“Nós temos um processador mais rápido que o do PlayStation 2 e um disco rígido embutido; estamos lançando antes do Xbox; nossa GPU é expansível; e incluímos um sistema de TV pessoal na nossa caixa“, essa foi a declaração de uma empresa da Califórnia que provavelmente você nunca ouviu falar ou nem lembra. A Indrema.
Em 2001, enquanto a Sony e Microsoft travaram uma batalha em torno do PS2 e o Xbox, essa pequena startup tentou se inserir nesse bolo com o console que nunca foi lançado: Indrema L600.
Baseado em Linux e com uma proposta de código aberto, o L600 prometia liberdade para desenvolvedores e jogadores, mas acabou sendo engolido pela concorrência e por desafios financeiros. Hoje, ele é apenas uma curiosidade esquecida da história dos videogames.
O que era o Indrema L600?
Desenvolvido por John Gildred e sua equipe, o Indrema L600 foi anunciado em 2000 como o primeiro console de jogos baseado em Linux. Sua proposta era revolucionária: oferecer uma plataforma aberta, onde desenvolvedores independentes pudessem criar jogos sem pagar royalties e os usuários tivessem liberdade para modificar o sistema.
O sistema de código aberto permitiria que qualquer pessoa baixasse o código pela Web e começasse a desenvolver os jogos usando OpenGL e OpenAL. Gildred acreditava que dar acesso à plataforma para os desenvolvedores aumentaria a qualidade dos jogos e reduziria os custos de desenvolvimento e o tempo necessário para trazer um novo jogo ao mercado
O Indrema L600 contaria com um processador AMD x86 de 600 MHz, um chip gráfico da NVIDIA capaz de renderizar até 180 milhões de polígonos por segundo e 64 MB de RAM. Para a época, o hardware chamava atenção, e, em números absolutos, o processador rodava com um clock mais elevado que do PS2: 600 MHz contra 294 MHz da opção da Sony.Já o Xbox, que operava com um Pentium III, rodava a 733 MHz.
A Indrema também queria impressionar pela parte multimídia. Além da ler DVDs, a ideia é que o console também funcionasse como um DVR. Os gamers poderiam colocar pra gravar um programa de TV enquanto jogam. “A concorrência não pode competir”, destacava Gildred.
A aposta na modularidade
A grande inovação do L600 estava na modularidade. A ideia de permitir a troca de placa de vídeo tornaria o console “à prova de futuro”, algo que nenhum concorrente oferecia. Segundo uma entrevista da época com o pessoal da Indrema, a ideia era oferecer upgrade de GPU por US$ 100.
No entanto, essa proposta visionária não foi suficiente para garantir o sucesso do projeto.
Por que o console nunca foi lançado?
O principal obstáculo para o Indrema L600 foi a concorrência. Em 2001, o mercado de consoles era dominado por gigantes como Sony, Microsoft e Nintendo, que tinham recursos financeiros e tecnológicos muito superiores aos de uma startup como a Indrema, que até reforçava a ideia de que não seria necessário um grande orçamento em marketing para obter sucesso, mas que, em termos práticos, se provou totalmente o contrário.
Além disso, a empresa enfrentou dificuldades para captar investimentos. Para concluir o desenvolvimento do console, a Indrema precisava de US$ 10 milhões, uma quantia que nunca foi alcançada.
A ideia era lançar o console no segundo trimestre de 2001 por US$ 300, mas tudo desandou antes disso. Em abril a empresa encerrou suas operações colocando um ponto final na história do L600.
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