Os números falam por si, mais de 1.2 bilhão de usuários utilizam o WhatsApp ao redor do mundo. Levando em conta que o total de pessoas que utilizam a web atualmente está na casa dos 3.7 bilhões, o alcance desse aplicativo é realmente fantástico. No Brasil, o mensageiro instantâneo que pertence ao plantel de empresas de Mark Zuckerberg é utilizado por 120 milhões de pessoas.
Os momentos mais claros da devoção do público brasileiro pelo Whats apareceram quando a justiça resolveu bloquear o acesso do app em nosso país, situação que já ocorreu três vezes em menos de dois anos. Durante esses momentos ficou fácil encontrar mensagens de revolta, através de outro pilar do império do Sr. Zuckerberg, o Facebook, contra o ocorrido, realmente uma comoção generalizada, que fez com que nas três situações o bloqueio caísse poucas horas depois.
Além de uma overdose de gifs, grupos, nudes e fofocas, o WhatsApp é uma ferramenta de marketing e vendas muito importante, diversas empresas dos mais variados tamanhos, e trabalhadores autônomos utilizam o aplicativo para fechar negócio, usufruindo da variedade de opções que o app oferece, como mensagens em texto, envio de áudio, imagens e vídeos.
Como não poderia ser diferente, um local que reúne 120 milhões de pessoas não ficaria imune a uma avalanche de picaretas dos mais variados tipos. E nesse sentido, o WhatsApp vem se mostrando um case de sucesso para que cibercriminosos possam espalhar inúmeros golpes, grande parte deles contando com a ingenuidade (eu sei, você pensou outra coisa, mas vou pegar leve), do público brasileiro.
Os golpes funcionam quase sempre da mesma maneira, você está sossegado, até que recebe uma mensagem no Whats, e quando vai ver é alguma promoção ou presente bom demais pra ser verdade, como a tal benevolência da Netflix em oferecer 1 ano de acesso grátis, mas que na verdade era só mais um caso do velho e funcional phishing, que tenta (e consegue) fisgar um monte de inocentes (olha eu pegando leve de novo).
Além de pedir informações importantes, como dados bancários, o golpe ainda transforma a vítima num replicador da trapaça, já que exige que o tal anúncio seja compartilhado com outros 10 contatos da sua agenda. Um verdadeiro presente de grego!
O caso mais recente de algum espertinho aprontando das suas via WhatsApp apareceu essa semana, com uma mensagem que promete uma cafeteira da Nespresso para quem se habilitar a entrar para algum tipo de programa de testadores de cafeteira. Assim como o da Netflix, além de querer contaminar quem está recebendo a mensagem o golpe estimula o repasse para outros amigos e grupos. Além do Brasil, a Kaspersky, diz que essa promoção falsa da Nespresso também está se espalhando por outros países da América Latina.
O pior é que realmente muitas pessoas caem em trapaças desse tipo. Em fevereiro de 2017 a empresa de segurança PSafe revelou que uma promessa de crédito pré-pago disseminada via WhatsApp afetou cerca de 300 mil pessoas em apenas 24 horas. Em outro caso 2 milhões de usuários foram afetadas por acreditarem em uma mensagem que prometia personalizar o fundo do WhatsApp com o tema de alguns times de futebol.
Os assuntos abordados nesses golpes realmente bem variados, passam de conta na Netflix, por cafeteira da Nespresso, crédito pré-pago, cupom do McDonald’s, vale-presente da Boticário, promessa de Wi-Fi gratuito e até consulta do FGTS. A criatividade assim como a facilidade em angariar vítimas é gigantesca.
Tentar descrever o porquê tantas pessoas ainda acreditam em coisas desse tipo é bem difícil, isso pode passar por questões culturais, total descuido e falta de conhecimento de como os cibercriminosos agem ou qualquer outro ponto que você queira sugerir.
Porém, uma coisa pode ser colocada como um fato, a total preguiça que muitos tem de checar uma informação, clicar em algo que sugere que a Netflix dará 1 ano de conta grátis já é um total absurdo, agora caso você realmente acredite que isso possa acontecer, no mínimo a obrigação é checar se qualquer informação desse tipo está sendo comentada na mídia, e se informar. A internet massificou a informação mas muita gente continua indo para o lado oposto, esquecendo do bom senso e seguindo o discurso de que “coisas desse tipo jamais irão acontecer comigo, só com os outros”. Lamentável.
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