, é que precisam comprar aparelhos, que essas duas palavrinhas apareçam, e no caso do hardware atual dos consoles entregar esses tais recursos é uma tarefa ingrata.
Embora a realidade virtual ainda esteja sendo desenhada, ainda mais quando falamos no mercado de games, as principais empresas responsáveis pelos consoles, não querem perder esse grande hype, e o lançamento de versões revisadas dos consoles atuais ou uma espécie de adiantamento da próxima geração, que acarretaria em uma avalanche de críticas, seria necessário. A opção escolhida foi a primeira, num esquema meio de tapa buraco, e que pareça apenas um outro lançamento, mas que claramente é o start da próxima geração de consoles.
No entanto ao analisar o mercado, e como as coisas estão, até podemos dizer que esse novo PS4, e provavelmente até o novo Xbox (porque duvido muito que a Microsoft não entre nessa briga. Inclusive rumores apontam que haverá realmente um novo Xbox One, com codinome Scorpio, tratado pela Microsoft como Xbox One-Two, e que seria quatro vezes mais poderoso que o Xbox One atual) não sejam mesmo uma nova geração, já que alguns analistas acreditam que as próximas gerações tratadas assim de forma oficial, mude completamente a forma de interação, passando inclusive para serviços de streaming de games, eliminando aquelas velhas brincadeiras que os consoles rodam com muito menos frames que os PCs, já que o processamento seriam comandados pelos próprios servidores da companhia.
Em contrapartida entramos em uma nova onda de chacota, a da conexão, que será imprescindível para que o streaming aconteça, e em países como o Brasil, esse fator é uma grande piada de mau gosto.
Imaginar processamento externo como uma “mão amiga” para os console não é nenhum absurdo, inclusive isso já é utilizado, tratado como “processamento em nuvem”. Crackdown 3, que chegará esse ano para o Xbox One, contará com essa ajuda, já que além do poder bruto do hardware do console também haverá esse processamento externo, ainda mais que a desenvolvedora ReAgent Games, garantiu que o game contará com ambientes 100% destrutíveis.
Embora muitos duvidassem que a Sony lançaria um novo console tão rapidamente, os próprios movimentos recentes da companhia japonesa deixavam claro que isso iria acontecer, como por exemplo o anúncio do Playstation VR, headset de realidade virtual voltado para o console, que chegará ao mercado em outubro por US$ 399. Quem acredita que esse headset foi desenvolvido pensando no PS4 atual? Embora o Playtation VR conte com um processador próprio que segurará as pontas, o desenvolvimento desse dispositivo claramente foi pensado em um console com mais poder de fogo.
Nomes de peso, como Phil Spencer, responsável pela divisão do Xbox, já deixaram a entender que a forma como conhecemos como geração de consoles é algo fadado ao fracasso. Spencer disse que no PC há um fluxo de inovação que raramente vemos nos consoles. Enquanto o PC vai sendo atualizado com o tempo, com os novos componentes de hardware, que facilitam o loading e potencial gráfico, os consoles permanecem da mesma forma por uns sete anos. E isso provavelmente será alterado, já que o Xbox no futuro poderá ganhar opções de hardware opcionais, abrindo margem para que a geração dure muito mais tempo, ou então nem acabe, um processo de renovação contínua.
Phil Spencer
Até o momento nenhuma informação em relação ao preço do novo PS4 foi revelada, porém, com certeza será bem mais salgado que os US$ 350 que é o preço atual da versão americana, e por aqui, eu tenho até medo de pensar no valor. E o executivo da Sony fez questão de frisar que todos os games continuarão sendo lançados tanto para o PS4 padrão quanto para essa nova versão, será? Vamos aguardar!
Algumas informações em relação ao novo PS4:
- Compatível com os jogos atuais do PS4
- Será vendido paralelamente ao PS4 atual
- Suporte nativo ao Playstation VR
- Reprodução de discos Blu-Ray 4K
- Preço superior a US$ 350
- Jogos serão executados nativamente em 1080p
- Upscale de jogos 1080p para 4K
Querendo ou não, o que entediamos como geração de consoles caiu por terra, e ainda levará um belo tempo para que todos se acostumem com essa nova fase nada benéfica para o bolso, porém bem interessante para os olhos.
A Sony disse que não mostrará o console na E3 2016, durante sua conferência, que acontecerá no dia 13 de junho ás 22h (horário de Brasília), já que a companhia quer esperar o momento certo quando tudo estiver pronto para então fazer a apresentação.
Deixe seu comentário